Han Suyin, escritora de origem chinesa, autora de romances e ensaios políticos e históricos, faleceu aos 95 anos em Lausanne (Suíça), onde morava, em 2 de novembro.
Os funerais de Han Suyin, cuja morte foi reportada pela agência de notícias Nova China, citando sua família, foram realizados em 8 de novembro, em Lausanne.
Os vários romances e ensaios, assim como os encontros com Indira Gandhi, Mao Tsé-tung e Zhou Enlai renderam fama mundial a Han Suyin, que há muitos anos morava na Suíça.
Nascida em 1917 no norte da China, filha de um engenheiro chinês e de uma intelectual belga, Rosalie Chou recebeu educação europeia e só aprendeu o chinês após os 15 anos.
Depois de estudar medicina na China, Bélgica e Inglaterra, se tornou pediatra e chefiou uma clínica em Cingapura.
No entanto, após o primeiro casamento com um diplomata chinês em Londres, que se tornaria general e auxiliar de Chang Kaichek, Han Suyin abandonou a medicina e começou a escrever em chinês, inglês e francês.
Ela, então, se instalou em Hong Kong e publicou seu primeiro romance, A Many-Splendoured Thing, que Henry King adaptou com grande sucesso para o cinema em 1955, em um filme intitulado em português como Suplício de uma Saudade.
A principal obra da romancista é uma autobiografia em cinco volumes -The Crippled Tree, A Mortal Flower, Birdless Summer, My house has two doors e Phoenix Harvest (1964-1979).
Ela também assinou as autobiografias de Mao e de seu premier, Zhou Enlai, além de um estudo sobre o Tibete.
Favorável ao maoísmo, a autora nunca aderiu ao Partido Comunista e rompeu com o regime após a Revolução Cultural, que chegou a defender em um primeiro momento.
Muito apegada ao país de origem, foi uma das poucas cidadãs estrangeiras a poder viajar à China comunista durante os dois primeiros anos do regime maoísta.
Elizabeth-Kuanghu Comber – seu nome no registro civil – voltou a ser casar duas vezes após a morte do esposo chinês, em 1947: com um oficial inglês, em 1952, e com um coronel e engenheiro indiano, em 1960.
Também viveu uma aventura amorosa com um correspondente de guerra baseado em Cingapura, morto em 1950 na Coreia. A história serviu de inspiração para o romance A Many-Splendoured Thing.
(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – MEMÓRIA – N° 17.208 – 17 de novembro de 2012)