João da Costa Falcão (Feira de Santana, 24 de novembro de 1919 Rio de Janeiro, 27 de julho de 2011), jornalista, escritor e militante comunista, um dos fundadores do extinto Jornal da Bahia.
O baiano de Feira de Santana iniciou a vida política no Partido Comunista Brasileiro (PCB), durante o Estado Novo, época em que cursava Direito. Por causa da atividade partidária, ao lado de outros jovens, criou a revista Seiva (que seguia a orientação do PCB). Pelo PTB, foi eleito deputado federal em 1954.
Membro da Academia de Letras da Bahia, escreveu seis livros.
João da Costa Falcão, fundador do extinto Jornal da Bahia, o jornalista, escritor e militante político. Natural de Feira de Santana, João da Costa Falcão nasceu em 24 de novembro de 1919. Aos 18 anos, em 1937, iniciou a vida política clandestinamente, sob a égide do Partido Comunista do Brasil (PCB), o qual ajudou a fundar, em plena ditadura do Estado Novo, sob o regime de Getúlio Vargas. Naquela época, seguindo orientação do PCB, fundou a revista Seiva, da qual foi editor.
Em 1958, ajudou a fundar o Jornal da Bahia, onde permaneceu até 1983. Em 2009, lançou o último de seus seis livros: Valeu a pena (Desafios de Minha Vida). No ano passado, tornou-se membro da Academia de Letras da Bahia.
Sem sombra de dúvida, é uma perda inestimável para a vida política e cultural brasileira, lamentou o jornalista e deputado federal Emiliano José, ao referir-se ao antigo chefe do Jornal da Bahia, nos anos 70. Naquele momento, ele proporcionou um sopro de renovação para o jornalismo baiano, reunindo pessoas que compactuavam os mesmos ideais políticos, lembrou o parlamentar.
Vanguarda – Para o jornalista Oldack Miranda, ex-integrante do periódico, João Falcão era uma pessoa de vanguarda, considerado muito à frente do seu tempo.
Estava sempre alinhado com as políticas de reforma gráfica e editorial do jornal, o que serviu de inspiração e atrativos para os jovens jornalistas da época, completou Miranda.
João da Costa Falcão morreu no dia 27 de julho de 2011. Aos 92 anos, sofreu complicações de uma pneumonia.
(Fonte: zerohora.clicrbs.com.br Memória – 1.° de agosto de 2011)
(Fonte: www.mariapreta.org)
João da Costa Falcão nasceu a 24 de novembro de 1919 na cidade de Feira de Santana, na Bahia, filho de João Marinho Falcão e Adnil da Costa Falcão.
Fez o curso primário na sua cidade natal, e o ginásio na Cidade do Salvador, dos anos de 1930 a 1937. Em 1938, ingressou na Faculdade Livre de Direito, em Salvador.
Neste mesmo ano começou sua militância no Partido Comunista do Brasil, na clandestinidade, porque se opunha á ditadura do Estado Novo, implantada no país em novembro de 1937.
Fundou, ao lado de outros jovens, a revista Seiva, que seguia a orientação do PCB. Em dezembro de 1942, formou-se em Direito.
Em seguida, em 1943, foi convocado como soldado para servir ao Exército Brasileiro, em razão do Brasil ter declarado guerra ao Eixo, constituído pela Alemanha, Itália e Japão e ter se colocado ao lado dos Aliados, bloco constituído pela Inglaterra, Estados Unidos da America e a União Soviética.
Esta experiência durou pouco tempo, porque, em conseqüência de suas atividades comunistas, foi condenado, neste mesmo ano, a cinco anos de prisão pelo Tribunal de Segurança Nacional, foi expulso do Exercito e preso, até seus advogados conseguirem sua absolvição perante aquele Tribunal, meses depois.
Terminada a Guerra Mundial no ano de 1945, e concedida a anistia geral pelo governo, fundou o jornal O Momento. Nesse mesmo ano concorreu às eleições para deputado federal pela chapa do Partido Comunista, ficando suplente do deputado Carlos Marighela, único eleito pela Bahia.
Com o fechamento do PCB em 1947, passou a militar clandestinamente no Rio de Janeiro, ficando responsável pela guarda e segurança do senador e líder comunista Luiz Carlos Prestes, até o ano de 1950, quando voltou para Salvador.
Casou-se em 1947 com Hyldeyh Ferreira, e tiveram sete filhos, vinte um netos e onze bisnetos.
Em 1950, fundou a Imobiliária Antonio Ferreira de Souza, em homenagem ao seu sogro, que havia falecido. Esta Imobiliária construiu grandes edifícios, inclusive o Edifício Antonio Ferreira, na rua Chile, projeto do escritório do grande arquiteto Oscar Niemayer, em 1954, e atuou em Salvador cerca de vinte anos.
Em 1954 foi eleito deputado federal na legenda do PTB, com o apoio do Partido Comunista.
Em 1958, já desligado do Partido Comunista, foi um dos fundadores do Jornal da Bahia e seu diretor até 1983.
Em 1960, fundou o Banco Baiano da Produção S.A., que até o ano de 1970 tinha agencias em quase todas as capitais do norte ao sul do país. Em 1977 fundou a empresa João Falcão Urbanizadora Ltda., que está em atividade até os dias atuais.
No governo de Luiz Viana Filho foi presidente do Banco de Desenvolvimento da Bahia, de 1967 a 1969.
Foi membro do Conselho Consultivo da Usina Siderúrgica do Bahia, sócio da Associação Brasileira de Imprensa e da Associação Bahiana de Imprensa, da Associação de Bancos da Bahia, e é membro do Conselho das Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID).
Recebeu a comenda de Grão Mestre da Ordem do Mérito da Bahia, no governo de Roberto Santos e a comenda da Ordem Municipal do Mérito de Feira de Santana, na classe de Grande Comendador, recentemente.
Em 1988, aos sessenta anos, iniciou sua vida literária com a publicação do livro de memórias O Partido Comunista Que Eu Conheci. Em 1983 publicou os livros A vida de João Marinho Falcão Vitória de uma vida de trabalho; em 1999, O Brasil e a 2ª Guerra Mundial; em 2006, Não deixe esta chama se apagar História do Jornal da Bahia; em 2008, A história da Revista Seiva; em 2009, o livro de suas memórias, Valeu a pena (Desafios de minha vida), ao completar 90 anos.
(Fonte: www.academiadeletrasdabahia.org.br)