Jane Birkin, atriz que se tornou símbolo da canção francesa
(Foto: REUTERS/Johanna Geron/File Photo)
Ela é conhecida principalmente pelo sucesso sensual ‘Je t’aime… moi non plus’, que canta com Serge Gainsbourg.
Jane Birkin (nasceu em Londres em 14 de dezembro de 1946 – faleceu em 16 de julho de 2023), cantora e atriz franco-britânica, que se tornou um ícone de estilo, ganhou fama com sua turbulenta relação com o lendário músico, compositor, intérprete e poeta Serge Gainsbourg e graças a seu francês com forte sotaque.
A renomada atriz, modelo e cantora inglesa Jane, conhecida por sua multifacetada carreira artística e influência na moda, já era uma modelo em ascensão quando foi parar no cinema, em filmes britânicos da era mod como “A Bossa da Conquista” (1965), onde chamou a atenção por uma cena de nudez, “Blow-Up” (1966), “Caleidoscópio” (1966) – ambos do diretor italiano Michelangelo Antonioni – , “Um Jogador Romântico” (1966) e “O Muro das Maravilhas” (1968).
A artista britânica, naturalizada francesa, era nome central para a cultura dos anos 1960, cuja obra transcendeu as décadas em discos, filmes e peças de roupa, a inglesa mais francesa de todos os tempos, foi a beldade atemporal da canção.
A artista, que foi parceira musical e romântica do cantor francês Serge Gainsbourg, gravou em 1969, “Je t’aime, moi non plus”, canção que foi sucesso mundial e provocou escândalo por seus sussurros e gemidos. Serge Gainsbourg escreveu a música pensando em Brigitte Bardot, com quem teve um romance.
Jane era filha do comandante da Marinha Real Dave Birkin e da atriz Judy Campbell e nasceu em Londres em 14 de dezembro de 1946. Com a mãe, teve contato direto com o cinema desde criança. Seus primeiros papéis foram em dois filmes premiados no Festival de Cinema de Cannes: Le Knakck, de Richard Lester, em 1965, e Blow-Up, de Michelangelo Antonioni, em 1967.
Em 1968, Jane decidiu radicar-se na França, onde conheceu o cantor Serge Gainsbourg, com quem viveu uma história de amor que resultou em trabalhos de sucesso e também em escândalos ocasionais. Seus gemidos em Je t’ aim moi non plus provocaram polêmica e o título chegou a ser proibido no Brasil em 1969.
Gainsbourg inicialmente escreveu a música para a atriz francesa Brigitte Bardot, com quem teve um caso de amor tempestuoso. Bardot baniu a versão inicial da música, com seus vocais, e com essa decisão abriu caminho para que Jane Birkin se tornasse uma lenda.
Embora o casal Birkin-Gainsbourg tenha se separado em 1980, o compositor e cantor escreveu para ela um de seus álbuns de maior prestígio três anos depois, Baby alone in babylone, pelo qual foi premiada com um disco de ouro, feito que voltou a alcançar com Arabesque, em 2002.
Paralelamente à carreira musical, Jane seguiu atuando, primeiro com papéis bastante cômicos, como em La moutarde me monte au nez ou La course à l’échalote. Ela participou de mais de 70 filmes, com diretores como Jacques Rivette, Bertrand Tavernier, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, James Ivory e Agnès Varda. Humilde, declarou certa vez que tinha “instinto” de atriz, mas nenhum “talento”.
Bolsa Hermès
A cantora e atriz inspirou uma bolsa emblemática da casa Hermès. Ela concordou em emprestar seu nome na década de 1980, depois de pegar um voo com o carismático então presidente da Hermès, Jean-Louis Dumas. Em 2015, chegou a pedir que a marca retirasse seu nome da bolsa feita com pele de crocodilo. O motivo, alegou, seriam as práticas cruéis de criação e abate dos animais.
Jane Birkin encarnou como poucas o estilo entre boêmio e chique, que anos depois seria herdado por sua filha com Gainsbourg, Charlotte Gainsbourg, uma das atrizes mais destacadas do cinema francês.
As duas participaram, em 2022, junto com outras estrelas do cinema e da música na França, de protesto pela liberdade das mulheres iranianas. Charlotte cortou uma mecha do cabelo da mãe na campanha.
Em fevereiro deste ano, Jane Birkin participou em estado muito frágil da cerimônia do César, a premiação anual do cinema francês, ao lado de Charlotte e da neta Alice.
Jane Birkin faleceu no domingo, dia 16, aos 76 anos, em seu apartamento em Paris, na França.
A artista, chegou a sofrer um AVC em 2021, mas voltou a trabalhar pontualmente. Recentemente, ela disse que foi obrigada a cancelar shows devido a problemas de saúde.
Antes disso, ela já tinha interrompido a carreira temporariamente em 2012, por causa de uma pericardite aguda. Em dezembro do ano seguinte, ela perdeu a filha mais velha, Kate. Em 2017, ela informou que tratava uma leucemia.
Repercussão da morte
A BBC Inglesa publicou repercussões da morte na Europa. A embaixadora do Reino Unido na França, Menna Rawlings, publicou no Twitter que Birkin foi a “mais francesa das artistas britânicas”.
A ministra da Cultura da França, Roselyne Bachelot, afirmou ao canal de tv francês BFM TV que “a morte de Birkin é uma grande tristeza”.
(Créditos autorais: https://www.terra.com.br/diversao/entre-telas – ENTRE TELAS/ DIVERSÃO/ por 16 jul 2023)
(FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2023/07/16 – POP & ARTE/ NOTÍCIA/ Por g1 –