Ivan Martin Jirous (23 de setembro de 1944 – Praga, 10 de novembro de 2011), poeta e ex-dissidente checo. Jirous subscreveu a Carta 77, o manifesto anti-comunista
Com cerca de uma dezena de volumes de poesia publicados, Jirous subscreveu a Carta 77, o manifesto anti-comunista contrário à política de Moscovo e ao regime totalitário da então Checoslováquia, que viria a abrir caminho à chamada Revolução de Veludo de 1989 e que teve Jiri Grusa, Jiri Hajek e Vaclav Havel entre os seus signatários.
Conhecido por “Magor” (Louco) pelos seus amigos, Ivan Martin Jirous passou oito anos detido nas prisões do anterior regime.
Ivan Martin Jirous também é conhecido por ter assumido a direção artística da banda rock Plastic People of the Universe, proibida pelo regime de Praga nos anos 1970.
“Sinto-me profundamente afetado pela morte de Ivan Jirous”, disse hoje à imprensa checa o escritor e antigo presidente do país Vaclav Havel.
“Ele foi um bom amigo ao longo dos anos”, prosseguiu o autor de “Carta a Olga”.
“Estou contente por Magor ter chegado a conhecer tempos melhores, que lhe permitiram investir em si mesmo e na sua obra”, concluiu Vaclav Havel, líder da Revolução de Veludo e chefe de Estado checo após a queda do regime comunista, em 1989.
Ivan Martin Jirous morreu dia 10 de novembro de 2011, em Praga aos 67 anos, de uma hemorragia.
(Fonte: http://www..folha.uol.com.br/ilustrada – DA REUTERS, EM PRAGA – 04/01/2012)
(Fonte: www.cmjornal.xl.pt – 10 de novembro de 2011)
Era considerado um ícone da dissidência checoslovaca.
Ivan Martin Jirous, poeta checo que esteve preso quase dez anos por defender a liberdade de expressão durante o comunismo e que inspirou a Revolução do Veludo em 1989.
Apelidado de Magor (Louco) pelos seus amigos, Ivan Martin Jirous foi um membro chave no movimento checo dissidente dos anos 1970 e depois no processo de mudança do país.
Começou por chamar à atenção como director artístico da banda de rock Plastic People of the Universe, proibida pelo regime de Praga, que acusava o grupo de distúrbio da ordem pública. Os confrontos com o regime acabariam por inspirar o manifesto anticomunista, assinado na Carta 77. Já neste período o poeta esteve preso pelo seu comportamento e pelas opiniões expressadas nos seus poemas.
Na memória mais recente fica a sua imagem característica, um cabelo grisalho comprido, e o seu gosto por festas.
Durante anos ele foi um grande amigo, que influenciou movimentos sociais no nosso país de uma forma decisiva, disse em comunicado, citado pela Reuters, o ex-presidente Vaclav Havel, que também esteve preso durante o regime e que foi um dos líderes da Revolução de Veludo e chefe de Estado checo após a queda do regime comunista, em 1989.
Eu estou feliz porque ele viveu para ver tempos melhores, para os quais contribuiu muito, e os meus pensamentos vão para ele e para o seu trabalho, acrescentou.
Eterno defensor da liberdade de expressão, Ivan Martin Girou disse uma vez numa entrevista que a sua luta era apenas permitir que as pessoas fizessem as suas próprias coisas. Mas qualquer actividade independente era uma ameaça para eles [regime]. Vivíamos numa sociedade onde os comunistas controlavam toda a vida pública.
Foi preso pela primeira vez em 1973/1974, depois de ter comido literalmente partes de um jornal do partido comunista enquanto cantava uma música anti-Russia num pub de Praga. No total, o poeta esteve preso oito anos e meio entre os anos 1970 e os anos 1980.
Na literatura destacou-se na poesia, tendo publicado mais de 20 colecções, algumas delas escritas nos tempos em que esteve preso.
Depois da queda do regime, Ivan Martin Jirous manteve-se uma figura conhecida e sempre crítica em relação àquilo que acreditava serem más políticas.
(Fonte: www.publico.pt/Cultura – Por Por Cláudia Carvalho – 10 de novembro de 2011)