Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Câmara dos Deputados
Ex-deputado presidiu a Câmara durante o processo de impeachment de Fernando Collor.
Ibsen Valls Pinheiro (São Borja, 5 de julho de 1935 – Porto Alegre, 24 de janeiro de 2020), ex-deputado federal, foi ex-presidente da Câmara dos Deputados, presidiu a Câmara durante o processo de impeachment de Fernando Collor.
Ele foi presidente da Câmara durante o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992.
Filiado ao MDB do Rio Grande do Sul, foi deputado federal por quatro legislaturas, entre 1983 e 2011. Ibsen também foi integrante da Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela Constituição de 1989.
Além da carreira política, Ibsen era jornalista, advogado e atuou como promotor e procurador da Justiça. Ele trabalhou na Rádio Gaúcha e Zero Hora, durante a década de 1960 e depois, retornando em 1971.No futebol, ele foi presidente do Sport Club Internacional.
Trajetória
Natural de São Borja, nascido em 5 de julho de 1935, Ibsen Pinheiro morava no bairro Petrópolis, em Porto Alegre.
A carreira na política começou em 1976, quando foi eleito vereador de Porto Alegre pelo MDB. Dois anos depois, elegeu-se deputado estadual e em 1983, deputado federal, retornando em 1986.
No início da década de 1990, Ibsen Pinheiro foi um dos nomes mais importantes da política nacional, presidindo a Câmara dos Deputados em Brasília, entre 1991 e 1993. No ano seguinte, acabou afastado da vida política diante do escândalo dos anões do Orçamento. Ele teve o mandato cassado por 296 votos a favor e 139 contra, em um processo polêmico. A ação criminal foi arquivada por falta de provas.
O jornalista voltou à câmara dos deputados em 2006 e, em 2014, se reelegeu deputado estadual, cumprindo seu mandato na Assembleia Legislativa até 2018.
“Emenda Ibsen”
O ex-deputado foi autor da proposta para alterar a distribuição dos royalties de petróleo, prejudicando Estados produtores, principalmente o Rio de Janeiro. A proposta ficou conhecida como “Emenda Ibsen”. Aprovada pelo Congresso em 2010, a Emenda de Ibsen, elaborada em parceria com os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) e Humberto Souto (PPS-MG), previa a distribuição igualitária dos royalties do petróleo entre todos os Estados e municípios.
A lei não chegou a entrar em vigor porque foi vetada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À época, Ibsen acabou se tornando alvo de protestos no Rio de Janeiro.
O ex-deputado Ibsen Pinheiro faleceu em 24 de janeiro de 2020, aos 84 anos, no Hospital Dom Vicente Scherer, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre.
Repercussão
Em uma rede social, o presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia, lamentou a morte de Ibsen e disse que ex-deputado comandou a casa em um dos momentos mais importantes da democracia brasileira, além de ser um exemplo.
“Ibsen foi um exemplo para mim, tive a oportunidade de conviver e aprender muito com ele. Perdemos um homem público diferenciado”, escreveu Maia.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, afirmou que Ibsen foi um dos mais brilhantes políticos brasileiros. “Com uma enorme capacidade de formulação e de compreensão da política. Fará muita falta ao Rio Grande e ao Brasil!”, escreveu em uma rede social.
O Sport Club Internacional também prestou homenagem ao político e ex-presidente do time. “Nossos caminhos estarão ligados para sempre. A paixão e o trabalho de Ibsen Pinheiro levaram o Clube do Povo ao topo do Brasil”, postou o clube.
O governador Eduardo Leite (PSDB) lamentou a morte e decretou luto oficial de três dias no Rio Grande do Sul. “Recebi com tristeza a notícia do falecimento do deputado Ibsen Pinheiro. Ibsen foi homem público incansável na luta por um país melhor. Sua trajetória política, marcada pelo diálogo e pelo respeito, deixa grande legado ao Brasil”, escreveu Leite.
(Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/01/25 – RIO GRANDE DO SUL / NOTÍCIA / Por G1 – 25/01/2020)
(Fonte: https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/01/25 – POLÍTICA / Por Agência O Globo — Brasília – 25/01/2020)