Itamar Franco, ex-presidente da República e senador (PPS-MG)

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Itamar Franco (Salvador, 28 de junho de 1930 – São Paulo, 2 de julho de 2011), ex-presidente da República e senador (PPS-MG), o presidente do Plano Real, o vice que assumiu após o impeachment de Fernando Collor.

Foi durante o mandato de pouco mais de dois anos – entre outubro de 1992 e dezembro de 1994 – à frente do Palácio do Planalto que surgiu o Plano Real, programa econômico responsável pela estabilização da moeda. O plano, apresentado pelo então ministro Fernando Henrique Cardoso, permitiu o crescimento e o otimismo que o País viveu nas últimas duas décadas.

Ao mesmo tempo em que enfrentava a inflação, Itamar foi alvo da língua afiada de críticos de seu governo, que apelidaram sua gestão de “República do Pão de Queijo”, uma alusão às nomeações de políticos do segundo e terceiro escalões de Minas Gerais, seu berço político, para ministérios em Brasília. Depois do mandato, de volta a Minas, Itamar exibiu um lado genioso ao decretar a moratória das dívidas do Estado.

Trajetória

Nascido em 28 de junho de 1930 em um barco que ia de Salvador, capital baiana, para o Rio de Janeiro, capital fluminense, Itamar Augusto Cautiero Franco foi criado em Juiz de Fora.

Órfão de pai, teve infância pobre na cidade, localizada a 260 quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte. Formou-se em engenharia e eletrotécnica pela Escola de Engenharia de Juiz de Fora, em 1955.

Antes de iniciar sua carreira política, foi auxiliar de estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), topógrafo do Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), diretor da Divisão Industrial de Juiz de Fora e do Departamento de Água e Esgoto de Juiz de Fora, eletrotécnico, industrial, engenheiro, servidor público e administrador.

Pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Itamar elegeu-se prefeito de Juiz de Fora em 1966 e 1972. No segundo mandato como prefeito, permaneceu por apenas um ano e deixou o cargo em busca de voos mais altos. Chegou ao Senado pela primeira vez em 1974, sendo reeleito em 1982. Em 1986, disputou e perdeu o governo de Minas para Newton Cardoso, hoje deputado federal pelo PMDB.

Real, Fusca e carnaval

Para candidatar-se a vice-presidente, Itamar filiou-se ao PRN em 1989, ano em que foi eleito na chapa encabeçada pelo ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PRTB-AL). Com o impeachment de Collor, Itamar assumiu a presidência em dezembro de 1992, com inflação anual de 1.100%.

Em 1993, primeiro ano do governo Itamar, enquanto a inflação chegou a 6.000%, ministros da Economia passaram pelo desafio de estabilizar a moeda até que o ministro Fernando Henrique Cardoso apresentou a proposta de implementação do Plano Real. O plano deu certo. Com a inflação em queda, subia a popularidade de Itamar e de Fernando Henrique, eleito seu sucessor.

No mesmo ano, Itamar decidiu incentivar a venda de carros populares no Brasil e, por sugestão do presidente, a Volkswagen retomou a fabricação do Fusca, interrompida em 1986. A comercialização do carro não correspondeu às expectativas e o plano do presidente foi abortado prematuramente. Contudo, o “Fusca Itamar”, como ficou conhecido, até hoje reúne uma legião de apaixonados pelo modelo mais popular da história automotiva brasileira.

No carnaval de 1994, segundo e último ano de seu mandato, o então presidente Itamar Franco foi fotografado no camarote da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, na Sapucaí, ao lado da modelo Lilian Ramos. A surpresa era que a jovem cearense, então com 27 anos, estava sem calcinha. As fotos da morena só de camiseta ao lado do presidente brasileiro foram publicadas em dezenas de jornais e revistas no País e do mundo. Apesar do discurso de escândalo adotado pela oposição, o episódio acabou rendendo uma série inesgotável de comentários bem humorados sobre o presidente.

Itamar inspirou cartunistas e cronistas com sua principal característica física, um topete minuciosamente penteado

De volta a Minas

Depois de deixar a presidência e eleger FHC seu sucessor, em 1994, Itamar foi eleito governador de Minas Gerais pelo PMDB em 1998. Polêmico, ele declarou moratória da dívida do Estado à União, por 90 dias, logo quando assumiu, em janeiro de 1999. Com a medida, ele comprou briga não apenas com o Governo Federal, mas também com outros Estados, temerosos com uma eventual desestabilização econômica.

Um dos argumentos utilizados por Itamar para declarar a moratória foi o de que a dívida de Minas com a União, à época em R$ 16,2 bilhões, não tinha como ser paga. Cerca de um mês após o comunicado, a União renegociou a dívida de Minas. A medida, entretanto, causou turbulência na sua relação com o então presidente FHC. Itamar também se posicionou contra a privatização de Furnas, à época em que governou Minas.

Quatro anos depois, apoiou a candidatura do hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se tornou governador e foi reeleito também com o apoio de Itamar. Quando terminou seu primeiro mandato no Senado, o ex-presidente tornou-se embaixador do Brasil na Itália, onde morou até 2005, por indicação do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP).

