Joseph Beuys, nome central na arte contemporânea e influência de diversos artistas

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Na produção europeia, em casos como o de Joseph Beuys, a arte é a experiência central da vida. E suas obras só devem ser vistas a partir desse conceito.

Joseph Beuys (1921-1986), artista alemão. Nome central na arte contemporânea e influência de diversos artistas, Beuys dizia que todo homem é um artista. Seu profundo humanismo, seu conceito de escultura social e o envolvimento político que o tornou um dos precursores do movimento ecológico fazem dele figura atrativa para qualquer interessado em artes.

Joseph Beuys, ex-capitão da Luftwaffe, foi um misto de professor acadêmico e líder político, que se inspirou nas forças da natureza e usa engrenagens, ferramentas e outros objetos semelhantes em construções simbólicas. Ele se propôs a criar o espaço de uma catedral gótica com uma construção na qual o público não podia entrar. Podia, contudo, acompanhá-lo em um “percurso socrático” – durante quinze dias estará à disposição para caminhar, debater e interrogar as pessoas.

“É isso que faz a lebre: encarnar-se fortemente dentro da terra, coisa que o homem só pode realizar radicalmente por meio do seu pensamento — esfregar, bater, cavar na matéria (terra); por fim penetra (a lebre) nas leis da terra. Nesse trabalho seu pensamento é aguçado e então transformado, tornando-se revolucionário”, disse Beuys em 1965, durante performance em Düsseldorf, na Alemanha. Foi o único artista que estruturou o seu projeto contra a obra de Marcel Duchamp (1887-1968), pintor e jogador de xadrez, que serviu de inspirador para as vanguardas dos anos 70.

O lado mais lendário do artista, que idolatrava as lebres e tinha forte elo com a cultura dos tártaros, também perpassa boa parte das 260 peças presentes em “A Revolução Somos Nós” — vídeos, cartazes, múltiplos e fotografias. Segundo relatos transmitidos pelo próprio Beuys, o apego por tal cultura teve desdobramentos em toda a sua obra, com o uso da gordura, do feltro e de elementos xamânicos. A ligação com os tártaros se conecta ao fato de o artista ter sido amparado e recuperado após acidente de avião que sofreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando atuou como piloto da força aérea alemã.

As relações com o Fluxus [movimento artístico surgido na década de 1960 do qual participaram Yoko Ono e John Cage]. Quando foi dar aulas em Düsseldorf, Beuys conheceu professores integrantes da corrente, como George Maciunas e Nam June Paik. Quando vemos registros fotográficos de tais aulas, vemos que pareciam mais encontros. Beuys ficava em meio aos alunos, em conversas em um mesmo nível de interlocução, algo bastante inovador.

Com uma obra baseada em ações, encontros e performances — em “Eu Amo a América e a América me Ama”, de 1974, o alemão conviveu com um coiote numa sala durante cinco dias –, o artista se aproxima do viés menos panfletário e mais experimental.

Beuys foi um dos pioneiros do movimento ambientalista alemão e teve participação ativa na política. Ele fundou várias organizações políticas, como o Partido Alemão dos Estudantes, em 1967 (alemão: Deutsche Studentenpartei DSP), e a Organização para a Democracia Direta, em 1970. Em 1979, ele se tornou um dos membros fundadores do Partido Verde Alemão. Mesmo tendo até arriscado uma candidatura em uma eleição pelos verdes, Beuys expressou no fim da vida desgosto pela política partidária e havia se afastado das atividades do PV.

(Fonte: entretenimento.uol.com.br)
(Fonte: Veja, 9 de outubro de 1991 – ANO 24 – Nº 41 – Edição 1203 – ARTE – Pág; 124/125)

(Fonte: Veja, 25 de junho de 1980 – Edição 616 – ARTE – PÁG: 127/128)
(Fonte: http://www.digestivocultural.com/ensaios/ensaio – ENSAIOS/ Por Pedro Maciel – 20 de maio de 2002)

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