Compositor Gustav Mahler foi um dos maiores nomes da música erudita
“Das Lied von der Erde”, a “Canção da Terra”, foi uma das primeiras obras a promover o meio ambiente, em 1911. “Quero ser lembrado como o ‘Cantor da Natureza’”, afirmou Mahler.
Gustav Mahler (Kalischt, Boêmia (atual Polônia), 7 de julho de 1860 – Viena, Áustria, 18 de maio de 1911), compositor e maestro austríaco.
Em agosto de 1892, uma epidemia de cólera atingiu a cidade de Hamburgo, na Alemanha, quando Gustav Mahler estava a caminho do local para uma temporada no teatro Stadttheather. Um ano antes, ele havia pedido demissão da Ópera Real da Hungria, em Budapeste, para assumir como principal regente da orquestra de Hamburgo. Apesar da orientação para que seguisse ao trabalho, Mahler desafiou seu novo patrão e decidiu se isolar na região de Berchtesgaden, na Bavária, perto de Munique, até que a pandemia tivesse passado. Ao sair da quarentena, revelou ao mundo a ‘Sinfonia da Ressurreição”, a de número 2, obra de recursos incomparáveis que começa em dó menor e termina em mi bemol maior – uma genialidade.
LEGADO MUSICAL
Compositor romântico e um dos principais gênios de sua geração, Gustav Mahler nasceu em uma família judia na região da Boêmia, hoje República Tcheca em 7 de julho de 1860. É considerado um compositor de transição, pois fez a ponte entre a tradição germânica do século 19 e os modernistas do século 20, como Stravinsky e Schönberg. Suas principais influências foram Beethoven, Wagner e Bruckner, de quem era amigo. Foi casado com Alma Mahler, mulher de personalidade forte que também era compositora. Viveram em Viena, na Áustria, na fase em que a cidade era a capital cultural do mundo. Mahler chegou a fazer terapia com o próprio Sigmund Freud. Conservador, proibiu que Alma seguisse a carreira musical, o que a levou à depressão e a um caso com o arquiteto alemão Walter Gropius, fundador da escola de arte Bauhaus, com quem ela se casou após a morte do marido.
Apesar de ter sua obra reconhecida apenas nos anos 60, Mahler foi um compositor dos mais importantes. Para isso contribuíram as gravações de Leonard Bernstein, um de seus sucessores à frente da Filarmônica de Nova York, assim como biografias, escritas por Theodor W. Adorno e Otto Klemperer, publicadas na década de 60. A última contribuição para sua redescoberta foi a utilização do Adagietto de sua quinta sinfonia como parte da trilha sonora do filme Morte em Veneza, de Luchino Visconti (1970). A música de Mahler é impregnada de romantismo, mas possui novas tendências. Suas composições seguem a linha de Anton Bruckner e Beethoven. Autor quase exclusivo de lieder e sinfonias, suas canções orquestrais inspiraram-se em textos de Friedrich Rückert (Canções das Crianças Mortas, 1904), em seus próprios versos (Canções de um Viandante, 1885) e em textos extraídos para Des Knaben Wunderhorn (1883).
Compôs dez sinfonias, sendo que a última foi completada por Deryck Cooke, um investigador britânico, em 1964. As quatro primeiras sinfonias tinham canções populares para interpretação de solistas ou coro. A quinta, sexta e sétima são instrumentais. A estreia, em 1910, da oitava Sinfonia dos Mil, dirigida por ele mesmo, precisou de dois coros e um terceiro de vozes brancas, oito vozes solistas, órgão e orquestra. Não pôde assistir à estreia de sua nona sinfonia, a que melhor reflete a transição para um novo conceito de música. Mahler foi um apreciado intérprete de obras clássicas. Trabalhando como diretor artístico da Ópera da corte imperial e como diretor da Filarmônica de Nova York, sua atividade caracterizou-se por disciplina, pela construção de um magnífico conjunto coral e por uma direção revolucionária; Mahler trouxe uma nova idade de ouro ao classicismo vienense. Em 1907, abandonou Viena para se instalar em Nova York.
Mahler morreu aos 50 anos enquanto escrevia sua décima sinfonia — como Beethoven, seu ídolo. As homenagens em todo o mundo mostram que seu legado viverá para sempre.
(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2634 – CULTURA / Por Felipe Machado – 03/07/2020))
(Fonte: http://www.publico.pt/cultura/jornal – CULTURA/ Por Sérgio C. Andrade – 03/08/2013)