John Dos Passos, compôs ao lado de Hemingway, Fitzgerald e Faulkner, grandes prosadores americanos

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Dos Passos: raiva e tristeza em seus livros

 

John Dos Passos (Chicago, 14 de janeiro de 1896 – Baltimore, 28 de setembro de 1970), novelista e romancista americano.

Americano neto de português, John dos Passos aproximou-se do Brasil quando quis vasculhar suas raízes.

O romancista nascido em 1896 em Chicago e morto em 1970 em Baltimore veio ao país pela primeira vez em 1948 para escrever reportagens para a revista “Life”.

Desta e de outras duas visitas, em 1958 e em 1962, resultou “Brazil on the Move”, misto de crônica de viagem, reportagem e ensaio.

Ao desembarcar no Rio em 1948, Dos Passos já publicara suas obras-primas, a “Trilogia USA” (“Paralelo 42”, “1919” e “O Grande Capital”, de 1930 a 1936) e “Manhattan Transfer” (1925)

Dos Passos dirigiu ambulância na Primeira Guerra (1914-1918), foi correspondente na Segunda (1939-1945) e testemunhou a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

Pela guinada ideológica da esquerda à direita, foi tachado de comunista pelos fascistas e de fascista pelos comunistas. Rompeu com o amigo Hemingway por razões políticas – o colega o acusou de traidor da causa marxista.

A trilogia U.S.A., ocupa uma zona cinzenta na história do romance modernista. O mais famoso elogio feito a ela veio do filósofo francês Jean-Paul Sartre, que a considerou genial.

Dos Passos compôs, ao lado de Hemingway, Fitzgerald e Faulkner, a quadra de grandes prosadores americanos dos anos 20. Em U.S.A., “Dos”, como diziam os amigos, pretendeu nada menos do que traçar um painel completo da soceidade de seu país, de 1900 até 1927.

Quando a trilogia ficou pronta, em 1936, essa combinação fascinou o público. Com o tempo, no entanto, foi ficando claro que o arranjo formal tinha algo de mecânico e envelhecia rápido, enquanto a linguagem era tensa e quase desprovida de humor.

Seria injusto dizer que Dos Passos não deixou herdeiros. Sua raiva e tristeza, bem como sua ambição totalizante, encontram eco na obra de escritores tão díspares como Don DeLillo e James Ellroy. Dos Passos foi ousado e brilhante ao projetar sua obra. Mas perdeu o jogo na programação.

(Fonte: Veja, 3 de março de 1999 – ANO 32 – N° 9 – Edição 1587 – LIVROS/ Por Carlos Graieb – Pág; 124)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada- ILUSTRADA / Por FABIO VICTOR – EDITOR-ADJUNTO DA “ILUSTRADA” – 12/01/2013)

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