Joan Margarit, poeta e arquiteto espanhol, ganhador do Prêmio Miguel de Cervantes em 2019

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Poeta e arquiteto espanhol Joan Margarit, foi vencedor do Prêmio Cervantes 2019

 

Joan Margarit i Consarnau (Sanaüja, 11 de maio do 1938 – Barcelona, 16 de fevereiro de 2021), poeta e arquiteto espanhol que foi laureado com o prestigioso Prêmio Cervantes 2019.

 

Margarit recebeu o maior prêmio da literatura em espanhol, entregue pelos reis Felipe VI e Letizia da Espanha, no dia 21 de dezembro de 2020.

 

A entrega do prêmio foi feita no Palacete Albéniz, residência oficial dos reis em Barcelona, e diante da esposa, dos filhos e dos netos do poeta e do ministro da Cultura espanhol, José Manuel Rodríguez Uribes.

 

O prêmio estava marcado para abril, mas foi adiado pela pandemia de coronavírus até o final de dezembro de 2020, quando o rei Felipe VI viajou a Barcelona para entregá-lo pessoalmente.

 

A entrega, realizada de forma quase secreta, foi uma das últimas aparições públicas de Margarit, igualmente vencedor de importantes prêmios como o Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana ou, no campo da literatura catalã, o Carles Riba.

 

Nascido na cidade catalã de Sanaüja em 11 de maio de 1938, o poeta era filho do arquiteto Joan Margarit i Serradell e da professora Trinitat Consarnau i Sabaté.

 

Com 30 livros publicados, Margarit é um dos poetas mais lidos na língua catalã, com referências temáticas relacionadas com a guerra civil e o pós-guerra, sentimentos como amor, desejo e dor, traços familiares, música e jazz em particular, arquitetura, linguagem, o passar do tempo e Barcelona.

 

O poeta catalão é autor de uma importante obra, que inclui títulos como Estación de Francia (1999), Joana (2002), Misteriosamente Feliz (2008) ou Para tener casa hay que ganar la guerra (2018).

 

O último título é uma autobiografia em prosa sobre a infância e a juventude do autor, nascido em 1938 na cidade catalã de Sanaüja, no sopé dos Pirenéus, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

 

Em 2018, a editora Austral lançou uma versão bilíngue de suas obras completas, Todos los poemas (1975-2015), de quase mil páginas. Além disso, possui uma antologia de sua obra em inglês, Tugs in the Fog.

 

Professor de cálculo estrutural na Escola de Arquitetura de Barcelona, Margarit praticou arquitetura por décadas.

 

Definido como “o arquiteto das palavras” devido à formação em arquitetura, Margarit também foi professor na Escola de Arquitetura de Barcelona.

 

Trabalhou num atelier de Barcelona que, entre outros, participou na concepção, cálculo e gestão da construção do templo da Sagrada Família, do célebre Antonio Gaudí.

 

A sua obra poética começou em espanhol, num contexto de repressão ao catalão durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975), mas a partir dos anos 1980 começou a criar na sua língua materna, embora mais tarde tenha traduzido as suas obras para o espanhol.

 

“Um poema deve ser escrito na língua materna (…) Passei vinte anos tentando começar com o espanhol e não consegui escrever o que queria”, havia dito quando foi anunciado Prêmio Cervantes 2019.

 

O júri argumentou que Margarit “enriqueceu a língua espanhola e a língua catalã e representa a pluralidade da cultura peninsular em uma dimensão universal de grande maestria”.

 

Na cerimônia de premiação, Margarit tirou um pedaço de papel do bolso para recitar aos monarcas o que foi “seu último poema”.
O escritor também ganhou os prêmios de poesia mais importantes no campo da literatura espanhola, como o Prêmio da Crítica (1981 e 2007), o Prêmio Nacional de Poesia e o Prêmio Rosalía de Castro, ambos em 2008, o Prêmio Ibero-Americano de Poesia Pablo Neruda 2017 e o Rainha Sofía de Poesía Ibero-Americana 2019. 

Joan Margarit faleceu em Barcelona, em 16 de fevereiro de 2021, aos 82 anos, em decorrência de um câncer diagnosticado em 2020.

“Lamento profundamente a morte do grande poeta Joan Margarit, o arquiteto das palavras”, escreveu o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez.

Em recente entrevista ao jornal catalão La Vanguardia, o poeta explicou que havia recebido nove sessões de quimioterapia, mas que não funcionaram.

“Depois de nove sessões que não curam o meu linfoma, a incerteza que você tem na minha idade não é a mesma de quando você é jovem (…) Aos oitenta você já sabe que está acabando. Tem momentos que você quer que termine mais do que tudo”, garantiu.

O editor Josep Lluch, com quem trabalhou durante muitos anos, disse à Agência Efe, depois de saber da morte, que Margarit evoluiu com o tempo, com uma poesia “cada vez mais concisa, condensada, com poemas mais sentenciosos e, portanto, mais chocantes”.

(Fonte: https://www.uol.com.br/splash/noticias/efe/2021/02/16 – SPLASH / NOTÍCIAS / Barcelona (Espanha) / por (EFE).- 16 fev 2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por AFP – 16/02/2021)

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2021/02/16 – POP & ARTE / NOTÍCIA / Por France Presse – 16/02/2021)

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