Teté, o Marechal das vitórias
Teté, foi um dos técnicos que mais comandou o Inter
José Francisco Duarte Júnior (Pelotas, 24 de agosto de 1907 — Porto Alegre, 18 de junho de 1962), conhecido como Teté, foi o técnico que mais vezes comandou o Sport Club Internacional na história. São 337 jogos (de 1951 a 1957 e em 1960).
Natural de Pelotas, ele ficou conhecido como “Teté, o Marechal das Vitórias” por sua formação militar – era oficial da reserva do Exército.
— Ele foi técnico do Inter só duas vezes. A segunda passagem, em 1960, foi mais curta. Mas ele foi o técnico com o período consecutivo mais longo: sete anos, de 1951 a 1957. Isso dá quase um Alex Ferguson na Inglaterra. Mas, naquele tempo, se jogava menos — comenta o jornalista Cláudio Dienstmann.
Natural de Pelotas, Teté nasceu dois anos antes da fundação do Inter, em 1907. E, quando desembarcou em Porto Alegre, no início dos anos 1950, já era um profissional de destaque no futebol gaúcho, sendo conhecido pela alcunha de “Marechal das Vitórias”.
— O Teté é um cara de uma trajetória ímpar no Inter. No período em que o futebol começava a se profissionalizar, ele é o técnico que permanece no cargo por mais tempo. O próprio apelido se dá pelo fato de ele ser um oficial da reserva do Exército. Ele chegou a atuar como atleta, mas por pouquíssimo tempo. Foi campeão citadino pelo Rio Grande, como jogador, em 1924, e depois com o Guarany de Bagé, em 1935, como treinador. Neste mesmo ano, ele foi para o 9º Regimento de Infantaria (atual Farroupilha), de Pelotas, e foi campeão gaúcho. Então, ele já tinha uma trajetória como treinador antes de vir para o Inter. Já tinha passagem pelo Brasil-Pel também — conta Cesar Caramês, assistente de pesquisa no Museu do Sport Club Internacional.
O Colorado foi comandado por Teté em um momento em que os clubes se limitavam às disputas estaduais, antes das criações do Brasileirão e Libertadores. Com ele, o Inter foi tetracampeão gaúcho (1951, 1952, 1953 e 1955) e ganhou o apelido de “Rolinho”, por se tratar da geração que sucedeu o grande Rolo Compressor dos anos 1940, octacampeão regional.
— Quando ele voltou do Rio de Janeiro, onde prestou o serviço militar, trouxe muitos jogadores de lá, como o Florindo, Jerônimo, Larry e Luizinho, que era seu genro. Mas, quando ele voltou, não veio para treinar o Inter, mas o Nacional (clube extinto de Porto Alegre). E esses caras todos vieram para o Nacional primeiro. Depois é que ele conseguiu transportar para o Inter — revela Dienstmann.
Além dos feitos alcançados com o emblema vermelho, Teté também ganhou destaque nacional ao ser escolhido para comandar a Seleção Brasileira nos Jogos Pan-Americanos de 1956, no México. Na época, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) definiu que o time que representaria o país no torneio seria formado por profissionais que atuassem no futebol gaúcho. A estratégia deu certo, já que a equipe voltou com a medalha de ouro.
— O Rolinho era um time com bastante preponderância, que tinha jogadores como Larry, Bodinho, Salvador e, além disso, serve como base para a Seleção Brasileira no Pan-Americano de 1956. O Inter tinha nove jogadores convocados, sendo que oito eram titulares, além do próprio Teté comandando a equipe. A conquista do Pan-Americano ajudou a criar uma mística maior em cima do Rolinho — sentencia Caramês.
Apesar das conquistas, Teté nunca foi reconhecido como um treinador estrategista. Pelo contrário, a fama que carregava era de ser mais afeito à superstição e à motivação do elenco.
Títulos
Teté chegou ao Internacional em 1951 e foi tetracampeão citadino e estadual (1951-1953 e 1955).
