Hage Geingob, presidente da Namíbia, foi primeiro-ministro durante 12 anos, um recorde de longevidade no país, antes de se tornar seu terceiro presidente em 2014 e o primeiro que não pertencia ao grupo étnico majoritário Ovambo

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Presidente da Namíbia, ex-ativista contra o Apartheid

Hage Geingob  (© Phill Magakoe/AFP/Getty Images)

O presidente da Namíbia, Hage Gottfried Geingob, durante a COP26, em 2021 — Foto: REUTERS/Hannah McKay

O presidente da Namíbia, Hage Gottfried Geingob, durante a COP26, em 2021 — (Foto: REUTERS/Hannah McKay)

 

 

Hage Geingob, presidente da Namíbia

Na chefia do país desde 2015, Geingob estava a terminar o segundo e último mandato.

Hage Geingob tomou posse como Presidente em 2015 e foi o principal responsável pelo início das conversações com a Alemanha sobre a revisão das atrocidades cometidas pelo império alemão durante o período colonial e possíveis compensações.

Geingob foi primeiro-ministro durante 12 anos, um recorde de longevidade no país, antes de se tornar seu terceiro presidente em 2014 e o primeiro que não pertencia ao grupo étnico majoritário Ovambo.

Desde jovem, dedicou-se ao ativismo contra o regime sul-africano do Apartheid, que então governava a Namíbia, antes de se ver forçado ao exílio – primeiro, em Botswana, e depois, nos Estados Unidos.

País semidesértico da África Austral, a Namíbia foi um dos últimos Estados do continente a alcançar a independência, em 1990.

A Namíbia faz parte de um terço dos 54 Estados soberanos da África que  realizaram eleições presidenciais, legislativas ou locais em 2024, após um ano marcado por vários golpes de Estado e avisos sobre a diminuição do espaço democrático em muitos países.

Hage Geingob faleceu no domingo (4), aos 82 anos, em um hospital da capital Windhoek, onde recebia tratamento contra o câncer, anunciou a presidência do país sul-africano em um comunicado.

“É com a maior tristeza e pesar que lhes informo que nosso querido Hage G. Geingob, presidente da República da Namíbia, faleceu hoje”, afirma o comunicado assinado pelo presidente em exercício, Nangolo Mbumba.

O comunicado sublinhou que, apesar “dos esforços enérgicos” da equipe médica, o Presidente faleceu, na presença da primeira-dama, Monica Geingos, e dos filhos.

“A nação da Namíbia perdeu um ilustre servidor do povo, um ícone da luta pela libertação, o principal arquiteto da nossa constituição e o pilar da casa da Namíbia”, disse o Presidente interino da Namíbia, Nangolo Mbumba.

O texto pediu calma e serenidade, “enquanto o governo se ocupa de todas as disposições, preparativos e outros protocolos estatais necessários”.

Em janeiro, o gabinete presidencial havia anunciado que uma biópsia durante um exame médico de rotina revelou a presença de “células cancerígenas” no organismo do chefe de Estado.

País semidesértico da África Austral, a Namíbia foi um dos últimos Estados do continente a alcançar a independência, em 1990.

“Incansável lutador pela liberdade”

Vários líderes africanos lamentaram, nas últimas horas, a morte de Hage Geingob.

Na mensagem do Presidente angolano, João Lourenço, Hage Geingob é recordado como um “incansável lutador pela liberdade de África” e alguém que “soube desde muito jovem dedicar-se à causa do resgate da dignidade dos povos africanos, da autodeterminação, da independência e da soberania dos países” do continente africano.

“Perdemos uma figura ímpar da história contemporânea do povo namibiano, que deixa um vazio difícil de se preencher”, destaca o chefe de Estado angolano, presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês).

Já os líderes de Zâmbia, Zimbabué, Quénia, Tanzânia, Somália e Burundi destacaram a liderança do ex-Presidente da Namíbia.

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, recordou-o como “um patriota”, que teve um papel importante na libertação da “irmã Namíbia” do “colonialismo e apartheid”.

A Namíbia tornou-se independente da África do Sul em 1990 e Hage Geingob “também teve grande influência na solidariedade que o povo da Namíbia teve com o povo da África do Sul”, assinalou Ramaphosa.

O diretor da Organização Mundial da Saúde, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, sublinhou a “valentia” de Hage Geingob, que classificou como “um visionário”, e a sua “dedicação para melhorar as vidas e a saúde dos namibianos”.

As eleições presidenciais e legislativas foram marcadas para o final de 2024.

(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – IstoÉ/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História de admin3 – 04/02/2024)

(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – DW BRASIL/ NOTÍCIAS/ MUNDO/ História de Lusa – 04/02/2024)

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