James Van Der Zee, fotógrafo do Harlem
James Augustus Van Der Zee (Lenox, Massachusetts, 29 de junho de 1886 – Howard University Hospital, Washington, D.C.,15 de maio de 1983), famoso fotógrafo, cujos retratos detalhados da vida cotidiana no Harlem, feitos ao longo de décadas, são valorizados tanto como arte quanto como história.
O Sr. Van Der Zee, cuja câmera capturou as expressões físicas e a essência interna de figuras do esporte, líderes políticos, celebridades e milhares de cidadãos comuns.
Das imagens cuidadosamente compostas de seis décadas da vida no Harlem compiladas pelo Sr. Van Der Zee veio 90 por cento do material visual usado na famosa exposição de 1969 do Metropolitan Museum of Art “Harlem On My Mind”. As fotos catapultaram o Sr. Van Der Zee para a fama.
O grau honorário de doutor em letras humanas que ele recebeu de Howard no sábado foi sua quarta honra acadêmica, e o Sr. Van Der Zee, cujos súditos incluíram Marcus Garvey, Adam Clayton Powell Sr., Muhammad Ali e Eubie Blake, foi homenageado por suas realizações pelo presidente Carter na Casa Branca em 1979.
O Sr. Van Der Zee nasceu em Lenox, Massachusetts, para onde seus pais se mudaram em 1883 depois de trabalhar na cidade de Nova York como mordomo e empregada doméstica do presidente aposentado Ulysses S. Grant.
Treinado quando menino em música e arte, ele se tornou hábil no piano e no violino. Mas as aulas de pintura o frustravam porque, segundo ele, “nunca acertava os rostos”. Em pouco tempo ele teve sua primeira câmera. Nunca deu certo, mas o segundo, que custou oito dólares, deu início a uma longa carreira.
Ele se mudou para Nova York e, antes do final da Primeira Guerra Mundial, abriu um estúdio fotográfico no Harlem. Por suas portas há mais de 50 anos os famosos entravam para seus retratos e suas conversas, e os menos conhecidos vinham comemorar ocasiões especiais.
Enquanto isso, ele também saiu às ruas para investigar e imortalizar quase todos os aspectos da vida no Harlem, filmando funerais e casamentos, cenas e interiores de calçadas, desfiles e transeuntes.
Em 1969, com o declínio dos estúdios, em parte como resultado de melhorias fotográficas que colocaram tantas câmeras sofisticadas nas mãos do público, ele parou de fazer fotografias.
Em 1980, na casa dos 90 anos, e depois de passar por um período de privação financeira, voltou a fotografar.
“Eu faço meu trabalho agora no plano de parcelamento”, disse o morador de Manhattan.
Van Der Zee faleceu em Washington, D.C., aos 96 anos um dia depois de receber um diploma honorário da Howard University.
Van Der Zee foi levado na manhã de ontem do Howard Inn, onde estava hospedado, para o vizinho Howard University Hospital.
Ele morreu lá por volta das 2h30 de parada cardíaca.
(FONTE: https://www.washingtonpost.com/archive/local/1983/05/16 – Washington Post / ARQUIVOS/ Por Martin Weil – 16 de maio de 1983)
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