Hans Stern, fundador da rede de joalherias H. Stern, a primeira multinacional brasileira do varejo

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Principal joalheiro do país. Fundador da H.Stern, uma das cinco maiores joalherias do mundo

Hans Stern (Essen, 1º de outubro de 1922 – Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2007), fundador da rede de joalherias H. Stern. A H. Stern é considerada a maior joalheria do país e uma das maiores do mundo, com faturamento estimado em R$ 400 milhões. 

Nascido em outubro de 1922, na cidade de Essen, na região industrial do rio Ruhr, na Alemanha, Hans Stern e sua família vieram para o Brasil para fugir do nazismo, em 1939. Na época era extremamente difícil conseguir um visto para o Brasil, mas felizmente um irmão da mãe de Hans era casado com uma brasileira, da família Burle Marx.

Seu primeiro emprego foi aos 17 anos na Cristab, empresa especializada na exportação de minerais e pedras preciosas, no Rio de Janeiro.

O jovem alemão Hans Stern ficou deslumbrado quando avistou pela pela primeira vez a Baía de Guanabara, em fevereiro de 1939, fugindo com os pais da perseguição nazista.

Depois de meses de horror, quando soldados de Hitler destruíram os negócios da família e eles passaram a assistir ao êxodo e à perda de amigos e parentes, a beleza da “cidade maravilhosa do mundo” e os braços abertos do Cristo Redentor encantaram o jovem judeu, então com 16 anos.

Com a vida pela frente, Hans vislumbrou que seu futuro seria construído ali e logo tratou de se adaptar ao estilo de vida da efervescente cidade do Rio de Janeiro dos anos 40. Alemão tropicalizado, de hábitos simples e pitorescos – andava de fusquinha e despachava na “laje” do imponente prédio corporativo em Ipanema tomando banho de sol -, que com faro e intuição para os negócios criou a primeira multinacional brasileira do varejo, com 170 lojas em 15 países, numa trajetória marcada por obstinação e brilhantismo.

 

O alemão Hans Stern, dono da joalheria H. Stern, em 1939 no Rio de Janeiro, ao chegar ao país. (Foto: Kurt Stern/Wikipedia)

O alemão Hans Stern, dono da joalheria H. Stern, em 1939 no Rio de Janeiro, ao chegar ao país. (Foto: Kurt Stern/Wikipedia)

 

Hans se apaixonou pelas pedras brasileiras, que ele tanto se esforçou para rebatizar de preciosas (eliminando o rótulo de semi-preciosas), ao arrumar um emprego de datilógrafo em uma empresa de comercialização de pedras. Pouco tempo depois, em 1945, abriria o seu próprio negócio de lapidação de pedras com US$ 200 da venda de seu acordeão.

Exerceu a função de compra e venda de pedras preciosas, o que lhe rendeu diversas viagens pelo interior do País, sempre de cavalo ou de jumento. A H. Stern foi fundada em 1945, apenas como vendedora de pedras preciosas. Quatro anos depois, Stern abriu a primeira joalheria no porto do Rio de Janeiro, para mostrar aos turistas que desembarcavam na cidade como eram feitas as joias de sua marca.

Parte do sucesso da marca pode ser atribuído a agressivas estratégias de marketing, como emprestar joias desenvolvidas no Brasil e numa eficiente campanha de relações públicas aproximou as marcas de grandes estrelas de Hollywood, enfeitando pulsos, dedo e colos de atrizes famosas na entrega do Oscar. Catherine Zeta Jones, Sharon Stone e Angelina Jolie são algumas atrizes que já usaram joias da grife de joias brasileiras.

Hans Stern na praia de Copacabana em 1939 (Foto: www.besthome.com.br/Divulgação)

Hans Stern na praia de Copacabana em 1939 (Foto: www.besthome.com.br/Divulgação)

Stern orgulhava-se de ter criado um selo de qualidade que facilitou a negociação no exterior de pedras brasileiras, como águas marinhas, ametistas, topázios e turmalinas. Em 1956, recebeu o título de “cidadão honorário” do Rio de Janeiro.

Ele nasceu cego e começou a enxergar com o olho direito aos dois anos de idade. A H. Stern tinha em 2007, em torno de 160 lojas próprias e estava presente em 170 pontos de venda por meio de parcerias, em 26 países, incluindo Emirados Árabes e Cazaquistão.

 Fachada de joalheria H. Stern em Londres (Foto: Divulgação)

Fachada de joalheria H. Stern em Londres (Foto: Divulgação)

 

A exploração de pedras carecia de regulação quando Hans passou a comprá-las, nos anos 40, 50. Se ele tivesse exigido notas dos mineradores na época, a H.Stern, hoje com 3.000 funcionários, muito provavelmente não existiria.

Pelo menos uma vez por ano, o fundador H. Stern visitava as lojas e ponto de venda espalhadas pelo mundo. Dois de seus filhos, Roberto e Ronaldo, trabalham na H. Stern com o presidente, Richard Barczinski, e o vice-presidente, Victor Natenzon.

Quando Roberto, aos 44 anos, deixa o comando da empresa por divergências com o pai, que na época, Hans tinha 82 anos e já tinha assistido (discordando mas aceitando) a inovações e mudanças profundas promovidas pelo filho. No entanto, o desgaste na relação e os desentendimentos são resolvidos de forma muito suave para uma disputa que teve um desfecho dessa ordem.

Pessoas observam a manufatura de joias na H.Stern, no Rio de Janeiro. (Foto: Daniel Marenco/ Folhapress)

Pessoas observam a manufatura de joias na H.Stern, no Rio de Janeiro. (Foto: Daniel Marenco/ Folhapress)

 

Hans Stern faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 2007, aos 86 anos, de causas naturais.

(Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral – 71516 – NOTÍCIAS – GERAL – ALBERTO KOMATSU – O ESTADO DE S. PAULO – 27 Outubro 2007)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1727696- MERCADO/ Por MARIANA BARBOSA – COLABORAÇÃO PARA A FOLHA – “H.Stern, a história do homem e da empresa”/ Consuelo Dieguez – 09/01/2016)

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