Jair Rodrigues, uma das vozes mais marcantes do Brasil, era um grande cantor de samba além de MPB e até música sertaneja.
Fez dupla com Elis Regina e impôs-se pelo seu estilo e energia.
Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), no dia 6 de fevereiro de 1939. Pai dos também cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello, ele começou sua carreira nos anos 1960, em programas de calouros.
Em 1962, gravou aquele que é considerado seu registro de estreia, um disco de 78 rotações. Segundo o perfil, duas das músicas, “Brasil sensacional” e “Marechal da vitória”, tinham como tema a Copa do Mundo daquele ano, no Chile, que foi vencida pela seleção brasileira.
Em 1964, gravou seus Jair Rodrigues gravou seus primeiros LPs, “Vou de samba com você” e “O samba como ele é”. Seu maior sucesso no período foi a música “Deixa isso pra lá”, tida como precursora do rap no Brasil. Marcada pelo movimento característico das mãos de Jair Rodrigues, a faixa foi regravada em 1999 em parceria com o grupo Camorra, diz o perfil.
Começo nos anos 60
Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), em 6 de fevereiro de 1939. Pai dos também cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello, ele começou sua carreira nos anos 1960, em programas de calouros. Três anos antes, foi crooner em casas no interior de São Paulo.
O primeiro LP é “Vou de samba com você” (1964), que tinha “Deixa isso pra lá”. A canção fez Jair ser considerado pioneiro do rap no Brasil. Com versos mais falados do que cantados, a música, originalmente um samba, ganhou popularidade também graças à coreografia feita com as mãos. Em 1999, foi gravada em parceria com o grupo Camorra.
O registro de estreia do cantor, no entanto, é de 1962. Trata-se de um disco de 78 rotações com as canções “Brasil sensacional” e “Marechal da vitória”, que tinham como tema a Copa do Mundo daquele ano, no Chile, vencida pela seleção brasileira.
Jair Rodrigues também ficou conhecido pelo trabalho ao lado de Elis Regina. Os dois iniciaram a parceria em 1965 e lançaram o disco ao vivo “Dois na bossa”. A boa repercussão do LP rendeu o convite para apresentar o programa O Fino da Bossa, que estreou em maio daquele ano na TV Record. Com Elis, o cantor lançou em 1966 e 1967 outros dois volumes da série “Dois na bossa”.
A vitória no II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, foi outro ponto marcante da trajetória de Jair Rodrigues. Ele concorreu com “Disparada”, escrita por Geraldo Vandré e Teo de Barros. Na final, dividiu o primeiro lugar com “A banda”, composição de Chico Buarque interpretada na ocasião por Nara Leão.
No IV Festival de Música Popular Brasileira, em 1968, Jair Rodrigues também se destacou. Com “A família”, de Chico Anysio e Ari Toledo, ficou em terceiro lugar segundo o júri popular.
Já na década seguinte, o cantor dedicou-se mais intensamente ao samba. Em 1971, saiu o LP “Festa para um rei negro”. Uma das canções era o samba-enredo que deu título ao trabalho, defendido pela escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. A música era conhecida pelo refrão “Ô lê lê, ô lá lá/ pega no ganzê/ pega no ganzá”.
Outros álbuns do período são “Orgulho de um sambista”, “Ao vivo no Olympia de Paris”, “Eu sou o samba”, “Estou com o samba e não abro” e “Couro comendo” (1979). Durante esse período, o cantor se tornou pai. Em 1975, nasceu seu filho Jair Oliveira, o Jairzinho, estrela do grupo infantil Balão Mágico e depois passou a cantar MPB. Quatro anos depois, nasceu Luciana Mello. Influenciada pelo pai e pelo irmão, também seguiu a carreira musical. Jair deixa os filhos e a mulher, Clodine.
Na década de 1980, vieram álbuns de temática mais popular e por vezes romântica, caso de “Estou lhe devendo um sorriso”, “Alegria de um povo”, “Jair Rodrigues de Oliveira” e “Carinhoso”. Na década de 1990, houve uma predileção pela música sertaneja e caipira e por uma revisão de gêneros desde o seu início como artista.
Os nomes dos discos do período são autoexplicativos: “Lamento sertanejo”, “Viva meu samba”, “Eu sou Jair Rodrigues”, “De todas as bossas” e “500 anos de folia 100% ao vivo”. Nos últimos anos, Jair Rodrigues seguia na ativa em projetos com os filhos, em discos lançados por ele. Também se envolveu com homenagens a Elis Regina. Em 2012, participou de eventos que lembraram os 30 anos de morte da cantora e antiga parceira. Nos últimos anos, Jair Rodrigues seguia na ativa em projetos com os filhos, em discos lançados por ele e também ao participar de homenagens para Elis Regina.
