Guy Brett, britânico entusiasta da arte brasileira, foi o curador da primeira individual de Hélio Oiticica, e divulgou outros brasileiros

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Guy Brett, crítico britânico que promoveu a arte brasileira pelo mundo

 

Britânico entusiasta da arte brasileira, era considerado um ‘embaixador do neoconcreto’ e fez ensaios importantes sobre artistas brasileiros

 

Ele foi o curador da primeira individual de Hélio Oiticica em Londres, em 1969, e divulgou outros brasileiros

Guy Brett (Richmond, Reino Unido, 18 de outubro de 1942 – 1° de fevereiro de 2021), crítico britânico, figura importante na arte brasileira. Ele foi o curador da primeira individual de Hélio Oiticica em Londres, em 1969, e divulgou outros brasileiros. Considerado um “embaixador do neoconcreto”, ele foi responsável por levar nomes brasileiros para fora do circuito nacional, como os de Lygia Pape, Hélio Oiticica e Mira Schendel.

 

Em 1965, quando ninguém ouvira falar de Mira Schendel na Inglaterra, ele organizou uma exposição na galeria Signals, exibindo sua obra e a de outros artistas concretos e neoconcretos brasileiros. Durante mais de meio século, ele manteve um intenso intercâmbio cultural com o Brasil, que incluiu exposições montadas aqui e troca de correspondência com vários artistas contemporâneos brasileiros e galeristas como Raquel Arnaud.

 

Guy Brett foi para a Inglaterra o que Mário Pedrosa representou para o Brasil: uma voz lúcida e olhos privilegiados, capazes de identificar a importância da citada Mira Schendel e Hélio Oiticica como vetores da arte contemporânea brasileira.

 

Guy Brett escreveu ensaios sobre as obras de diversos artistas brasileiros e é autor do livro “Brasil Experimental – Arte/Vida: Proposições e Paradoxos”, que reúne textos sobre artistas contemporâneos do país.

 

Ele também foi responsável pela organização de exposições no Brasil, como a “Aberto Fechado”, na Pinacoteca, que reuniu 90 trabalhos realizados entre 1950 e 2012, com trabalhos como “Caixa Brasil”, obra de Lygia Pape, de 1968, “Pulmão”, obra de Jac Leirner, de 1987, e “Estojo de Geometria”, obra de Cildo Meireles, de 1977.

Guy Brett faleceu em 1° de fevereiro de 2021, aos 78 anos, em decorrência de complicações do mal de Parkinson.

“É uma grande perda porque ele foi a pessoa, o crítico, o pensador, que mais fez pela arte brasileira fora do Brasil”, diz o artista plástico Luciano Figueiredo, que foi um dos organizadores de exposição em homenagem a Brett que aconteceu em 2017 no Rio de Janeiro. “Foi ele que, de certa forma, desprovincianizou o circuito de arte do Brasil.”

Um de seus textos sobre Hélio Oiticica –cuja primeira mostra em Londres, na galeria Whitechapel, em 1969, Brett ajudou a organizar– é lembrado pelo crítico Moacir dos Anjos em postagem em rede social lamentando a morte do britânico.

“Brett conhecia Oiticica desde a década de 1960, quando o convenceu a fazer uma grande mostra na Whitechapel, em Londres. Tinha então 20 e poucos anos e uma sensibilidade rara para a invenção visual e escrita”, escreveu. “Além de sua grande importância como pensador original e atento crítico de arte (além de ocasional curador), Guy foi uma das pessoas mais generosas e gentis que já pude conhecer.”

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/artes – NOTÍCIAS / ARTES / CULTURA / por Antonio Gonçalves Filho – Estadão Conteúdo – 03/02/21)

(Fonte: https://www.folhape.com.br/cultura – CULTURA / por Folhapress – 03/02/21)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/02 – ILUSTRADA – 2.fev.2021)

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