José Cardoso Pires, foi um dos nomes mais importantes da literatura contemporânea de Portugal

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O fim da valsa de José Cardoso Pires

 

Escritor português foi autor de “De Profundis, Valsa Lenta”, vencedor do Prêmio Pessoa de 1997 e considerado um dos mais importantes de nossa língua

 

José Cardoso Pires (Aldeia de Peso, no distrito de Castelo Branco, 2 de outubro de 1925 – Lisboa, 26 de outubro de 1998), escritor português. Um dos nomes mais importantes da literatura contemporânea de Portugal. Autor de 19 livros, Cardoso Pires foi o vencedor do Grande Prêmio Camões de Romance, em 1996, e do Prêmio Fernando Pessoa, em 1997.

O escritor português José Cardoso Pires, nascido em outubro de 1925, em Lisboa, trabalhou como marinheiro, matemático e jornalista e publicou seu primeiro livro, “Os Caminheiros e Outros Contos”, em 1949.

Alcançou o sucesso com “O Anjo Ancorado” (1958), “O Hóspede de Job” (1963) e “Balada da Praia dos Cães” (1982), lançado no Brasil. Aqui também foram lançados “O Delfim” (1968), “De Profundis, Valsa Lenta” (1997) e “Alexandra Alpha” (1987), pelo qual foi premiado em 1989 pela Associação Paulista de Críticos de Arte como melhor escritor da língua portuguesa. 

Em 1995, o escritor sofreu uma isquemia cerebral, que o deixou sem memória por dois anos. Ele transformou essa experiência no livro, “De Profundis, Valsa Lenta”, que narra a perda total da memória. 

 

O escritor português Cardoso Pires foi o vencedor da edição de 1997 do Prêmio Pessoa, um dos mais importantes da língua portuguesa.

 

A experiência de enxergar outro em seu próprio corpo, de olhar sua face no espelho e não saber que era ele mesmo, foi descrita pelo escritor em “De Profundis, Valsa Lenta”, já publicado no Brasil.

 

Nesse livro, um dos que lhe proporcionou maior reconhecimento, Cardoso Pires deixou a mesma marca que imprimiu em obras como “Alexandra Alpha” (1987) e “A Balada da Praia dos Cães” (1982): texto seco, em que os substantivos eram acompanhados por poucos adjetivos.

 

“Quem não tem vergonha, usa adjetivos. Quem tem pudor, encolhe-se”, disse o escritor à Folha, em abril deste ano em sua casa em Lisboa. Para ser mais preciso, pois seu texto era preciso, Cardoso Pires recebeu a Folha na rua São João de Brito, 7, Lisboa, às 18h25 do dia 2 de abril, conforme anotou no livro desse repórter.

 

“Ele estava contando cada minuto da vida entre esses dois acidentes”, disse Edite, a mulher do escritor, por telefone, de Lisboa.

 

Cardoso Pires faleceu em 26 de outubro de 1998, aos 73 anos, de derrame cerebral, em Lisboa. Ele estava em coma profundo havia quatro meses, por causa de um coágulo no cérebro.

Segundo Edite, o escritor entrou em coma na semana que ambos comemorariam 40 anos de casados.

Há mais de dois meses já havia sido anunciada sua morte cerebral. O conterrâneo de Cardoso Pires José Saramago, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 98, disse que “é uma infelicidade que já se esperava. Mas quando ocorre o golpe não deixa de ser duro”.

Segundo o autor de “Memorial do Convento”, mais uma vez a história se repete. “Só agora que vão dizer coisas maravilhosas sobre Cardoso Pires, que as merecia. Mas algumas delas chegaram atrasadas.”

(Fonte: Veja, 15 de julho de 1998 – ANO 31 – Edição 1555 – N° 28 – Veja Essa – PÁG; 37)
(Fonte: Veja, 4 de novembro de 1998 – ANO 31 – Edição 1571 – N° 44 – Veja Essa – PÁG; 41)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fol/cultura – CULTURA / Agência Folha – De São Paulo – 26/10/98)

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(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO / ILUSTRADA / por CASSIANO ELEK MACHADO da Reportagem Local – São Paulo, 27 de outubro de 1998)

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Com agências internacionais, Claudia Rossi, do Banco de Dados, e Leonardo Cruz, da Redação

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