Ian Richardson, ficou conhecido por seu papel na série de comédia House of Cards, sucesso da BBC na década de 90

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Ian Richardson (Edimburgo, 7 de abril de 1934 – Londres, 12 de fevereiro de 2007), ator escocês que ficou conhecido por seu papel na série de comédia House of Cards, uma produção britânica feita pela BBC e que foi sucesso entre 1990 e 1995. O programa se baseia no livro de Michael Dobbs, publicado no fim dos anos 1980.

A versão britânica é protagonizada pelo ator e fundador da Royal Shakespeare Company, Ian Richardson (1934-2007). Assim como a versão americana, o drama político é recheado de ganância, corrupção e ambição. A trama narra a história de Francis Urquhart, um membro do parlamento britânico que sonha com o poder. Impecavelmente diplomático, charmoso, admirado e respeitado por todos, ele se torna um vilão tenebroso, mas carismático, que compartilha com os espectadores seus pensamentos mais íntimos – como Frank Underwood.

Em uma disputa com outros parlamentares, jornalistas e publicitários, Francis pretende fazer seus adversários caírem um por um, retratando disputas movidas por amor e, mais frequentemente, por interesses, o que compõe o ambiente de intrigas, traições, maldades e assassinatos que inspiraram a versão americana.

House of Cards britânica é composta por três temporadas, totalizando 12 episódios de aproximadamente 55 minutos cada. Além de Richardson, o elenco conta com nomes como Susannah Harker, Miles Anderson, Alphonsia Emmanuel, Malcolm Tierney, Isabelle Amyes e Kenny Ireland.

A fama veio com o maquiavélico político Francis Urquhart da série House of Cards, inspirada no romance homônimo de Michael Dobbs. Foi com o papel que venceu o Bafta – o “Oscar britânico” – de melhor ator. O livro foi escrito por Michael Dobbs, político integrante do Partido Conservador, que era chefe do estado do Reino Unido antes da posse de Margaret Thatcher, primeira-ministra de 1979 a 1990.

 

Ian Richardson protagonizou a versão britânica da série ‘House of Cards’ (Divulgação/VEJA/VEJA)

 

O ator escocês ficou famoso pelo papel da satírica série de televisão House of Cards, transmitida pela BBC na década de 90, começou sua carreira artística cursando a academia Royal Shakespeare Company e posteriormente atuando em peças da Broadway, nos anos 60. Ele recebeu uma indicação ao prêmio Tony pela interpretação do professor Henry Higgins no revival da peça My Fair Lady.

Nascido no dia 7 de abril de 1934, Ian Richardson começou sua carreira artística em peças da Broadway nos anos 60, quando tinha mais de 25 anos.

O seu último papel de sucesso foi em Murder Rooms: The Dark Beginnings of Sherlock Holmes, em que ele interpretava o Dr. Joseph Bell, mentor de Arthur Conan Dayle.

Na Europa, Richardson era o rosto por trás dos comerciais da mostarda Grey Poupon, onde protagonizou o papel de um excêntrico por mais de dez anos na TV.

Nos cinemas, o ator foi destaque em Brazil – O Filme (longa surreal de 1985) e 102 Dálmatas (2002), da Disney.

Richardson trabalhou também em alguns filmes, entre eles Brasil – O Filme (1985), dirigido por Terry Gilliam, membro do Monty Python (grupo que criou a série cômica Monty Pythons Flying Circus), e com Robert De Niro no elenco.

Ian Richardson, 72 anos, morreu na sexta feira em Londres,

De acordo com seu porta-voz Jean Diamond, Richardson morreu dormindo. “Ele não estava doente. Não havia quaisquer indícios disso”, declarou.

(Fonte: http://cinema.terra.com.br/noticias – DIVERSÃO – CINEMA – 12 de fevereiro de 2007)

(Fonte: http://veja.abril.com.br/entretenimento – ENTRETENIMENTO / Por Da Redação – 14 jun 2016)

(Fonte: http://atarde.uol.com.br/mundo/noticias – MUNDO – Agencia Estado – 09/02/2007)

 

 

 

 

Versão original de “House of Cards” entra na programação da Netflix

Produção britânica da BBC foi exibida nos anos 1990 e mostra ascensão de político que joga sujo para chegar ao poder como primeiro-ministro

 

Ian Richardson interpreta Francis Urquhart, ardiloso político que escala rumo ao poder no parlamento britânico (Foto: BBC / Divulgação)

 

