Jack Parsons, desenvolveu um combustível de foguetes que orientou os EUA pela II Guerra Mundial.

Cientista genial ou magista talentoso, a vida de Jack Parsons

Ultrapassando a esfera terrestre, a Humanidade alcança o espaço sideral e consegue enfim afastar-se do seio de sua mãe Terra. O planeta parece então conquistado e um homem, há muito morto, satisfaz-se com seu trabalho mágico iniciado em vida sendo concluído após sua morte. O nome disso é legado.

Jack Parsons, nascido como Marvel Whiteside Parsons, posteriormente John Whiteside Parsons foi um homem singular. Sua vida foi conduzida em duas facetas: uma diurna onde era cientista, um protótipo de geek e nerd autodidata no campo de explosões e combustíveis; e uma outra face noturna com a qual promovia festas memoráveis e era o magista e mestre de loja de uma ordem chamada O.T.O. (Ordo Templi Orientis).

Seus biógrafos deixam bem claro que mesmo a maioria dos amigos de Parsons jamais conheceu a faceta noturna dele, assim como fica claro pela sua história que nenhum de seus confrades magistas conheceu sua faceta diurna. Elas sempre coexistiram sem se anular e sem que vazassem para o lado de lá, fazendo dele um homem que viveu intensamente suas duas vidas no tempo de apenas meia.

Super-herói, cientista louco, espião, mago insano. A versatilidade de Parsons só perde para a gama de possibilidades que ele apresenta enquanto personagem ficcional com base do que sabemos sobre sua vida. Ele pode ser lembrado como quem inventou os meios para que existisse a corrida espacial, como o subversivo que teve seu laboratório e sua mansão como alvo de espionagem do F.B.I. ou mesmo por ter sido o mentor daquele que futuramente fundaria a Igreja da Cientologia. Em qualquer uma dessas escolhas uma coisa é clara, Parsons não seria um personagem entediante.

No campo da Magia ele foi discípulo direto do grande Aleister Crowley e sob a tutela desse, controlou uma filial de sua ordem que alcançou o mundo e foi uma das responsáveis pelo reavivamento do interesse pela magia no ocidente. Nesse campo ainda, ele produziu trabalhos memoráveis como a Operação de Babalon entre vários outros escritos como o “Livro de Babalon” (seu quarto capítulo do livro da lei), “O Livro do Anticristo” (sua crítica ao cristianismo) entre outros. Justamente por conta desse campo da magia que talvez seu nome ainda esteja no escuro, mesmo tendo tanta importância para o mundo de hoje.

Qual a importância de um magista morto há mais de 60 anos, você pode estar se perguntando. A sonda que chegou em marte, os foguetes que lançaram o homem para o espaço e depois para a lua, mísseis que alcançam distâncias intercontinentais, em cada um desses lugares onde você encontrar um “Jato”, você terá o legado de Parsons. Ele foi inventor de inúmeros motores para jatos e dos combustíveis que os alimentam, combustíveis sólidos e que foram o seu grande diferencial em uma época onde viagens interplanetárias eram assunto apenas de ficção.

O Magista Inglês Aleister Crowley demonstrou em diversos momentos a oscilação de felicidade e tristeza por Parsons. A Besta percebera em Belarion (o nome mágico pelo qual Parsons ficou conhecido) caráter único dotado de qualidades magníficas para o campo da magia e da ciência, mas também teve o dessabor de ver falhas que precisavam ser sanadas. Principalmente uma personalidade romântica e até ingênua, que o fizeram ser passado para trás não apenas uma, mas pelo menos duas vezes no qual suas mulheres foram roubadas por homens que se alimentavam em sua própria casa e até mesmo perder sua mansão e fortuna para vigaristas.

Ciente de seu complexo de Édipo, Parsons abdicou de seu conforto e lançou-se no juramento do abismo, uma tarefa no qual o magista procura encontrar para todos fatos de sua vida uma razão especial e a atenção especial de Deus. Tal tarefa paira no limiar da paranoia e é capaz de transformar o mais são dos homens em um louco sem qualquer retorno. Belarion não conseguiu vencer seu complexo em vida, pois morreu cedo, aos 37 anos, e com isso deixou uma lacuna do quanto mais poderia ter contribuído para a evolução da ciência e da magia. Seu laboratório de Propulsão a Jato (J. P. L. – Jet Propulsion Lab) posteriormente passou a fazer parte da NASA, e ainda hoje existe e alguns até dizem que o J.P.L. nada mais foi que um acrônimo para Jack Parson”s Lab.

Ele envolveu-se com mulheres perturbadas e geniais, como as duas esposas que o deixaram (a primeira com o mestre anterior de sua loja e a segunda com o futuro fundador da Cientologia) e Marjorie Cameron, a “Estrela Absinto”, sua terceira e última companheira, uma atriz e artista de considerável renome em algumas subculturas. Como a maior parte dos fatos sobre sua vida, essa mulher entrou em seu caminho e tornou-se sua viúva de forma bem peculiar: após uma operação mágica para invocar um elemental de Fogo.

O interesse nesse cientista sem formação não é algo raro, seja no campo da ciência por jovens que procuram inspiração em figuras com feitos notáveis ou mesmo no campo da Magia, por suas ideias controversas e até certo ponto “heréticas”. A prova disso está na atualidade, seja em forma de quadrinhos narrando a vida de Parsons, seja em documentários comerciais ou caseiros e em biografias.

A morte de Parsons ainda é cercada de mistérios, pois ele foi vítima da explosão de uma substância de alta volatibilidade, o fulminato de mercúrio. Embora tenham alegado essa morte a um acidente, as teorias conspiratórias sobre esse evento são muitas, desde queima de arquivo, passando por punição divina e até mesmo como coroação de seu trabalho mágico, sendo vítima de seu próprio sucesso meio ao fogo.

Era considerado excêntrico por ser um visionário, foi um autodidata e jamais teve formação na área química, conhecia mecânica e pirotecnia e até hoje seu trabalho perdura. Como homenagem a suas contribuições, foi dado a uma cratera lunar o seu nome, mas talvez mais interessante seja saber que essa cratera está no lado distante da lua, também conhecido como “Lado Negro da Lua”.

Suas últimas palavras foram “Eu não terminei ainda…”, e tais palavras não poderiam ser mais precisas pois mesmo décadas após a sua morte, é o legado dele que permite que possamos explorar o espaço em naves e foguetes. Não obstante, seu maior trabalho foi o de vencer seu complexo de édipo e de que maior mãe ele poderia ter cortado seu cordão umbilical que da Mãe Terra em si?
O legado de Jack Parsons é a conclusão de seu Magnum Opus.
(Fonte: http://contraversao.com/gramateia-cybernoia-9-cientista-genial-ou-magista-talentoso-a-vida-de-jack-parsons – Cientista genial ou magista talentoso, a vida de Jack Parsons
Por: Ghad Arddhu – 09/10/2012)

Jack Parsons

Quando Jack Parsons não estava ocupado ajudando a fundar o Laboratório de Propulsão a Jato, ele praticava mágica e se chamava de Anticristo. Esse misterioso rapaz rebelde do programa espacial não teve educação formal, mas conseguiu desenvolver um combustível de foguetes que orientou os Estados Unidos pela Segunda Guerra Mundial e pelo espaço. De forma trágica, embora apropriadamente dramática, Parsons morreu numa explosão durante um experimento de laboratório em sua casa em 1952.
(Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/10-cientistas-loucos – 10 de julho de 2013)