Henrique Fusquine, ex-remador, conquistou a primeira medalha gaúcha em Jogos Pan-Americanos.
Conquistou a medalha de prata na primeira edição dos Jogos, em Buenos Aires, 1951.
Além de um certificado do segundo lugar assinado pela primeira dama argentina Evita Perón.
Em março de 1951, Fusquine e mais sete remadores gaúchos todos já falecidos) foram representar o Brasil no Pan-Americano.
Eles eram os primeiros do ranking nacional e estavam escalados, mas só embarcaram após pagar as passagens do próprio bolso. Pior: com a perseguição ao comunismo na Argentina, dois remadores, filhos de russos, não receberam visto de entrada do governo porteño.
– Não podíamos perder essa chance. Pegamos dois caras que mal haviam começado a treinar e viajamos. Chegando lá, a coisa mudou – relembra Fusquine.
E mudou muito. Sem chance no barco de oito devido aos desfalques, a delegação se dividiu. Com barcos emprestados pelos argentinos, Fusquine (cujo apelido era Fusca) e Alberto Santos, o Doze, competiram na modalidade dois sem timoneiro. Não foram capazes de bater os favoritos argentinos, mas superaram concorrentes como os mexicanos, que ficaram em terceiro lugar, lembra ele:
– Não era a nossa prova e tivemos pouco tempo para adaptação, mas, na hora de representar o país, a gente se fortalece.
Os outros quatro remadores gaúchos também se deram bem: Walter Karl, Álvaro Fonseca, Ivo Ritman e Manoel Amorim caíram na água minutos depois e trouxeram outra prata.
Fusquine começou a remar no extinto Barroso São José, de Porto Alegre, em 1949. Em 1955, transferiu-se para o Grêmio Náutico União, clube que defendeu até 1996, quando “pendurou os remos”. As mais de cem medalhas obtidas dentro e fora do Brasil enfeitam a sala de casa.
(Fonte: Zero Hora – ANO 44 – N° 15.243 – Esportes/ Por Renato Gava – 23 de maio de 2007 – Pág; 50)