Juca Chaves, músico e humorista, se consagrou como compositor de modinhas e trovas cujas letras traziam irônicas metáforas especialmente contra a ditadura militar brasileira (1964-1985), que por conta disso, foi chamado por Vinícius de Morais como Menestrel Maldito

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Juca Chaves, compositor e humorista que ironizou a ditadura militar

Ícone do humor que se destacou na luta contra a ditadura

 

O cantor e compositor Juca Chaves, em 2013 (Foto: Denise Andrade / Estadão© Fornecido por Estadão)

 

Jurandyr Czaczkes Chaves (Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1938 – Salvador, 26 de março de 2023), músico, crítico e humorista mais conhecido como Juca Chaves, teve formação em música erudita, compondo aos 12 anos, sua primeira modinha. Ainda na infância, se mudou para São Paulo e passou a frequentar o Clube Pinheiros. Ali conheceu Ana Maria, sua musa, para quem dedicou várias canções.

Juca Chaves nasceu no Rio de Janeiro em uma família judaica, em 1938, e se consagrou como compositor de modinhas e trovas cujas letras traziam irônicas metáforas especialmente contra a ditadura militar brasileira (1964-1985). Por conta disso, foi chamado por Vinícius de Morais como Menestrel Maldito.

Formado em música clássica, Juca começou a carreira profissional em 1955, na TV Tupi, em São Paulo, sempre com humor ácido, inteligente e com críticas sociais.

Unindo humor à música, Chaves se notabilizou por incomodar, nos anos 1960, a ditadura com suas modinhas e trovas. Entre suas composições mais conhecidas, estão “Caixinha, Obrigado!”, “Take Me Back To Piauí” e “A Cúmplice”.

Em trecho da música Quantos Somos, por exemplo, ele diz: “Diplomatas, militares, deputados, vereadores / ministros e senadores, imprensa, parlamentares / 5 mil e cento e dez os Barnabés do Brasil / O quanto resta é o quanto presta / Sem Sarney 90 mil.”

Ele também foi crítico da grande imprensa e do próprio mercado fonográfico. Chegou a ser exilado em Portugal na década de 1970 mas, em show no Teatro Tivoli, irritou as autoridades locais ao fazer uma piada com o ditador António de Oliveira Salazar. Com isso, foi obrigado a se transferir para a Itália.

Dentre suas canções mais conhecidas estão Caixinha, Obrigado, A Cúmplice, Menina, Que Saudade, Por Quem Sonha Ana Maria (interpretada no filme Marido de Mulher Boa de 1960) e Presidente Bossa Nova, essa em homenagem a Juscelino Kubitschek, que presidiu o País entre 1956 e 1961. O escritor Jorge Amado dizia que Juca Chaves tinha “a voz mais livre do Brasil”.

Com 60 anos de carreira, diversos bordões e sucessos, Juca lotou teatros por todo Brasil divertindo plateias. Antes das apresentações costuma convocar o público com uma de suas frases célebres: “vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar”.

Juca também era um notório torcedor do São Paulo Futebol Clube e, em 2006, lançou-se candidato a senador na Bahia pelo PSDC, ficando em 4º lugar, com 19.603 votos. Fez campanha em formato de poesia, o que os distinguia dos outros candidatos. Nos últimos anos, declarou-se defensor da Operação Lava-Jato.

Desde 1975, Juca Chaves era casado com Yara Chaves. Ele deixa duas filhas, Marina Morena e Maria Clara.

Juca Chaves faleceu na noite do sábado, 26, em Salvador, onde estava internado no hospital São Rafael. Ele estava com 84 anos e faleceu em decorrência de problemas respiratórios. O corpo foi cremado no Cemitério Bosque da Paz, na capital baiana.

Desde 1975, Juca Chaves era casado com Yara Chaves. Ele deixa duas filhas, Marina Morena e Maria Clara.

(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS/ BRASIL/ por Estadão Conteúdo – 26/03/23)

(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – Folha de S.Paulo/ ENTRETENIMENTO/ NOTÍCIAS/ por GUSTAVO ZEITEL E HENRIQUE ARTUNI – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – 26/03/23)(Crédito: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2023/03/26 – BAHIA/ NOTÍCIA/ Por g1 BA – 

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