Cantor e compositor regionalista
Integrou Os Serranos e venceu a Califórnia da Canção Nativa de 1972
José Claudio Machado (Tapes, 17 de novembro de 1948 Porto Alegre, 12 de dezembro de 2011), cantor e compositor regionalista. Vencedor da Calhandra de Ouro na 2ª edição da Califórnia da Canção Nativa, em 1972.
Machado foi o grande vencedor da Califórnia da Canção Nativa em sua segunda edição, em 1972, época de ouro do grande festival de Uruguaiana que hoje é considerado patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. A canção Pedro Guará, que lhe deu a Calhandra de Ouro, foi composta em parceria com Cláudio Boeira Garcia e se tornou uma das mais conhecidas de seu vasto repertório – ela deu título a um de seus álbuns mais conhecidos, gravado em 1990.
O músico também ficou conhecido por interpretações como a de Pêlos, Milonga Abaixo de Mau Tempo e Campesino e pelas duas passagens pelo grupo Os Serranos, a última na segunda metade dos anos 1980, quando gravou o disco Isto É… Os Serranos. Machado também tocou com Os Tapes, Bebeto Alves, Luiz Marenco e Mauro Moraes e gravou 14 CDs, o último deles Os Melhores Sucessos de José Claudio Machado, de 2007.
A canção Pedro Guará, que lhe deu a Calhandra de Ouro, foi composta em parceria com Cláudio Boeira Garcia e se tornou uma das mais conhecidas de seu vasto repertório.
Machado também tocou com Os Tapes, Bebeto Alves, Luiz Marenco e Mauro Moraes e gravou 14 CDs. Em 2005, na Assembleia Legislativa, o cantor recebeu o prêmio Teixeirinha de melhor cantor.
Vencedor da Calhandra de Ouro na 2ª edição da Califórnia da Canção Nativa, em 1972, tinha uma característica marcante, conforme o amigo de infância Enon Cardoso: “tinha o coração do tamanho do mundo”.
Foi um dos idealizadores do Parque da Harmonia, hoje identificado como reduto dos tradicionalistas sobretudo no período que antecede o 20 de setembro.
– Aquilo ali era primeiro um aterro, nós íamos fazer churrasco, passar o dia, jogar bocha. Um dia saiu um acampamento. E, quando se viu, era um parque – declarou, em uma de suas últimas entrevistas.
Considerado um dos grandes representantes da canção gauchesca, o tapense, nascido no dia 17 de novembro de 1948, foi motivado por familiares desde a infância a cultivar a tradição. Além da voz marcante, o artista, que se “notabilizou por cantar o cavalo”, conforme o amigo Enon, também demonstrava o talento no manuseio da gaita:
O que poucas pessoas lembram é que antes mesmo de cantar o “Zé” era um grande gaiteiro. Ele foi um dos inspiradores do Borghetinho (Renato Borgheti) a tocar com a gaita de oito baixos. Inclusive foi ele quem deu a primeira gaita ao Borghetinho.
A amizade entre Enon e José Cláudio rendeu ao cantor um quarto especial na casa do dono da Rádio Tapense. O cômodo era utilizado durante as visitas esporádicas à terra natal:
Eu mandei fazer um quarto no galpão só para ele. A gente brincava que quando outra pessoa me visitava tinha que ligar para o Zé e pedir autorização relembra.
Outro parceiro de Machado foi o compositor Mauro Moraes, o qual teve seus maiores sucessos cantados pelo tradicionalista. Em participação no 5º Relincho da Canção Nativa, no início de novembro de 2011, em Pantano Grande, Moraes cantou Milonga Abaixo de Mau Tempo sucesso da música gauchesca , dedicando-a à saúde do companheiro. Na ocasião, lembrou a doença de José Cláudio e foi aclamado pelo público ao homenageá-lo.
José Claudio Machado morreu dia, 12 de dezembro de 2011, tinha 63 anos e estava internado no Hospital Mãe de Deus há seis meses para tratar de um enfisema pulmonar.
(Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2011/12 – GERAL – NOTÍCIA – 12/12/2011)
(Fonte: zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e-lazer – CULTURA e LAZER 13 de dezembro de 2011)