Ele seguia em turnê para divulgar seu disco mais recente, “Samba mesmo”, que teve dois volumes lançados em março deste ano. Jair tinha apresentações marcadas para os próximos dias em Florianópolis e Contagem (MG). O cantor se despediu dos palcos e da música na última terça-feira (6) durante uma apresentação no Hotel Guanabara, em São Lourenço (MG). Segundo o organizador do show, Daniel Moura, Jair cantou e dançou por mais de uma hora demonstrando a típica alegria e vitalidade.
Ele plantou bananeira no palco e fez uma homenagem para Elis Regina. Segundo Moura, antes de “Romaria”, conversava com a cantora como se ela estivesse no palco: “Olha Pimentinha, manda um abraço para São Pedro porque eu não estou com pressa”.
Jair tinha 75 anos e a causa da morte foi infarto agudo do miocárdio. O corpo foi encontrado na sauna da casa onde morava, em Cotia (SP), em 8 de maio de 2014.
(Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/musica/noticia/2014/05 – SÃO PAULO – MÚSICA – Do G1, em São Paulo – 08/05/2014)
Crooner no interior
Eu me profissionalizei, levei a sério e levo até hoje. Um sujeito que não gostar da música é melhor não ter nascido
6/2/1939
Jair Rodrigues de Oliveira nasce em Igarapava (São Paulo)
1957
Torna-se crooner em casas noturnas do interior de SP. Paralelamente, foi engraxate, alfaiate e mecânico. Depois, cantou em programas de rádio
1962
Grava seu primeiro disco, com duas músicas para a Copa do Mundo: Brasil sensacional e Marechal da vitória
1964
Lança o hit Deixa isso pra lá
1965
Canta pela primeira vez com Elis Regina, com quem lançou o LP Dois na bossa
Dois na Bossa e festivais
Tudo começou com Jair e Elis, Elis e Jair. Desde 1964, quando a conheci, nasceu uma grande amizade e grandes ideias
1966
Grava o LP O sorriso do Jair e participa do II Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), defendendo a canção Disparada (Geraldo Vandré e Teo de Barros).
1967
Reforça a parceria com Elis Regina por meio de shows e do programa O fino da bossa, no ar entre 1965 e 1967.
1968
Participa da quarta edição do Festival de Música Popular Brasileira. Fica na terceira colocação do júri popular com a música A família (Chico Anysio e Ari Toledo)
Samba de família
Herbert Vianna uma vez disse: “Estou aqui do lado do pai do rap”. Eu falei: Que diabo é isso? Eu sou pai é do Jairzinho e da Luciana
1971
Apresenta-se ao lado do grupo Os Originais do Samba, em Cannes, e grava o LP Festa para um rei negro, contendo o samba-enredo da escola Acadêmicos do Salgueiro
1972
Lança o disco Com a corda toda
1975
Nasce Jair Oliveira, chamado também de Jairzinho. O filho de Rodrigues foi estrela do grupo infantil Balão Mágico e depois passou a cantar MPB
1979
Nasce Luciana Mello, filha de Jair que também seguiu a carreira musical
Tempo de homenagens
Com 53 anos de carreira, estava olhando meu repertório, e nunca fiz um disco só de samba. Era sempre variado. Então, vou gravar o “Jair Samba Mesmo”.
2000
Lança o CD 500 anos de folia vol. 2″. Nesse mesmo ano, participa da trilha sonora da novela O cravo e a rosa (Rede Globo), interpretando a canção título da novela
2006
É homenageado no 4º Prêmio Tim de Música, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Recebe a indicação ao Grammy Latino, na categoria álbum de samba brasileiro com Alma Negra
2009
Lança o disco “Festa para um Rei Negro”, em comemoração pelos 70 anos de vida e 50 de carreira. Cantou seus sucessos e outras canções, com seus filhos, Alcione, Chitãozinho e Xororó, Pelé, Rappin Hood e outros
2012
Participa de eventos que lembram os 30 anos da morte de Elis Regina, como a Virada Cultural, em São Paulo
CréditosEdição: Braulio Lorentz (Conteúdo) e Leo Aragão (Infografia)
Design: Dalton Soares, Daniel Roda e Elvis Martuchelli
Desenvolvedores: Rogério Banquieri e Thiago Bittencourt