Hedy Lamarr, atriz do 1º orgasmo no cinema e inventora
INVENTORA QUE REVOLUCIONOU O MUNDO
Hedy Lamarr (1914-2000), atriz austríaca, considerada a mulher mais bonita do cinema.
Hedy Lamarr ficou rica e famosa devido a sua beleza, atributo que considerava uma maldição. “Meu rosto é uma máscara que não posso remover”, escreveu em Ecstasy and Me, sua autobiografia, de 1966. “Maldita seja.” Ela se tornou conhecida no mundo todo por sua atuação em Sansão e Dalila (1949), de Cecil B. de Mille. Sua aparição mais polêmica, no entanto, foi em seu primeiro filme, Ecstasy (1933), no qual ela nada nua em uma piscina.
Nascida Hedwig Eva Maria Kiesler, filha de um banqueiro vienense, ela encontrou as portas do cinema americano abertas menos para seu talento dramático que para sua aparência. “Qualquer garota pode ser glamourosa no cinema, basta ficar quieta e fazer cara de burra”, declarou certa vez. No auge de sua carreira, na década de 40, ela havia estrelado 25 filmes, entre eles Flor dos Trópicos e Inimigo X.
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” (1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequência de rádio para que não fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth.
Bem antes de brilhar em Hollywood como a lasciva Dalila que deu cabo dos cabelos e da força do herói bíblico Sansão no épico de 1949. A bela já escrevera seu nome na história do cinema. Em 1933, com 19 anos e ainda assinando Hedy Kiesler, protagonizou o filme checo Extase, de Gustav Machaty, a época um escândalo por suas – então inéditas – cenas de nudismo e abordagem do prazer sexual pelo ponto de vista feminino.
Extase ilustra a transição do cinema mudo para o falado, com poucos diálogos, trilha sonora constante e ênfase na expressão dos atores. A personagem de Hedy, simbolicamente chamava Eva, é uma jovem que se casa com um homem bem mais velho e já na noite de núpcias percebe que a relação está condenada pela indiferença e desinteresse carnal dele. Ela o abandona e vai viver na casa de campo com o pai. Em um passeio a cavalo, Eva se apaixona por um galante rapaz, com quem, finalmente, consuma sua noite de amor.
São estas sequências as responsáveis por Extase ter sido condenado, inclusive pelo papa Pio XII. O encontro entre os amantes se dá quando ela, nua, banha-se em um lago e depois corre a procura de seu cavalo. Na cena de sexo, o close no rosto de Eva capta o primeiro orgasmo feminino do cinema – o diretor espetava o bumbum da atriz com uma agulha para obter a expressão que ele imaginava ser a adequada. Ali são apresentados clichês ainda hoje recorrentes: a mão que se contrai por prazer e o cigarro do momento “relax”.
Primeiro censurado e depois banido das salas, Extase teve suas cópias queimadas nos EUA. Na Europa, quem comandou a incineração foi então marido de Hedy, um rico comerciante que investiu parte da fortuna para “limpar” sua honra – após ser espancada por ele, a atriz fugiu rumo aos EUA. Mas, mesmo na pré-história da internet, cópias do filme se multiplicaram rapidamente e traz a versão original do hoje inocente, romântico e histórico filme.
Nos últimos anos, Lamarr havia se tornado uma mulher reclusa e amargurada. Foi presa duas vezes, ao ser descoberta roubando em lojas em Los Angeles e nos subúrbios de Orlando, Flórida, onde vivia.
Ela morreu em casa, em 19 de janeiro de 2000, em Hollywood (EUA), aos 86 anos. Apesar de ter casado – e divorciado – seis vezes, estava sozinha quando morreu. Deixa três filhos, um deles adotivo.
(Fonte: Zero Hora – Ano 45 – N° 15.843 – 16/01/09 – Segundo Caderno – Nudez castigada / Por Marcelo Perrone – Pág; 6)
(Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/03/veja 10 mulheres inventoras que revolucionaram o mundo – CIÊNCIA E SAÚDE / Por Cauê Fabiano Do G1, em São Paulo – 08/03/2015)
(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/26/tributo – Edição 26 / TRIBUTO – 31 de janeiro de 2000)