Ivar Beckman, geneticista e agrônomo sueco, chamado de “o pai do trigo”, que chegou ao Brasil em 1923

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O Pai do Trigo no Brasil

 

Ivar Beckman (Linköping, Suécia, 7 de setembro de 1896 – Bagé (RS), 15 de março de 1971), geneticista e agrônomo sueco radicado no Brasil, chamado de “o pai do trigo”, que chegou ao Brasil em 1923, e se tornou responsável pela criação de 27 das 49 variedades de trigo cultivadas no sul.

Beckman foi pioneiro nos estudos de ciências agrárias no Estado do Rio Grande do Sul, além de fornecer e contribuir com uma parte da coleção de sementes de cultivares de trigo, soja, milho, entre outras espécies criadas por este cientista gaúcho.

A unidade de pesquisa da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), localizada em Veranópolis, foi fundada em 30 de maio de 1919 pelo Ministério da Agricultura e, em 1929, passou para a administração da Secretaria da Agricultura do Estado. A primeira denominação foi Estação de Seleção de Sementes de Alfredo Chaves.

Os primeiros trabalhos de pesquisa foram com populações locais de trigo, representando o primeiro registro de pesquisa com este cereal no Brasil. A ação deu origem às linhagens Alfredo Chaves, passo inicial para a realização dos primeiros cruzamentos de trigo efetuados no país.

A Fepagro Serra passou por períodos distintos desde a sua fundação: inicialmente seu fundador, o agrônomo eslovaco Karel Gayer, que fundou a primeira estação experimental gaúcha em 1919, e introduziu materiais das mais diferentes partes do mundo com a finalidade de observar sua adaptabilidade. Ele também fez coleta, seleção e multiplicação de cultivares de trigo encontrado nas lavouras de pequenos agricultores.

Em 1924, assumiu o agrônomo Iwar Beckman que realizou os primeiros cruzamentos de trigo no país. Esse trabalho foi o início do melhoramento genético do cereal. A partir de 1926, teve início a diversificação dos trabalhos técnicos, com a realização do melhoramento genético do milho e, em 1948, do melhoramento genético de soja. Desde 1929, são coletados dados meteorológicos, indispensáveis no planejamento das atividades agropecuárias. 

Figura ímpar do geneticista sueco nascido em Linköping, no dia 7 de setembro de 1896, e que morreu em Bagé, em março de 1971, e que chegou ao Brasil, em 1924, com 28 anos, já casado com a filandesa Alma Wickstrom.

Era um jovem talentoso que demostrava grande aptidão para a pesquisa, o que anunciava um futuro promissor ao assistente do professor Nilson Ehle (1873-1949), pioneiro da genética quantitativa, com quem estudou e trabalhou na Universidade de Lund.

No início dos anos 1920, os trigais brasileiros enfrentavam diversas pragas. Em função disso, o presidente Artur Bernardes entrou em contato com a maior autoridade mundial em trigo, o professor Ehle, convidando-o para vir ao Brasil. O consagrado geneticista não aceitou, mas indicou Iwar para enfrentar o desafio.

Em 1925, na antiga Estação de Seleções de Sementes de Alfredo Chaves (atual Veranópolis), Iwar realizou o primeiro cruzamento artificial em trigo no Brasil. Surgia aí a base genética do que se poderia chamar de trigos genuinamente brasileiros.

A revolução, de fato, viria com o trigo Frontana, lançado em 1940, uma variedade inovadora pelo ciclo (mais curto), pelo porte (mais baixo), pela resistência a doenças (especialmente ferrugens), pela tolerância à acidez do solo, pela adaptação, entre outras vantagens. Como as terras de Alfredo Chaves mostraram-se desfavoráveis ao trigo, os trabalhos foram transferidos para a Estação Experimental de São Luiz das Missões, onde Iwar continuou pesquisando.

Em 1928, seu contrato com o governo brasileiro terminou e não foi renovado. Iwar, com a esposa e seus dois filhos, nascidos no Brasil (Stina Birgitta e Ruy Guilherme), retornou para a Suécia, mas apenas um ano depois, a convite de Getúlio Vagas, então presidente do Rio Grande do Sul, a família retornou ao nosso país. O local escolhido, dessa feita, foi Bagé, onde foi implantada a Estação Experimental Fitotécnica da Fronteira, fundada em 1929. Iwar viveria lá até o final da sua preciosa vida.

Pessoas como ele, foram decisivas para o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso país.

Ivar Beckman faleceu em Bagé (RS), em 15 de março de 1971, de uma síncope, aos 74 anos.

(Fonte: Veja, 24 de março de 1971 – Edição 133 – DATAS – Pág: 72)

(Fonte: Zero Hora – Ano 54 – Nº 19.039 – 19 de março de 2018 – ALMANAQUE GAÚCHO / Por Ricardo Chaves – Pág: 28)

(Fonte: http://cib.org.br – EM DIA COM A CIÊNCIA – Página Rural-RS – 27/05/2011)

(Fonte: http://www.paginarural.com.br/noticia/5239/exposicao-mostra-historia-da-pesquisa-agropecuaria-no-estado – NOTÍCIAS – Eventos – Exposição – 18 de outubro de 2004)

 

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