Jacks Rabinovich (São Paulo, 20 de setembro de 1929 – 23 de setembro de 2016), empresário do setor têxtil, ex-CSN e ex-Vicunha
Rabinovich, de origem judaica e filho de imigrantes russos, nasceu em 20 de setembro de 1929, em São Paulo. Em 1952, formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Mackenzie. Um ano antes de se formar, começou a trabalhar na Fiação e Tecelagem Campo Belo S/A, empresa do pai, Sam Rabinovich. Especializou-se em engenharia têxtil, em 1954, no Lowel Institute, Massachussets, Estados Unidos. Em 1956, assumiu a direção geral da tecelagem.
Em 1965, Rabinovich e Mendel Steinbruch firmaram sua primeira parceria, fundando a Têxtil Brasibel. Dois anos depois, acertaram a compra do Lanifício Varam, então o maior da América do Sul. Criaram, assim, a bem-sucedida Vicunha. Em pouco tempo, a parceria Rabinovich-Steinbruch transformou a Vicunha no maior grupo têxtil do Brasil.
Em 1993, o grupo Vicunha adquiriu uma parcela da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN),tornando-se logo em seguida o maior acionista individual da empresa.
Jacks Rabinovich é membro do Conselho de Administração da CSN desde 1993, e seu vice-presidente desde 2001. Atualmente ocupa o cargo de Diretor-Presidente da Vicunha Siderurgia.
Jacks Rabinovich esteve por anos à frente do grupo Vicunha, uma das maiores tecelagens do mundo em produção de matéria-prima para calça jeans. Era engenheiro civil e estudou engenharia têxtil nos Estados Unidos nos anos 50. Dividiu a sociedade da Vicunha e, posteriormente, nos anos 1990, da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com a família Steinbruch, em uma parceria nos negócios que durou 60 anos.
Jacks Rabinovich foi um empresário à moda antiga. Construiu sua fortuna num tempo em que guardar dinheiro no banco e multiplicá-lo a partir de juros galopantes não era prática comum. O ponto de partida foi a indústria têxtil, numa pequena confecção montada em sociedade com a família Steinbruch. Cada centavo que os sócios economizavam era reinvestido na empresa, que produzia novos lucros, que era aplicado em outra fábrica, que gerava mais dividendos. Na metade do século XX, ser empreendedor era, de fato, empreender. Rabinovich era dessa época. É verdade que se adaptou ao longo do tempo e seu sucesso empresarial retrata bem isso.
As famílias Steinbruch e Rabinovich são donas, de um grupo que controla a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Vicunha Têxtil. Duas gigantes reunidas na holding Textilla, cujo controle é quase igual. Fica 45% para os Rabinovich (incluindo os herdeiros da irmã de Jacks, Clotilde) e 55% para os Steinbruch. Estima-se, no mercado, que só a parte dos Rabinovich na CSN valeria R$ 3 bilhões, isso sem contar a parcela na Vicunha, que ainda não foi avaliada.
A Vicunha é hoje um dos cinco maiores produtores do mundo de índigo, material usado nas populares calças jeans. Com um faturamento de R$ 1,65 bilhão, a empresa é conhecida em todos os continentes e emprega 3,5 mil funcionários. Está entre as três maiores companhias de tecido do País e é a única que produz desde o fio até o produto final. Com uma receita de R$ 8,3 bilhões, a companhia é um dos ativos mais desejados da siderurgia no mundo. Bastou Rabinovich sinalizar que poderia vestir o pijama para que o mercado começasse a se mexer. Quando circulou a notícia de que o banco Goldman Sachs teria sido contratado para fazer a avaliação de ativos, a movimentação ganhou força.
Aos 75 anos, em 2005, Rabinovich decidiu se aposentar e vendeu sua participação para os Steinbruch. O valor da venda da fatia da CSN não foi revelado à época, mas analistas estimavam em R$ 1,7 bilhão (R$ 3,25 bilhões em valores corrigidos pela inflação do período). Apesar de afastado dos negócios, ele seguia como conselheiro do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Jacks Rabinovich morreu em 23 de setembro de 2016, aos 87 anos.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/09/1816508- MERCADO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – 24/09/16)
(Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios – NEGÓCIOS – ECONOMIA – 08/12/2004)
(Fonte: Zero Hora – ANO 53 – Nº 18.579 – 26 de setembro de 2016 – TRIBUTO – Pág: 35)