John Huston, diretor e ator de cinema. Americano naturalizado irlandês, nascido em Nevada

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John Huston, diretor de cinema, escritor e ator

 

Diretor consagrado

 

John Huston (Nevada, Missouri, 5 de agosto de 1906 – Massachussetts, 28 de agosto de 1987), diretor de cinema, escritor e ator. Americano naturalizado irlandês, nascido em Nevada, Estado de Missouri, filho de um ator de teatro e de uma jornalista, Huston chegou a Hollywood no início da era do cinema falado e abriu caminho como autor de roteiros até sua estreia triunfal como diretor. Ex-boxeador na adolescência, quando estudava Belas Artes em Los Angeles, praticamente inveterado de caça à raposa em suas viagens à Irlanda, Huston granjeou fama, na vida pessoal, como conquistador incurável e fiel amigo do copo.

Casou-se e divorciou-se cinco vezes e teve cinco filhos, dois deles adotados. Ao longo de cinquenta anos de carreira, Huston dirigiu 37 filmes, atuou em outros tantos e reuniu em seu currículo uma das mais notáveis coleções de obras-primas saídas dos estúdios de Hollywood. Seu primeiro filme como diretor, O Falcão Maltês, de 1941, que ajudou a criar a mística em torno do ator Humphrey Bogart (1899-1957), é uma das melhores histórias de detetive já mostradas nas telas. Nas décadas seguintes, filmes como O Tesouro de Sierra Madre (1948), O Segredo das Jóias (1950) – que primeiro deu notoriedade à atriz Marilyn Monroe -, Uma Aventura na África (1952) e O Homem que Queria Ser Rei (1975) confirmaram sua condição de mestre e consagraram seu estilo limpo e polido de filmar.

A CENTELHA DO GÊNIO – Como poucos diretores, Huston sabia contar uma história de maneira direta e envolvente. Explorava com frequencia, e de maneira magistral, os mecanismos que levam o ser humano à derrota e sua fragilidade diante das situações difíceis da vida. Seus heróis – durões e sinceros – terminam sempre num pântano de fracasso, vitimados pelo amor, pela cobiça ou pela angústia. Dedicou-se praticamente a todos os gêneros – aventura, comédia, bangue-bangue, documentário – e tinha particular orgulho desse ecletismo. “A grande qualidade de meus filmes é que eles não se repetem”, costumava dizer.

A idade avançada e a saúde debilitada não tiraram o fôlego do diretor, conhecido nos meios cinematográficos como um azougue capaz de trabalhar em vários projetos simultaneamente e sempre com a centelha do gênio. Seu último filme lançado, A Honra do Poderoso Prizzi, de 1985, centrado numa família mafiosa americana, com sua filha Anjelica Huston e o ator Jack Nicholson, então casado com ela, nos papéis principais, pode ser incluído entre suas melhores produções. É uma obra-prima de humor negro sobre o tema preferido de Huston – o dos homens que perdem aquilo que mais querem.

Nos últimos anos morava no México, num refúgio paradisíaco nos arredores de Puerto Vallarta, e mantinha um intenso ritmo de trabalho, escrevendo roteiros e viajando a locais de filmagem em volta do mundo.

Quem cruzasse com o diretor e ator de cinema John Huston nos últimos meses poderia apostar que, na cadeira de rodas à qual estava preso e por trás dos finos tubos de oxigênio que ligava às narinas sempre que mantinha diálogos demorados, estava um velho aposentado e inválido. Por sua vontade, no entanto, esteve longe da aposentadoria, pois trabalhou até o último dia de vida. Em Newport, participava como ator, produtor e roteirista de um novo filme, Mr. North, dirigido por seu filho Danny Huston, com o ator Robert Mitchum no papel principal.

Por sua vontade, no entanto, esteve longe da aposentadoria, pois trabalhou até o último dia de vida. Em Newport, participava como ator, produtor e roteirista de um novo filme, Mr. North, dirigido por seu filho Danny Huston, com o ator Robert Mitchum no papel principal.

Huston morreu às 2 horas da manhã de sexta-feira, dia 28 de agosto de 1987, num apartamento de Newport, no Estado americano de Massachussetts, de enfisema pulmonar, aos 81 anos. Por sua vontade, no entanto, esteve longe da aposentadoria.

(Fonte: Veja, 2 de setembro de 1987 – Edição 991 – DATAS – Pág; 99)

Huston: homenagem pelo conjunto da obra

John Huston recebeu – a concessão de um prêmio especial, pelo conjunto da obra no 37.º Festival Internacional do Filme, em  Cannes. Afinal, além de diretor de Sob o Vulcão, Huston é responsável por filmes inesquecíveis como O Falcão Maltês e O Tesouro de Sierra Madre, que fizeram a glória de Humphrey Bogart e, na década de 40, inventaram uma nova maneira de fazer cinema.

Ao premiar Huston, o júri presidido pelo ator Dirk Bogarde ao mesmo tempo, rendeu um tributo ao passado e apontou um caminho para o futuro.

(Fonte: Veja, 30 de maio de 1984 – Edição 821 – CINEMA/ Por Mário Sérgio Conti – Pág: 112/114)

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