Giovanni Battista Castagneto (Gênova, 27 de novembro de 1851 – Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 1900), pintor, desenhista e gravador ítalo-brasileiro.
A maioria dos paisagistas que pintaram as paisagens brasileiras entre o século XVI e o começo do XX, como o holandês Frans Post e o paraibano Aurélio de Figueiredo (1854-1916), registrou sua época com rigor e precisão. A maior parte de suas obras é formada por verdadeiros documentos sobre os costumes e a natureza do país.
Houve momentos, entretanto, em que esse artista se permitiu soltar a imaginação para compor temas livres a partir da geografia, da gente e dos bichos brasileiros.
Pintadas em pequenos formatos, essas paisagens primam pela rapidez e segurança do artista, que obtém pinceladas vigorosas e espontãneas. É justamente esse caráter voluntarioso que marca a obra do italiano Battista Castagneto, que trocou a Europa pelo Brasil a partir de 5 de outubro de 1874, no Rio de Janeiro, acompanhado de seu pai Lorenzo, marinheiro, tenha procurado ingressar na Academia Imperial de Belas Artes.
Usando poucas cores, geralmente em tons pastel, Castagneto pintou paisagens da costa fluminense. Ele assina, uma desconcertante Vista da Igrejinha de Copacabana, realizada em 1890. A igreja, o tema do quadro, não passa de mero detalhe da composição, que priveligia dunas de areia e um céu pastoso contra o mar cinzento. Apesar de ser uma marinha, a atmosfera do quadro é érida e sombria.
(Fonte: Veja, 7 de setembro de 1994 – ANO 27 – N° 36 – Edição 1 356 – ARTE/ Por Angela Pimenta – Pág: 130/131)