Ao regressar para o Brasil, em 2006, após tentativa fracassada de disputar o Senado, Itamar decidiu deixar o PMDB. Ele foi derrotado internamente em convenção por Newton Cardoso, para quem perdeu a disputa ao Governo de Minas em 1986. Candidato ao Senado, Newton perdeu a disputa para Eliseu Resende (PFL, atual DEM).

Em 2009, Itamar filiou-se ao PPS. No novo partido, concorreu novamente ao Senado por seu Estado e venceu, com o apoio de Aécio, derrotando adversários como o atual ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT). Atualmente, possuía grande influência na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O presidente da companhia, Djalma Bastos de Morais, ocupa o posto desde o tempo em que Itamar era governador do Estado. Itamar estava afastado de suas atividades no Senado para tratar-se da leucemia em São Paulo.

Vítima de leucemia, o vice que assumiu após o impeachment de Fernando Collor morreu aos 81 anos
após um acidente vascular na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O senador, que havia contraído uma pneumonia grave durante o tratamento contra leucemia ao qual era submetido desde o dia 21 de maio, era divorciado e deixa duas filhas.
(Fonte: www.ultimosegundo.ig.com.br – Politica/ Por Fred Raposo, iG Brasília – 2 de julho de 2011)
Denise Motta, iG Minas, e Nara Alves, iG São Paulo)

O ex-presidente, que governou o país de 1992 a 1994, após a renúncia de Fernando Collor de Mello, completou 81 anos no último dia 28 de junho. Itamar também governou o Estado de Minas Gerais entre 1999 e 2003 e foi eleito senador no ano passado, com 5.125.455 votos.

PERFIL

O engenheiro Itamar Augusto Cautiero Franco nasceu em 28 de junho de 1930 a bordo de um navio. Ele foi registrado em Salvador (BA). Sua carreira política teve início no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), legenda pela qual foi eleito prefeito de Juiz de Fora em duas gestões, entre 1967 e 1971 e entre 1973 e 1974.

Também representando o MDB, Itamar chegou a Brasília para seu primeiro mandato como senador em 1974. Ele se reelegeu em 1982, já como militante do PMDB.

Quatro anos depois, Itamar migrou para o PL, após divergências com o diretório mineiro do PMDB. Ele chegou a concorrer ao governo de Minas, mas perdeu a disputa para a antiga legenda.

Em 1989, durante as primeiras eleições diretas para presidente depois da ditadura militar, Itamar foi eleito vice-presidente do Brasil pelo PRN, na chapa de Fernando Collor de Melo. Collor recebeu 20 milhões de votos no primeiro turno e 35 milhões no segundo turno, contra o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

PRESIDÊNCIA

Itamar Franco assumiu a Presidência da República em 2 de outubro de 1992, depois da renúncia de Collor e do processo que levou ao seu impeachment. O mineiro nascido na Bahia permaneceu no cargo de comandante em chefe da nação durante dois anos, três meses e 29 dias.

Seu governo foi marcado por uma coalizão de partidos com o objetivo de garantir a governabilidade e a estabilidade democrática após o processo de impeachment que mobilizou a sociedade e os crescentes problemas econômicos, como a escalada da inflação.

Entre os feitos de Itamar como presidente está a aprovação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) que, em 1996, passou a se chamar CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

Em 1993, o governo realizou um plebiscito previsto na Constituição de 1988 para escolher a forma e o sistema de governo brasileiros. O resultado confirmou o regime republicano e o sistema presidencialista.

Ainda durante a gestão de Itamar, em 1993, Fernando Henrique Cardoso foi nomeado ministro da Fazenda, e incumbido com a tarefa de combater a inflação. No mesmo ano, o Brasil adotou o Cruzeiro Real, e foi lançado o Plano de Estabilização Econômica, que preparava o país para a introdução de uma nova moeda.

Em julho de 1994, o real começou a circular.

A estabilidade econômica do Plano Real garantiu a FHC a vitória na disputa presidencial daquele ano.

VIDA PÚBLICA

Desde que passou a faixa de presidente a FHC, em 1º de janeiro de 1995, Itamar seguiu na vida pública. Ele se tornou embaixador do Brasil em Portugal entre 1995 e 1996 e, depois, representou o país na OEA (Organização dos Estados Americanos) de 1996 a 1998.

Neste ano, depois de não ter conseguido a indicação do PMDB para disputar a Presidência, Itamar venceu as eleições para o governo de Minas Gerais.

Ele tentou concorrer nas eleições presidenciais de 2002 e 2006, mas perdeu a indicação do partido novamente para outros candidatos. Em 2009, Itamar anuncia sua filiação ao PPS e, no ano seguinte, disputa as eleições para o Senado.

O ex-presidente foi eleito senador por Minas com 5.125.455 votos. Seu primeiro suplente é José Perrela de Oliveira Costa.

(Fonte: www.esmaelmorais.com.br)

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