Irlandesa vira primeira mulher a surfar no Irã
Quando a irlandesa Easkey Britton subiu em sua prancha em uma praia do Irã todo o vilarejo local veio vê-la.
Agora, Easkey, de 26 anos, é destaque de um documentário que fala sobre seu feito, o de ter sido a primeira mulher a surfar na república islâmica.
‘Eles foram tão amigáveis e tão curiosos. Eles nunca tinham visto alguém surfando antes’, afirma.
Assim que chegaram ao país, em março, a surfista e a cineasta francesa Marion Poizeauwere não tinham certeza de como seriam recebidas no Irã.
Quando estavam surfando na praia próxima a Chabahar, no sul do Irã, em setembro passado, um carro de polícia chegou a parar nas imediações, o que as deixou preocupadas. Mas logo o temor se mostrou infundado.
‘A polícia estava só conferindo se estava tudo bem. Eles estavam preocupados com as pedras na praia e queriam saber se nós sabíamos delas.’
Easkey conta que ela e a cineasta passaram a ter uma visão totalmente diferente sobre o país após a visita.
‘Fomos para esta república islâmica como duas mulheres à procura de ondas. No momento em que pousamos, eles foram muito hospitaleiros”, conta a surfista.
‘Eu comprei um hijab de lycra que não foi feito especialmente para o surfe, mas ele me cobriu. A água estava bem quente, mas o Irã não é um lugar para biquínis e pranchas de surfe.’
Agora, Easkey quer levar seu amor ao surfe para outras partes do mundo, onde há culturas em que mulheres não têm acesso ao esporte.
‘Existe uma pequena cultura de surfe em Bangladesh e na Índia. Mulheres e meninas estão aprendendo a surfar nas condições mais extremas, como na Faixa de Gaza.
Easkey foi batizada com o mesmo nome de um vilarejo na região costeira da Irlanda que é um tradicional destino de surfistas. A palavra deriva de ‘Iasc’, que significa peixe em gaélico. Ela pegou uma prancha pela primeira vez aos 4 anos de idade.
Easkey se diz totalmente apaixonada pelo mar. E, há duas semanas, apresentou sua tese de PHD sobre conservação marinha, na Universidade do Ulster, na Irlanda do Norte.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1167034- DA BBC BRASIL – 10/10/2012)