Aviadora que deu nome a refrigerante em Taubaté
Nascida em São Paulo, “Joaninha” ganhou popularidade no Vale em 1930.
Ela foi considerada a mais jovem acrobata da aviação pelo Guinness Book.
Joana Castilho, a Joaninha, aviadora paulistana, que passou parte da vida na cidade, ganhou tanta popularidade nos anos de 1930 que chegou a ter o apelido estampado em uma marca de refrigerantes, que eram produzidos em uma fábrica no bairro da Estiva.
Ela experimentou a sensação de voar pela primeira vez ainda na adolescência. A brincadeira dela, era só pular em árvore, pular para cá, correr, subir em árvore e pular de novo.
Em 1930, o campo de pouso do município funcionava em uma fazenda. Incentivada pelos pais, a menina se destacou desde cedo. O incentivo do pai e da mãe de Joaninha foi tão grande que eles chegaram a comprar duas charretes para alugar e juntar dinheiro para conseguir bancar o sonho da aviadora.
Aos 13 anos fez seu primeiro vôo solo. Um ano depois, aos 14, já estava habilitada a fazer espetáculos aéreos. “O que ela gostava muito de fazer era o looping, que é a volta completa, uma manobra que ela fazia várias vezes, gostava de fazer looping em série”, lembra Fernando de Lacerda, coronel do Exército.
Joana conquistou dois campeonatos seguidos de acrobacias na Semana da Asa. O reconhecimento era tanto que até Adolf Hitler queria conhecer a menina prodígio. Mandou recados, mas ela nunca foi oficialmente convidada por ele. Foi convidada oficialmente pelo governo da França e pelo governo dos Estados Unidos.
Recorde e “desilusão”
Joaninha tornou-se a aviadora acrobata mais jovem do mundo e registrou seu nome no Guinness Book, o livro dos recordes. A habilidade precoce da aviadora chamou atenção inclusive do presidente Getúlio Vargas, que entregou pessoalmente a ela o brevê, que é a licença para voar. Ela foi recebida por Getúlio na sede do governo no Rio de Janeiro.
O então presidente fez promessas para a talentosa menina, que nunca foram cumpridas. “Na realidade ela recebeu a caderneta de voo da mão do presidente Getúlio Vargas, que era um pré-brevê. E lá ele falou que ela seria custeada pelo governo federal, mas ela nunca recebeu nada desta promessa”, lembra o escritor.
Para Joaninha, as promessas não cumpridas viraram uma grande desilusão, como lembra a sobrinha da aviadora, Marlene Martins. “Ela ficou muito triste, decepcionada e isso dificultou também”.
Joaninha casou-se, teve filhos e nunca mais voou. Em 1991, aos 67 anos, a aviadora faleceu. O talento de Joana é lembrado em pequenas homenagens, como o hangar do Aeroclube de Taubaté que leva o nome dela. “A Joaninha realmente foi uma pessoa excepcional para Taubaté, isso deveria ser lembrado por todos os cantos da cidade”, completa Júlio.
(Fonte: http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/12 – VALE E REGIÃO – Do G1 Vale do Paraíba e Região – 08/12/2013)