Introduziu a literatura urbana no Rio Grande do Sul

0
Powered by Rock Convert

Dyonélio Machado, um dos grandes escritores gaúchos do século 20.

Dyonélio Machado (Quaraí, 21 de agosto de 1895 – Porto Alegre, 21 de agosto de 1985), escritor reconhecido ainda que tardiamente como uma das maiores expressões literárias formadas no Rio Grande do Sul. Nascido em Quaraí em 21 de agosto de 1895, cidade do Rio Grande do Sul situada na fronteira com o Uruguai, o psiquiatra Dyonélio Machado trabalhou nessa especialidade, mas ficou nacionalmente conhecido como militante político (integrou o Partido Comunista) e como um escritor rebelde.

Foi ele que introduziu a literatura urbana no Rio Grande do Sul. Seus livros mais conhecidos – Os Ratos e O Louco do Cati – são considerados por muitos como alguns dos maiores romances escritos no Brasil. Numa ficção enxuta, misturam um forte apelo social com vivências psicológicas e existenciais. Para Guimarães Rosa, O Louco do Cati era um dos três romances mais importantes que lera. Escreveu também Um Pobre Homem e Deuses Econômicos, entre outros.

Durante o Estado Novo, Dyonélio foi preso por sua atividade política. Antes de ser ficcionista e médico, foi jornalista, fundador de O Farrapo e diretor do vespertino Ação Social, escrevendo também sob o pseudônimo de B. Felipe e Bjovulf. Dyonélio morreu em 21 de agosto de 1985, aos 90 anos, em Porto Alegre.
(Fonte: Zero Hora – ANO 44 – N° 15.333 – Túnel do Tempo – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – 21 de agosto de 2007 – Pág; 46)

Nascido em 21 de agosto de 1895, em Quaraí, cidade do Rio Grande do Sul situada na fronteira com o Uruguai, Dyonelio Tubino Machado transferiu-se ainda jovem para Porto Alegre, onde, além do Jornalismo, praticou a Medicina Psiquiátrica, trabalhando no Hospital São Pedro. De seus estudos para o exercício profissional resultou a tese de Doutorado Uma definição biológica do crime, defendida em 1933. O tema conjugava dois pólos de interesse do autor, quais sejam a questão médica e a social. Não por acaso, sua primeira publicação, em 1923, intitulava-se Política contemporânea- três aspectos. Seu comprometimento era tanto que o levou a participar da fundação da Aliança Nacional Libertadora, que fazia frente à ditadura imposta ao País por Getúlio Vargas. O fato custou-lhe a prisão, em 1935, quando foi transferido de Porto Alegre para o Rio de Janeiro. Lá, além de ficar detido por dois anos, estabeleceu contato com o Partido Comunista Brasileiro.

Sua estréia literária ocorreu em 1927, com os contos de Um pobre homem. Oito anos depois, a publicação da novela Os ratos granjeou-lhe, juntamente com Marques Rebelo, João Alphonsus e Erico Verissimo, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Essa obra, de que foi realizada versão para o teatro em 2001, narra um dia da vida do funcionário público Naziazeno Barbosa, que é despedido por ocupar seu tempo em busca de meios para pagar a conta do leiteiro, sob pena de a família não receber mais o alimento. Além das obras citadas, escreveu, entre outras, o romance de aventuras O louco do Cati (1942), os romances Desolação (1944) e Passos perdidos (1946), a Trilogia da Liberdade (Deuses econômicos, 1966; Sol subterrâneo, 1981, e Prodígios, 1980), bem como Endiabrado (1980), Fada (1982) e Ele vem do Fundão (1982). Faleceu em Porto Alegre, no dia 19 de junho de 1985.

Prêmios

1935 – Prêmio Machado de Assis, pelo romance Os ratos

1945 – Prêmio Felipe d”Oliveira, pelo romance Desolação

1979 – Grande Prêmio da Crítica, da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo

1979 – Posse na Academia Rio-Grandense de Letras (13/11/79), cadeira 38 – patrono, o poeta Eduardo Guimarães

1981 – Prêmio Jabuti, pelo romance Endiabrado.

1982 – Prêmio Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, pelo romance Nuanças

1984 – Placa de Prata, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, como homenagem oficial ao constituinte de 1947

1985 – Diploma de Honra ao Mérito, da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, através da Direção do Hospital São Pedro

1985 – Comenda Ordre des Arts et des Lettres, do Governo da França.

(Fonte: http://www.pucrs.br/delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural)

Powered by Rock Convert
Share.