Hervê Cordovil, maestro e compositor. Seu primeiro sucesso foi a marchinha Carolina.

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Hervê Cordovil, maestro e compositor, nascido em Viçosa, Minas Gerais, em 3 de fevereiro de 1914, estudou direito no Rio de Janeiro, onde começou, aos 17 anos de idade, na Rádio Sociedade. Seu primeiro sucesso foi a marchinha “Carolina”, no carnaval de 1934, gravada pelo então estreante Carlos Galhardo. Mas foi na década de 50 que suas composições ganharam as paradas, principalmente os baiões “Cabeça Inchada” (cinquenta diferentes gravações na Europa), “Esta Noite Serenou”, “Pé de Manacá”, “Sabiá na Gaiola” e muitas outras. Cordovil faleceu em 16 de julho de 1979, de ataque cardíaco, aos 65 anos, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 25 de julho de 1979 – Edição n° 568 – DATAS – Pág; 98)

Hervé Cordovil

Compositor. Pianista. Filho do médico Cordovil Pinto Coelho e de Maria de Lucca Pinto Coelho, que se dedicava amadoristicamente à música. Sua musicalidade aflorou já na infância, e por volta dos cinco anos de idade já dedilhava ao piano as canções tocadas por sua mãe. Passaram a viver na cidade mineira de Manhuaçu e por volta dos 10 anos de idade Hervé transferiu-se para o Rio de Janeiro onde ingressou no Colégio Militar concluindo o curso em 1931. Integrou a banda de música do colégio e junto a outros colegas formou um grupo de jazz que se apresentava em casas de oficiais e em bailes promovidos pelo próprio colégio. Passou a ter aulas com Romeu Malta, maestro da banda do colégio e como já compunha algumas músicas arriscou-se a apresentá-las a Eduardo Souto, diretor da Casa Edison, que o desencorajou a seguir como compositor. Aos 17 anos, ingressou na Faculdade de Direito de Niterói, diplomando-se em 1936. Em 1941, casou-se com Daicy Portugal Cordovil com quem teve quatro filhos, um deles o cantor/compositor Ronnie Cord, figura importante do movimento pop brasileiro que se estruturou em torno da jovem guarda, a partir de 1965. Entre 1941 e 1945, trabalhou como advogado em Manhuaçu (MG).

Dados Artísticos
Estreou em 1931 na Rádio Sociedade como pianista e compositor da Orquestra de Romeu Silva. Rapidamente tornou-se um dos pianistas mais requisitados pelas rádios cariocas. Em 1933, transferiu-se para a Rádio Philips. Foi compositor de jingles, e em 1934 compôs em parceria com Lamartine Babo a marcha “Madame do barril” – sátira à figura francesa “Madame Du Barry”, uma de suas primeiras composições no gênero. Nesse mesmo ano fez sucesso com a marcha “Carolina” (com Bonfiglio de Oliveira) gravada por Carlos Galhardo na época cantor em início de carreira. Em 1935, regeu a orquestra que participou do filme “Estudantes”, dirigido por Wallace Downey, passando desde então a musicar peças de teatro entre as quais “Da favela ao Catete” escrita por Freire Júnior. Neste mesmo ano destacou-se com a composição “Triste cuíca” parceria com Noel Rosa, lançada por Aracy de Almeida. Em 1936, compôs para o filme “Alô, alô carnaval”, de Ademar Gonzaga, a marcha “Não resta a menor dúvida”, parceria com Noel Rosa. Ainda nesse ano, transferiu-se para a Rádio Guarani de Belo Horizonte onde atuou por dois anos, cumprindo o compromisso de apresentar uma música inédita por dia. Por essa época compôs “Pé de manacá”, parceria com sua prima Marisa Pinto Coelho, música que fez sucesso alguns anos mais tarde (1950), registrada por Isaura Garcia. De volta ao Rio de Janeiro, compôs em 1938 o jingle “Esquina da sorte”, em parceria com Lamartine Babo,feito para uma casa lotérica e gravado pelo próprio Lamartine em dueto com Aracy de Almeida. Em 1940, transferiu-se para a Rádio Tupi de São Paulo. Em 1945, foi convidado a trabalhar na Rádio Record de São Paulo onde permaneceu por 26 anos, aposentando-se em 1971.

Em 1946, obteve grande sucesso com a composição “Sabiá lá na gaiola” (com Mário Vieira), lançada por Carmélia Alves . Em 1951, destacou-se com o baião “Cabeça inchada”, também gravao por Carmélia Alves. Neste mesmo ano, teve composições gravadas por Dalva de Oliveira – “Esta noite serenou”, Ivon Curi – “Me leva” (com Rochinha) e Dick Farney – “Uma loura”.

Em 1964 compôs músicas no estilo “jovem guarda” entre as quais “Rua Augusta”, “Boliche legal” e a versão da música “Biquíne de bolinha amarelinha”.

De sua produção, algumas composições foram feitas em parceria com seus filhos Ronnie Cord e Hervé Cordovil. Em 1966, compôs “Canto ao Brasil”, peça sinfônica orquestrada por Gabriel Migliori e executada pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.

Em 1977, participou do show comemorativo “30 Anos de Baião”, realizado no Teatro Municipal de São Paulo, ocasião na qual também se apresentaram Luiz Gonzaga, Carmélia Alves e Humberto Teixeira.

Em 1997, foi publicado o livro “Hervé Cordovil – um gênio da música popular brasileira” de autoria de Maria do Carmo Tafuri Paniago.
(Fonte: www.dicionariompb.com.br)

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