James Howard Hatfield, foi autor de uma biografia do presidente George W. Bush, que chamou a atenção dos EUA mas teve sua publicação suspensa pela editora devido aos antecedentes criminosos do próprio escritor

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Autor de biografia proibida de Bush

Autor desacreditado enfrentou problemas financeiros

 

James Howard Hatfield (nasceu em 7 de janeiro de 1958, em Arkansas – faleceu em 18 de julho de 2001, em Arkansas), foi autor de uma biografia do presidente George W. Bush, que chamou a atenção dos EUA mas teve sua publicação suspensa pela editora devido aos antecedentes criminosos do próprio escritor.

O problemático autor de uma biografia que acusa o presidente Bush de esconder uma prisão por cocaína de três décadas atrás, escreveu “Fortunate Son: George W. Bush and the Making of an American President” em 1999. O livro citava fontes não identificadas ao afirmar que Bush foi preso em 1972, mas que seu caso foi eliminado. Bush, que fazia campanha para presidente quando o livro foi publicado, negou as acusações.

Logo depois que “Fortunate Son” foi lançado pela St. Martin’s Press, a empresa descobriu que Hatfield havia sido condenado em 1988 por tentativa de homicídio de seu ex-supervisor. Ele retirou 70.000 exemplares em outubro de 1999 e deixou mais 20.000 livros armazenados.

A biografia não-autorizada escrita por Hatfield – “Fortunate Son: George W. Bush and the Making of an American President” – fez manchetes em outubro de 1999 (quando Bush fazia campanha para a candidatura presidencial republicana), com alegações, baseadas em fontes anônimas, de que Bush teria um histórico de uso de cocaína nos anos 1970.

Bush negou-se a comentar diretamente as alegações envolvendo cocaína, dizendo apenas que cometeu erros na juventude mas que não usava drogas ilegais desde pelo menos 1974. Nenhuma testemunha se apresentou para confirmar a história.

O pai do atual presidente, o ex-presidente George Bush, desmentiu as alegações feitas no livro de que seu filho teria sido preso em 1972 por posse de cocaína e que um juiz estadual do Texas teria retirado a prisão de sua ficha, em troca de favores políticos.

A credibilidade de Hatfield foi questionada, e, após revelações de que, em 1988, o autor se confessara culpado de tentativa de homicídio e servira pena de prisão no Arkansas, a editora St. Martin’s Press recolheu os exemplares não-vendidos do livro.

Hatfield afirmou não ser o ex-preso em questão, que seria seu homônimo, mas as autoridades penitenciárias do Arkansas negaram essa versão.

Depois que o livro foi abandonado pela St. Martin’s, ele foi adquirido um mês e meio depois pela Soft Skull Press, uma pequena editora no Lower East Side de Nova York. Sander Hicks, chefe da Soft Skull, disse ontem que se junta à família “ao sentir esta profunda perda”.

“Ele tinha um passado que estava trabalhando muito para deixar para trás”, disse Hicks.

Em “Fortunate Son”, Hatfield disse que três fontes não identificadas alegaram que um juiz expurgou o caso de Bush e lhe prestou serviço comunitário como um favor ao seu pai, que era embaixador nas Nações Unidas na época. O incidente levantou questões sobre quão bem as editoras examinam as credenciais dos autores e verificam os fatos em seus livros.

Hatfield foi condenado em 1988 por pagar US$ 5 mil a um assassino para assassinar seu ex-chefe com um carro-bomba. Ambos os passageiros do veículo, a vítima pretendida e um colega, escaparam ilesos quando a bomba falhou. Após a notícia dessa condenação, também foi descoberto que Hatfield havia se declarado culpado de peculato em 1992.

James Hatfield faleceu em 18 de julho de 2001, num hotel de beira de estrada no Estado de Arkansas. A polícia disse que foi suicídio.

Segundo a polícia, a primeira hipótese é que Hatfield, 43, tenha morrido de overdose de drogas. Seu corpo foi encontrado por uma camareira na quarta-feira, um dia depois de sua chegada a um hotel de beira de estrada em Springdale, perto de Betonville, sua cidade natal, e a cerca de 320 quilômetros da capital do Estado, Little Rock.

Segundo o detetive Mike Shriver, do Departamento de Polícia de Springdale, não há dúvida de que a morte foi por suicídio. “Ele deixou um bilhete e tudo o mais”, disse Shriver, referindo-se a Hatfield. “Tudo se encaixa direitinho.”

Segundo Shriver, uma carta encontrada perto do corpo falava de problemas financeiros, e amigos de Hatfield disseram aos investigadores que, nos últimos dias de vida, ele estava cada vez mais deprimido.

Vidros de medicamentos manipulados foram encontrados no local do crime, mas Shriver se negou a identificar as substâncias em questão enquanto não sair o relatório toxicológico do Instituto Médico Legal do Arkansas, que pode levar três meses para ficar pronto.

(Créditos autorais: https://www.washingtonpost.com/archive/lifestyle/2001/07/21 – Washington Post/ ARQUIVO/ ESTILO DE VIDA/ Por Irene Noguchi – 20 de julho de 2001)

© 1996-2001 The Washington Post

(Créditos autorais: https://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters – NOTÍCIAS/ da Reuters, em Little Rock (EUA) – 20/07/2001)

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