Irmã Dulce, Maria Rita Souza Brito Lopes Pontes. Criou a Fundação Obras Sociais de Irmã Dulce

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Irmã Dulce, nome religioso de Maria Rita Souza Brito Lopes Pontes. Filha de um próspero dentista, desde a infância fez da caridade a grande missão de sua vida. Religiosa conhecida em todo o país pela obra social que realizou em Salvador. Para os habitantes da capital da Bahia, onde ela nasceu e viveu, a freira era uma santa viva.

Da janela da casa dos pais, a garotinha levada que adorava futebol distribuía comida aos pobres. Ao receber o hábito de freira, aos 18 anos, passou a socorrer menores abandonados, mendigos e doentes nas ruas de Salvador. Criou a Fundação Obras Sociais de Irmã Dulce, que mantém um orfanato para 300 crianças, e o Hospital Santo Antônio, com 1 000 leitos, para indigentes.
No início, recolhia pessoas que dormiam nas ruas – primeiro a pé, depois numa Kombi. Mais tarde, a população passou a encaminhar-lhe as pessoas carentes. Apesar de sofrer de enfisema pulmonar há mais de vinte anos, Irmã Dulce era uma fortaleza humana.

“Ela é o melhor administrador do Brasil”, afirmava o banqueiro e ex-ministro Ângelo Calmon de Sá, impressionado com a habilidade da freira em arrecadar verbas para suas obras sociais. Sua luta para conseguir dinheiro lhe valeu o apelido de “freira pidona”, por solicitar doações em nome de Deus.

“Você não gostaria de abrir uma poupança no céu?”, perguntava ela. Para construir um centro cirúrgico, no Hospital Santo Antônio, ela recorreu ao então presidente Figueiredo. “Pode deixar, irmã, vou lhe arranjar o dinheiro nem que precise assaltar um banco”, respondeu-lhe Figueiredo. A freira não perdeu tempo: “O senhor pode contar comigo para o assalto”. Indicada para o Prêmio Nobel da Paz, Irmã Dulce não ligava para honrarias. “Nenhuma dessas obras é minha”, dizia ela. “São de Deus.” Em outubro, já internada, recebeu seu maior presente: uma visita do papa João Paulo II. O governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, decretou luto oficial de três dias no Estado. “A Bahia e o Brasil perderam uma santa”, afirmou ele.
Irmã Dulce morreu dia 13 de março de 1992, aos 77 anos, de falência múltipla dos órgãos, em Salvador, Bahia.

(Fonte: Veja, 18 de março, 1992 – Edição 1226 – Datas – Pág; 91)

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