Taube: como o organismo funciona
Nobel de Química para um estudioso da vida
Metais no corpo
Henry Taube (Canadá, 30 de novembro de 1915 – Palo Alto, Califórnia, 16 de novembro de 2005), químico americano, gozava entre seus pares a fama de ter ganho todos os prêmios científicos importantes concedidos no mundo, exceto o Nobel.
Foi laureado com o Nobel de Química de 1983 pelo “seu trabalho nos mecanismos de reações de transferência de eletrões, especialmente em complexos metálicos.”
Em 19 de outubro, a Real Academia de Ciência da Suécia reparou essa falha e fez de Taube o ganhador do Prêmio Nobel de Química de 1983.
Nascido no Canadá, em novembro de 1915, naturalizado americano e vinculado à Universidade de Stanford, ele realizou pesquisas pioneiras no campo da bioquímica. Em seu trabalho mais importante, descreveu como ocorrem as reações químicas entre metais e as moléculas biológicas no organismo humano. “Ele pode ser considerado o pai da química da vida”, disse Carl Kuether, do Instituto Nacional de Medicina Geral e Ciência, dos Estados Unidos, ao comentar a escolha de Tauber.
Metais como o cobre, o ferro e o manganês cumprem um papel fundamental no corpo humano. São eles que carregam de célula para célula os nutrientes necessários à vida. O trabalho de Taube serviu para elucidar, por exemplo, como o ferro presente no sangue se oxida ao passar pelas artérias que recobrem o pulmão.
Ou seja, como ele se une aos átomos de oxigênio e os leva para as células, garantindo o processo vital da respiração celular. Taube mostrou que essa operação só é possível porque há uma troca de elétrons entre o ferro na corrente sanguínea e o oxigênio presente no pulmão. “Pode parecer simples”, disse ele na época. “Mas é disso que depende a vida”.
(Fonte: Veja, 26 de outubro de 1983 – Edição 790 – CIÊNCIA – Pág: 96)