Ele comandou o “Rolinho”, time que sucedeu o famoso Rolo Compressor dos anos 1940. Por suas mãos passaram ídolos como Larry, Bodinho, entre outros.
Batismo do Olímpico
O Marechal foi o primeiro técnico a vencer um Gre-Nal no Estádio Olímpico, com uma goleada por 6 a 2 sobre o Grêmio, e quatro gols de Larry.
Feito no México
Ele também foi o técnico que comandou a seleção brasileira formada somente por gaúchos que conquistou o Pan-Americano de 1956.
Teté morreu em 1962, apenas dois anos depois de sua última passagem pela casamata colorada. Tinha 54 anos de idade.
É essa a lenda da história do Internacional que foi igualada e depois superada por outra tão ou mais importante. Abel Braga completou os mesmos 337 jogos contra o Sport, em 10 de fevereiro de 2021, jogo que o Internacional acabou derrotado por 2 a 1.
Recordista, Abel fica com a bola do jogo e vibra por vitória do Inter sobre o Vasco: “Especial”
Técnico se isola como treinador que mais comandou o Inter na história com a vitória por 2 a 0 sobre o Vasco, em 14 de fevereiro.
A vitória do Inter por 2 a 0 sobre o Vasco, no domingo, em 14 de fevereiro em São Januário, pela 36ª rodada do Brasileirão, foi tão especial, mas tão especial que fez Abel Braga levar de recordação a bola do jogo. O treinador se isolou como técnico que mais vezes comandou o Colorado na história.
Comandante da Libertadores e do Mundial em 2006, Abel está em sua sétima passagem e fez seu jogo de número 338 pelo Colorado. Deixou para trás Teté, o Marechal das Vitórias, com 337. E não escondeu a felicidade e até certo alívio com a vitória em uma data emblemática.
– Era um dia especial para mim. Vocês falam tanto do velho. 338 jogos, num clube gigante. Imagina o que isso representou para mim. Estou com a bola do jogo, vai ser autografada quando tiver uma caneta apropriada. Não queria que nós perdêssemos um jogo desses – disse o treinador na entrevista coletiva após a partida.
– Eu sei que no domingo agora, só pode o campeonato acabar se for para nós. E dependendo do resultado que acontecer, vamos levar para o último jogo. Vamos fazer nossa partida. (O Vasco) Não tiveram nenhuma chance. Porque aquela chance que seria, a defesa do Lomba foi fantástica. Mas o Cano estava impedido. É uma equipe que sabe marcar, sabe sair. Está com confiança alta. São 180 minutos. Vamos lutar por cada minuto desses – projeta Abel Braga.
Técnicos com mais jogos pelo Inter:
- Abel Braga – 338
- Teté – 337
- Cláudio Duarte – 306
- Dino Sani –271
- Rubens Minelli – 225
Abel não só evitou reclamar, como citou a pressão sobre o árbitro Flávio Rodrigues em um jogo como o deste domingo. Mas ele lamentou a ausência de Víctor Cuesta.
– É muito difícil apitar numa situação dessas. Nós precisando vencer, o adversário não podendo perder. Uma pressão surreal. Eu não lamento ausência. Não achei justo porque vi nas imagens, desculpando o árbitro, porque é muita pressão de ambos os lados. O pior disso tudo é que ele (Cuesta) pegou o terceiro amarelo em um lance que não aconteceu – diz Abel.
(Fonte: https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/internacional/stories/2021/02/10 – FUTEBOL / TIMES / INTERNACIONAL / STORIES / Por Redação do ge – 10/02/2021)
(Fonte: https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/internacional/noticia – FUTEBOL / TIMES / INTERNACIONAL / NOTÍCIA – 14/02/2021)
(Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/esportes/inter/noticia/2021/02 – ZH COLORADO / NA HISTÓRIA / ESPORTES / INTER / NOTÍCIA / por FILIPE DUARTE – 13/02/2021)