Jean Kennedy Smith, última irmã de JFK que ainda estava viva
Ela era a oitava dos nove filhos de Rose e Joseph Kennedy, a dinastia política mais famosa da primeira potência mundial
Em 2011, Jean Kennedy Smith recebeu uma medalha do presidente Barack Obama — (Foto: Alex Wong/Getty Images/Via AFP)
Jean Kennedy Smith (nasceu em Brookline, Massachusetts, em 20 de fevereiro de 1928 — faleceu em Nova York, em 17 de junho de 2020), era a única irmã do ex-presidente John F. Kennedy ainda viva, e ex-embaixadora dos EUA em Dublin, foi uma das responsáveis pelo processo de paz na Irlanda.
Jean, ex-embaixadora dos EUA em Dublin, que contribuiu para o processo de paz na Irlanda do Norte e era a única irmã do ex-presidente John F. Kennedy ainda viva, nasceu em 20 de fevereiro de 1928 em Boston, Massachusetts. Era a oitava dos nove filhos de Rose e Joseph Kennedy, a dinastia política mais famosa da primeira potência mundial.
Em 1963, acompanhou seu irmão John — o primeiro presidente católico americano e de origem irlandesa — em uma viagem histórica à Irlanda. Trinta anos depois, embora não tivesse experiência política ou diplomática e se dedicasse mais à caridade pelas artes e crianças com deficiência e à socialização, foi nomeada embaixadora na Irlanda pelo então presidente Bill Clinton, uma designação questionada por muitos. Aos 65 anos, quando muitos se aposentam, ela se tornou a primeira mulher da família Kennedy a assumir um importante papel político.
Durante seus cinco anos como representante de seu país em Dublin, assumiu o papel com zelo, encontrando-se várias vezes com Gerry Adams, então líder do Sinn Fein, o braço político do Exército Republicano Irlandês, em contradição com a política americana.
Ela então convenceu Clinton a conceder a Adams um visto controverso em 1994 para ele visitar os Estados Unidos, onde o líder separatista pediu um cessar-fogo na Irlanda do Norte. A decisão desafiou o governo britânico, que o chamava de terrorista. O cessar-fogo foi declarado seis meses depois, em 31 de agosto de 1994.
Seu papel abriu o caminho para as negociações que resultaram em 10 de abril de 1998 no Acordo de Belfast, também conhecido como Acordo da Sexta-Feira Santa, que terminou com a violência que atormentava a Irlanda do Norte desde os anos 1960.
Jean Kennedy Smith, que adorava tênis, natação e vela, casou-se com um executivo do transporte, Stephen E. Smith, com quem teve quatro filhos. Seu marido faleceu em 1990. Um de seus filhos, William Kennedy Smith, foi acusado de estupro na casa da família em Palm Beach, Flórida, mas foi absolvido após um julgamento amplamente coberto pela mídia em 1991.
A família Kennedy viveu uma série de dramas ao longo de sua história, entre elas os assassinatos do presidente JFK em 1963 e de seu irmão Robert Kennedy, ex-procurador-geral e ex-senador, em 1968.
Em 1963, Jean Kennedy Smith acompanhou seu irmão John – o primeiro presidente católico americano e de origem irlandesa – em uma viagem histórica à Irlanda.
Engrenagem da máquina
Trinta anos depois, embora não tivesse experiência política ou diplomática e se dedicasse mais à caridade pelas artes e crianças com deficiência e à socialização, foi nomeada embaixadora na Irlanda pelo ex-presidente Bill Clinton, uma designação questionada por muitos.
Aos 65 anos, quando muitos se aposentam, ela se tornou a primeira mulher da família Kennedy a assumir um importante papel político.
Jean, cujo bisavô era irlandês e que viveu na Grã-Bretanha quando seu pai foi embaixador americano em Londres, era apreciada pelos irlandeses.
Durante seus cinco anos como representante de seu país em Dublin, assumiu o papel com zelo, encontrando-se várias vezes com Gerry Adams, então líder do Sinn Fein, o braço político do Exército Republicano Irlandês, em contradição com a política americana.
Ela então convenceu Clinton a conceder a Adams um visto controverso em 1994 para ele visitar os Estados Unidos, onde o líder separatista pediu um cessar-fogo na Irlanda do Norte. A decisão desafiou o governo britânico, que o chamava de terrorista.
O cessar-fogo foi declarado seis meses depois, em 31 de agosto de 1994.
Seu papel abriu o caminho para as negociações que resultaram em 10 de abril de 1998 no Acordo de Belfast, também conhecido como Acordo da Sexta-Feira Santa, que terminou com a violência que atormentava a Irlanda do Norte desde os anos 1960.
“Os irlandeses estavam dispostos a me aceitar, a me dar o benefício da dúvida, porque eu era uma Kennedy”, disse ela em 1998, pouco antes de deixar o cargo de embaixadora, segundo o New York Times.
“Na verdade, eu era uma engrenagem na máquina em movimento. Tive a sorte de estar aqui para dar um impulso ao que estava acontecendo”, declarou.
Em reconhecimento, a Irlanda concedeu a ela cidadania honorária em 1998.
História de tragédias
Jean Kennedy Smith, que adorava tênis, natação e vela, casou-se com um executivo do transporte Stephen E. Smith, com quem teve quatro filhos. Seu marido faleceu em 1990.
Um de seus filhos, William Kennedy Smith, foi acusado de estupro na casa da família em Palm Beach, Flórida, mas foi absolvido após um julgamento midiático em 1991.
Tragédias na família
A família Kennedy experimentou uma série de dramas ao longo da história, que incluiu os assassinatos do ex-presidente JFK em 1963 e de seu irmão Robert Kennedy, ex-procurador-geral e ex-senador, em 1968.
O irmão mais velho, Joseph Kennedy Jr., havia morrido em combate na Segunda Guerra Mundial; outra irmã, Kathleen Kennedy, em um acidente de avião em 1948.
Um dos filhos de Robert, David, morreu aos 28 anos de overdose de cocaína em 1984. Outro de seus filhos, Michael, morreu após colidir com uma árvore enquanto esquiava em 1997 no Colorado.
Saoirse Kennedy Hill, neta de Robert, morreu em 2019 de overdose aos 22 anos.
Em 1999, John F. Kennedy Jr., mais conhecido como John John, o único filho homem de JFK, morreu com sua esposa Carolyn e a cunhada Lauren quando o avião que ele estava pilotando em Massachusetts caiu.
Uma sobrinha-neta de JFK e Jean, Maeve Kennedy McKean, de 40 anos, e seu filho Gideon, 8, morreram afogados em abril, quando passeavam de canoa pela Baía de Chesapeake, perto de Washington, DC.
Jean K. Smith faleceu aos 92 anos, informaram na quinta-feira vários meios de comunicação locais.
“Teve uma vida incrível”, disse sua filha Kim Kennedy Smith, anunciando sua morte em Manhattan, Nova York, em comunicado transmitido a várias mídias.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse estar “profundamente triste” por sua morte, chamando-a de “uma verdadeira amiga da Irlanda”.
“Sua diplomacia corajosa e determinada ajudou a trazer a paz à nossa ilha, construiu pontes, abriu portas a todas as comunidades e a todos aqueles que desejavam a paz quando a paz não era uma certeza”, disse Varadkar em comunicado.
(Créditos autorais reservados: https://oglobo.globo.com/mundo – O Globo / MUNDO/ por AFP – WASHINGTON — 18/06/2020)
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(Créditos autorais reservados: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/06/18 – Globo Notícias/ MUNDO/ NOTÍCIA/ Por France Presse – 18/06/2020)