A Netflix colocou no ar a versão original daquela que é sua mais badalada produção: House of Cards, série que mostra as ardilosas e criminosas maquinações do congressista Francis Underwood (Kevin Spacey) para assumir a presidência dos Estados Unidos. Realizada com o reconhecido padrão de qualidade da rede britânica BBC, House of Cards, a matriz, foi exibida em três temporadas de quatro episódios cada — em 1990, 1993 e 1995. A atração acompanha a rede de intrigas, traições e até assassinatos urdida por Francis Urquhart (Ian Richardson), figura que emerge do segundo escalão do Partido Conservador em meio ao processo de escolha do sucessor de Margaret Thatcher no cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha – conhecida como “Dama de Ferro”, ela ficou no poder de 1979 a 1990.

Profundo conhecedor das entranhas do poder, Urquhart, ao se ver fora da equipe do novo premiê eleito pelos conservadores, começa uma diabólica campanha para derrubá-lo em na sequência, eliminar um a um os possíveis substitutos, até se tornar ele próprio um natural aspirante ao posto. E faz isso articulando, nas sombras, chantagens e difamações enquanto, em público, posa de leal soldado do partido e ombro amigo do companheiros defenestrados. Um canalha com pinta de aristocrata, em suma.

Se a versão americana de House of Cards exibe o efetivo embaralhamento estético entre televisão e cinema que consolidou os seriados como produtos de primeira linha, pode-se dizer que a produção original britânica tem sua dramaturgia e sua encenação, ambas vigorosas, mais atreladas ao teatro, investindo nos planos e contraplanos fechados e em poucas cenas externas. Entre muitos bons atores, quem brilha é o escocês Ian Richardson (1934 — 2007), que marcou seu nome nos palcos como um dos gigantes intérpretes de Shakespeare — autor que, aliás, tão bem retratou o universo das intrigas palacianas.

Urquhart combina características de dois célebres personagens shakespeareanos: a vilania dissimulada de Iago, de Otelo, e a ambição desmedida pelo poder de Macbeth — deste, a propósito, ele faz a horas tantas uma citação para comemorar mais um adversário tombado: “Tranquilo dorme agora, depois das convulsões febris da vida”.

Um dos trunfos da narrativa é a interação de Urquhart com o espectador, quando ele quebra a quarta parede cenográfica para explicar, olhando para a câmara, suas motivações e movimentos. Com uma peculiar combinação de fleuma e cinismo, temperada pelo corrosivo humor britânico, Richardson faz de Urquhart um tipo antológico. O recurso de falar para a câmera é tão apropriado ao personagem que é repetido por Spacey na versão americana da série.

Afora a qualidade de seu elenco e de seu texto, House of Cards transcorre sobre um importante contexto histórico: a derrocada da União Soviética e seu impacto na nova ordem política mundial, movimento que reforçou a posição da Grã-Bretanha na Europa. A série também destaca uma fundamental diferença entre as engrenagens que movem os sistemas presidencialista dos EUA e parlamentarista da Grã-Bretanha, esse espelhado em uma monarquia  figurativa, porém simbólica e influente juntos a seus súditos.

Alguns momentos saborosos da trama surgem justamente do embate de Urquhart com o novo rei britânico, que ascende ao trono enquanto ele consolida-se como líder político do país. O jovem monarca defende urgentes ações de cunho social para combater a recessão e o desemprego provocados pela austeridade da era Thatcher. Urquhart faz pouco caso: “O socialismo morreu, e ele quer ressuscitá-lo”. Ou, mais ácido, comenta com uma assessora: “Com três Bentley na garagem, ele vem dizer que sabe o que os pobres estão passando”.

House of Cards tem origem na trilogia literária escrita por Michael Dobbs, jornalista que foi assessor de Margaret Thatcher e de seu sucessor, o também conservador John Major. A intimidade com o poder deu a Dobbs munição para descrever com notável precisão as artimanhas do carteado político, a bizarra galeria de tipos criados e alimentados nas entranhas do poder e as improváveis situações que nem o mais competente roteirista de ficção seria capaz de criar. Quem acompanha o dia a dia de Brasília sabe o quanto as ações e reviravoltas do teatro real podem surpreender e chocar, arrancar risos e lágrimas, como nos mais inspirados textos de Shakespeare.

(Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/tv/noticia/2016/05 – ENTRETENIMENTO – Intrigas palacianas/ Por: Marcelo Perrone – 07/05/2016)

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