Heinrich Himmler (Munique, 7 de outubro de 1900 – Lüneburg, 23 de maio de 1945), um dos principais líderes do Partido Nazi da Alemanha Nazista.
Himmler foi o grande arquiteto do Holocausto, responsável pelo genocídio judeu, contabilizando seis milhões de mortes. Himmler conquistou muito poder na Alemanha, gozando de grande autoridade para colocar em prática seus interesses e projetos. Era reconhecidamente um dos líderes nazistas e foi cogitado para ser o sucessor de Adolf Hitler.
Himmler foi responsável pela divulgação e discurso secreto como o chefe das SS, gravou no dia 4 de outubro de 1943 na cidade polonesa de Poznam.
LINHA DE MONTAGEM – A tragédia dos judeus na II Guerra Mundial foi testemunhada por sobreviventes de ambos os lados, prisioneiros dos campos de extermínio e seus carrascos de baixa extração militar que escreveram diários dando detalhes dos horrores que presenciaram. Projetos de câmaras de gás e as próprias construções podem ainda ser vistos na Alemanha e na Polônia.
Há uma cópia de extraordinária nitidez do discurso secreto que Heinrich Himmler gravou. Pode-se ouvi-la nos Arquivos Nacionais, em Washington. No discurso, Himmler decreta “o extermínio do povo judeu” e proclama “o direito moral e o dever” de destruir os judeus. Himmler se permitiu falar sem eufemismos numa época em que pelo menos 5 milhões de judeus já haviam sido mortos e as forças nazistas venciam em quase todas as frentes. Como muitos impérios, o Terceiro Reich dava a seus membros a impressão de que fosse durar para sempre.
(Fonte: Veja, 16 de março de 1994 – ANO 27 – N° 11 – Edição 1331 – LITERATURA/ Por Eurípedes Alcântara – Pág; 122/123)
Heinrich Himmler: como um carimbo falso levou à captura do líder da SS, a polícia nazista
Um documento fundamental para a captura do líder nazista Heinrich Himmler veio à público 75 anos depois de sua morte.
Um documento fundamental para a captura do líder nazista Heinrich Himmler veio à público 75 anos depois de sua morte.
Dois dos homens vestiam sobretudos verdes e caminhavam à frente do terceiro integrante. Este, por sua vez, estava com um tapa-olho e parecia devastado.
O homem que seguia atrás no trio se apresentou como o sargento Heinrich Hizinger. Ele achava que o documento de baixa patente facilitaria sua passagem, mas estava errado.
Isso porque um dos carimbos oficiais usados no documento dele e dados da unidade militar a que supostamente pertencia chamou a atenção porque essas informações eram iguais às encontradas por membros do serviço de inteligência britânico em documentos falsos usados por membros da SS (polícia nazista) para tentar fugir.
A ordem era deter todos que estivessem com esses documentos, e o trio foi enviado para um centro de detenção.
Uma vez ali, o homem que se apresentava como Hizinger pediu para conversar com alguma autoridade responsável pelos prisioneiros. Mesmo sem ter sido desmascarado, ele temia que isso não duraria muito e pensou que poderia barganhar sua saída dali. Então ele tirou seu tapa-olho e calmamente revelou que era.
Hizinger era, na verdade, Heinrich Himmler, líder que chefiava a SS (Schutzstaffel) e foi peça-chave no Holocausto, campanha nazista para exterminar os judeus na Europa. Mais de 6 milhões de pessoas foram mortas.
Himmler estava no círculo mais próximo de Adolf Hitler e tinha o título de “Reichsfuehrer SS”. Ele comandou os esquadrões que assassinaram judeus, poloneses, soviéticos, ciganos e outros grupos classificados como “racialmente inferiores”.
Depois da morte de Adolf Hitler em seu bunker, Himmler se tornou um dos líderes nazistas mais procurados pelos Aliados por causa de seu papel à frente de muitos dos piores crimes do Terceiro Reich.
Wells tentou arrancá-la, mas Himmler decidiu mastigá-la. Era uma cápsula de cianeto, e ele morreu minutos depois.
Carimbo falso
O documento falso que levou Himmler a ser desmascarado permaneceu 75 anos engavetado, mas agora poderá ser visto pela primeira vez depois de terem sido doados ao Museu de Inteligência Militar em Shefford, em Bedfordshire.
Além do carimbo histórico, há outro item bizarro: os suspensórios que o ex-chefe da SS usava quando foi capturado.
A caça de souvenirs era comum durante a guerra e muitos itens pessoais de Himmler foram levados (um dos militares britânicos ficou com os chinelos que o líder nazista usava quando foi preso, e outro pegou os objetos dele de barbear).
Já o documento falsificado foi doado recentemente pela neta do tenente-coronel britânico Sidney Noakes (1905-1993), um advogado que se juntou aos serviços de inteligência em 1943 e depois foi emprestado ao MI5 (serviço doméstico de segurança). Depois da guerra, ele retomou sua carreira no direito, se tornou juiz e morreu em 1993.
Mas como os itens de Himmler acabaram com ele?
Documentos que tratam da prisão do líder nazista apontam que houve um interrogatório conduzido pelo MI5. Obviamente o nome dos agentes não foi registrado.
“Faz sentido assumir que Noakes era um desses investigadores, não vejo outra explicação”, afirma Bill Steadman, curador do Museu de Inteligência Militar.
Ele acredita que Noakes recebeu a permissão de ficar com os documentos porque os serviços de inteligência já haviam extraído as informações que precisavam dali.
Os objetos ficaram com Noakes e familiares até a doação recente, e serão exibidos ao público quando o museu voltar a abrir pós-pandemia.
Para além da curiosidade que despertam, os itens explicam também por que o líder nazista foi capturado. “Sem esse maldito carimbo, é possível que Himmler tivesse escapado como muitos outros nazistas. O que mais me chama atenção nisso tudo é que os líderes alemães consideravam perfeitos seus disfarces”, afirma Steadman.
(Fonte: https://noticias.r7.com/internacional – INTERNACIONAL / por BBC NEWS BRASIL – 24/05/2020)
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