John Wheeler (Jacksonville, 9 de julho de 1911 – Hightstown, Nova Jersey, 13 de abril de 2008), físico americano, um dos titãs da física no século XX. Com o dinamarquês Niels Bohr, formulou a teoria da fissão nuclear, que possibilitou a criação da bomba atômica.
Mas lamentou que o artefato não tivesse ficado pronto a tempo de ser usado na Europa e salvar seu irmão, que morreu na frente de batalha. Também participou do desenvolvimento da bomba de hidrogênio e deu uma importante contribuição ao estudo de buracos negros, expressão que ele mesmo cunhou. Wheeler faleceu dia 13 de abril de 2008, aos 96 anos, de pneumonia, nos Estados Unidos.
(Fonte: Veja, 23 de abril, 2008 Edição n° 2057 ANO 41 N.º 16 Veja, 23 de abril, 2008 DATAS – Pág; 94)
O físico John A. Wheeler, que teve um papel determinante no desenvolvimento da bomba atômica e mais tarde deu nome ao fenômeno dos buracos negros. Foi professor da Universidade Princeton por muitos anos
Wheeler divide espaço na história científica com grandes nomes como Albert Einstein e Niels Bohr, com quem ele trabalhou nas décadas de 30 e 40.
Nascido em 1911, Wheeler tinha 21 anos quando ganhou o título de doutor pela Universidade Johns Hopkins. Em meados da década de 30, ele foi para Dinamarca para estudar por um ano com Bohr, que ganhou um Prêmio Nobel por seus trabalhos sobre a estrutura do átomo.
Conflito
Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial na Europa, Bohr chegou aos Estados Unidos com a notícia de que cientistas alemães tinham conseguido dividir átomos de urânio. Trabalhando em Princeton, Bohr e Wheeler esboçaram uma teoria sobre como a fissão nuclear funcionava.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Wheeler fez parte do Projeto Manhattan, que construiu a primeira bomba atômica. Ao contrário de outros colegas, que se disseram arrependidos de seu papel no desenvolvimento do artefato, Wheeler afirmava ter se decepcionado pelo fato de as bombas não terem ficado prontas a tempo de acelerar o fim do conflito na Europa. Seu irmão, Joe, foi morto em combate na Itália em 1944.
Mais tarde, Wheeler ajudou Edward Teller no desenvolvimento da bomba de hidrogênio, ainda mais poderosa.
Em 1967, durante uma conferência, ele criou o termo “buraco negro” para as formações espaciais com enorme força gravitacional – tanto que nada, nem mesmo a luz, pode escapar de sua ação.
Entre seus alunos no início dos anos 40 estava o ganhador do Prêmio Nobel Richard Feynman.
Wheeler, que passou a maior parte da carreira acadêmica em Princeton, mudou-se para o Texas em 1976, em razão da aproximação da idade da aposentadoria.
“Para mim, ele foi o último titã, o único físico super-herói ainda de pé”, afirmou o cientista Max Tegmark, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ao jornal “The New York Times”.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e a primeira-dama, Laura Bush, divulgaram um comunicado em que classificam o pesquisador como “um dos maiores físicos dos Estados Unidos”, ressaltando o papel de Wheeler como educador.
“Como professor na Universidade Princeton e na Universidade de Texas-Austin, Wheeler inspirou gerações de estudantes… para transformarem sua curiosidade em descobertas científicas”, afirmaram. Wheeler morreu no dia 13 de abril de 2008, aos 96 anos, de pneumonia em sua casa em Hightstown, Nova Jersey.
(Fonte: www1.folha.uol.com.br Ciência – 14/04/2008)