Jair Rosa Pinto, meia da Copa de 50
Jair Rosa Pinto (Quatis, 21 de março de 1921 – Rio de Janeiro, 28 de julho de 2005), armador que atuou entre 1961 e 1963 no São Paulo e fez sua última partida com 41 anos, nove meses e 29 dias de idade. O jogador defendeu a seleção brasileira de futebol na Copa de 1950.
“Jajá” começou no Madureira em 1938, formando com Lelé e Isaías um trio conhecido como os “Três Patetas”, que rapidamente chegou à seleção.
Durante sua carreira, Jair defendeu também o Vasco (1943-1946), o Flamengo (1947-1949), o Palmeiras (1950-1955), o Santos (1956-1960), o São Paulo (1961-1962) e a Ponte Preta (1963-1964). Tentou ainda carreira de técnico.
Na seleção, o meia foi titular da equipe vice-campeã da Copa de 1950 (participou da derrota na final para o Uruguai no Rio, o “Maracanazo”) e campeão e artilheiro da Copa América de 1949.
Ganhou também um Carioca (1945), três Paulistas (1950, 1956 e 1958), além da Copa Rio (1951).
Foi uma das glórias do Palmeiras. O melhor jogador do clube na sua posição, ao lado de Ademir da Guia.
Jair Rosa Pinto faleceu em 28 de julho de 2005, vítima de uma embolia pulmonar, aos 84 anos e estava internado no Hospital da Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro.
No velório, compareceram, além dos familiares, amigos e ex-jogadores como Evaristo de Macedo, Pinheiro, Lima e Pampolini. Pinheiro, ex-zagueiro do Fluminense, disse que, mesmo só tendo jogado contra Jair, cultivaram amizade de longa data.
“Marcar o homem não era mole. Ele tinha as pernas fininhas, mas chutava forte demais. Além de craque, era um sujeito sensacional”, disse Pinheiro, que costumava freqüentar a roda de amigos de Jair na praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, onde morava o ex-jogador. No ponto de encontro na praça, conhecido como Canto do Jajá, existia uma placa, retirada devido a obras municipais. Amigos disseram que há pedido encaminhado à Prefeitura do Rio para que o ponto se torne logradouro oficial.
“O Jair era fora de série, pena que não tive o prazer de jogar ao seu lado. Quando cheguei ao Vasco, ele já tinha saído”, lembrou Lima, meia-esquerda campeão pelo Vasco em 1949 e 1950.
O velório teve a presença do presidente do Palmeiras, Affonso della Monica. “Vi o jogo de estréia do Jair no Palmeiras, contra o Flamengo. E hoje estou aqui, dia da morte dele, justamente quando o Palmeiras enfrenta o Flamengo.”
O diretor de futebol da equipe paulista, Salvador Hugo Palaia, foi além: “Foi uma das glórias do Palmeiras. O melhor jogador do clube na sua posição, ao lado de Ademir da Guia”, disse. O Palmeiras, clube em que Jair passou maior parte de sua carreira, prometeu homenagens ao ex-atleta.
O Santos, time em que Jair atuou por cinco anos, também lamentou a morte. “Fui jogador do Santos quando tinha 17 anos e fiz dois amistosos com ele. O Jair era um palito, mas batia na bola melhor que o Gérson”, disse Norberto Moreira da Silva, 66, vice-presidente do time da Vila Belmiro.
Jair não gostava de falar sobre a seleção devido à derrota na Copa de 50. Ontem, sobre o caixão, só havia uma bandeira do país e uma camisa do Vasco, posta por um fã. Mesmo sendo o velório no Rio, Vasco e Flamengo não enviaram bandeiras nem representantes.
Ao redor do caixão, jaziam algumas coroas de flores, enviadas pela Confederação Brasileira de Futebol e pelo prefeito de São Paulo, o palmeirense José Serra.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte – ESPORTE/ Por PEDRO LEMOS / COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO – 29 de julho de 2005)
Colaborou Marcus Vinicius Marinho, da Reportagem Local
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