Guerra dos Seis Dias: entenda o conflito que mudou o Oriente Médio em 1967
Diversos países envolvidos na geopolítica do Oriente Médio.
Ofensiva foi provocada por tensões de Israel com os países vizinhos, ameaças nas fronteiras e ocupação de territórios sagrados para os árabes
Embora esse conflito tenha alcançado patamares com ofensivas sem precedentes, as hostilidades com o estado judeu tem suas origens nas disputas por territórios e controle político da região desde o final do século XIX, com o início da chegada à Palestina de judeus que fugiam de perseguições religiosas na Europa.
Entre tantos confrontos entre judeus e árabes, a Guerra dos Seis Dias (5 a 10 de junho de 1967) foi um dos episódios mais decisivos para a formação do cenário político do Oriente Médio e das rivalidades entre Israel e os países vizinhos.
Os judeus ocuparam a Palestina?
Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Britânico derrotou o Império Otomano e assumiu o controle tomou do território da Palestina.
No dia 2 de novembro deste ano, o ministro britânico de Relações Exteriores, Arthur Balfour, prometeu estabelecer um “lar nacional para o povo judeu”, no que foi chamado de Declaração Balfour. No entanto, em 1919, um congresso palestino em Jerusalém expressou sua discordância à esta medida.
Mais tarde, em 1922, a Liga das Nações estabeleceu os deveres do comando britânico na região palestina, incluindo garantir o “estabelecimento do lar nacional judaico”, o que dará origem à Israel. Contudo, entre os anos de 1936 e 1939, o Reino Unido esmagou a revolta árabe nos territórios palestinos.
Como ocorreu a divisão da Palestina?
Em novembro de 1947, a resolução 181 da Organização das Nações Unidas (ONU) – recém criada após a Segunda Guerra Mundial – dividiu a Palestina em dois estados, um árabe e um judaico. Enquanto que o território de Jerusalém permaneceu sob controle internacional.
A Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, ficou sob o controle do governo da Jordânia e a Faixa de Gaza com o Egito.
Em 14 de maio de 1948, foi criado o Estado de Israel e rapidamente reconhecido como uma nação pelo governo dos Estados Unidos. Mas, diversos países árabes recusaram o reconhecimento do país vizinho e as divergências resultaram em uma guerra de oito meses.
Mais de 400 aldeias palestinas foram destruídas pelos exércitos israelenses e cerca de 760.000 refugiados palestinos fugiram para a Cisjordânia, Gaza e outras nações árabes vizinhas. Diante desse cenário, surgiu a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1964.
Início da guerra
Em 1967, Israel enfrentou um conflito com o Egito. Após derrotar o rival, em 5 de junho, o governo iniciou a ocupação de áreas da Palestina histórica, incluindo a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental (comandada então pela Jordânia), as Colinas de Golã sírias e a Península do Sinai egípcia contra uma coalizão de exércitos árabes na chamada Guerra dos Seis Dias.
A ofensiva também foi provocada por tensões antigas e por Israel considerar o movimento militares próximos às fronteiras como ameaça. Os colonos começaram, então, a construção dos assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza.
Para alguns palestinos, isso levou a um segundo deslocamento forçado, ou Naksa, que significa “retrocesso” em árabe. Apesar de uma resolução da ONU que garantia o direito dos refugiados palestinos de voltarem para Israel, isso foi continuamente negado com a justificativa de que isso sobrecarregaria o país e colocaria em ameaça o Estado judeu.
Em dezembro de 1967, foi formada a Frente Popular Marxista-Leninista para a Libertação da Palestina. Anos depois, uma série de ataques e sequestros de aviões por grupos de esquerda chamaram a atenção do mundo para a situação dos palestinos.
Até que os países árabes se uniram para atacar Israel em em 6 de outubro de 1973, dia da comemoração judaica do Yom Kippur, no entanto os israelenses conseguem repelir a agressão.
(Direitos autorais: https://exame.com/mundo – MUNDO/ Guerra dos Seis Dias/ por Mateus Omena – 15/10/23)
Repórter da HomeFormado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e passagem pela ILAC College, em Toronto. Carreira desenvolvida em veículos como Gazeta Esportiva, Forbes, UOL e Diário de S.Paulo. Trabalha como redator da Home para EXAME