Filósofo húngaro
Pensador foi um dos principais intelectuais marxistas contemporâneos
István Mészáros (Budapeste, 19 de dezembro de 1930 – Margate, Reino Unido, 1° de outubro de 2017), filósofo e teórico marxista húngaro, foi um dos primeiros marxistas a identificar a crise ambiental global como uma contradição central do capitalismo tardio.
Um dos principais pensadores marxistas do século 20, Mészáros ficou conhecido por livros como o incontornável Para Além do Capital e conta com várias outras obras publicadas no Brasil.
István Mészáros nasceu em Budapeste, em dezembro de 1930. Foi um importante filósofo marxista, escritor e militante. Publicou mais de 20 livros em sua carreira, como o premiado “A Teoria da Alienação em Marx”.
Seguidor próximo de Lukácz, Mészáros iniciou sua vida como operário em Budapeste, o que lhe conferiu meios para fazer sua graduação em filosofia pela Universidade de Budapeste. Foi assistente do pensador György Lukács no Instituto de Estética e destacou-se pelo seu brilhantismo e por seu discurso, considerado radical por muitos.
Influenciou a criação das bases teóricas de movimentos sociais ao redor do mundo, o que lhe rendeu uma homenagem do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em sua última visita ao Brasil, em 2007. Em nota, O MST lamentou a morte e destacou que “a ousadia provocadora de sua obra revela uma juventude marcante em Mészáros que o acompanhou por toda sua vida”.
Mészáros deixa uma vasta obra, ao qual se destaca “A Teoria da Alienação em Marx”, livro que lhe rendeu o título de pesquisador emérito da Academia de Ciências Cubana, em 2006 e o Prêmio Libertador al Piensamiento Crítico, concedido pelo Ministério da Cultura da Venezuela no mesmo ano.
Dedicou seus últimos 15 anos ao livro “Para Além do Leviatã: crítica do Estado”, que foi lançado no Brasil pela Editora Boitempo. Entre outras obras, destacam-se “Para Além do Capital” (2002), “O Século XXI” (2003) e “O Poder da Ideologia” (2004).
Em Para Além do Leviatã, Mészáros faz uma crítica radical do Estado. O livro ficou inconcluso quando de sua morte e foi organizado pelo sociólogo estadunidense John Bellamy Foster.
Para o autor, as catástrofes ambientais e militares de proporções globais são provocadas pelos Estados-Leviatã, e por isso ele propõe a necessidade do “fenecimento do Estado” como condição de sobrevivência da humanidade, dando origem a uma estrutura globalizada.
Em 1970, recebeu o primeiro Prémio Memorial Alemão [Deutscher Memorial Prize] pelo seu livro A Teoria da Alienação em Marx [Marx’s Theory of Alienation]. Professor Emeritus da Universidade de Sussex, em Inglaterra, trabalhou também em universidades na Escócia, Itália, Canadá, México.
Entre as várias teses desenvolvidas por Mészáros, destaca-se a distinção entre capital e capitalismo, publicada em Para além do capital. Para o autor, o capitalismo é uma das formas de realização do capital, a forma dominante nos últimos três séculos. Mas, assim como existia capital antes do capitalismo, há capital após o capitalismo (o que o autor denomina como capital pós-capitalista), vigente na URSS e demais países do Leste Europeu, durante várias décadas do século 20. Estes países, embora pós capitalistas, foram incapazes de romper com o domínio do capital.
A Boitempo, editora de São Paulo, publicou em português do Brasil vários livros da sua obra: Para além do capital (2002), O século XXI (2003), O poder da ideologia (2004), A educação para além do capital (2005), O desafio e o fardo do tempo histórico (2007), Filosofia, ideologia e ciência social (2008), A crise estrutural do capital (2009), Estrutura social e formas de consciência, v. I e II (2009 e 2011), Atualidade histórica da ofensiva socialista (2010), A obra de Sartre (2012), O conceito de dialética em Lukács (2013) e A montanha que devemos conquistar (2015).
István Mészáros faleceu em 1° de outubro.
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por ESTADÃO CONTEÚDO / Redação – 01/10/2021)
(Fonte: https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia – POLÍTICA E ECONOMIA / REDAÇÃO – 2 de out de 2017)
(Fonte: https://www.esquerda.net/artigo – CULTURA – 4 de Outubro, 2017)