Júlio Botelho, considerado pela imprensa mundial um dos melhores jogadores da Copa de 1954.

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Júlio Botelho (São Paulo, 29 de julho de 1929 – 10 de janeiro de 2003), um dos maiores ídolos da Portuguesa, Palmeiras e Fiorentina. Sua primeira e única aparição em Copa do Mundo foi em 1954, sendo considerado pela imprensa mundial daquela época um dos melhores jogadores da Copa.

O ponta-direita Júlio Botelho nasceu em São Paulo, no dia 29 de setembro de 1929. Em 1948, foi para o Juventus e em 15 de fevereiro de 1951 foi contratado pela Portuguesa por Cr$ 50 mil.

Estreou contra o Flamengo, no Maracanã, no dia 18 de fevereiro de 1951. A Portuguesa perdeu por 5 a 2. Em 24 de fevereiro de 1951, marcou os seus 2 primeiros gols pela Portuguesa, na vitória de 4 a 2 sobre o América-RJ, no Pacaembu. Fez 191 partidas pela Portuguesa e marcou 101 gols.

Marcou 4 gols na vitória da Portuguesa sobre o Corinthians por 7 a 3, em 25 de novembro de 1951, no Pacaembu. A Portuguesa jogou com o seu maior esquadrão de todos os tempos: Muca, Nena e Noronha; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho, Renato, Nininho, Pinga e Simão. Conquistou pela Portuguesa o bicampeonato do Torneio Rio-São Paulo em 52 e 55.

Defendendo a seleção brasileira, realizou um total de 31 partidas. Conquistou o Campeonato Pan-americano em 52, o vice-campeonato sul-americano em 53 e disputou a Copa de 54.

Fez 17 partidas pela seleção como jogador da Portuguesa, tendo sido convocado até 27 de junho de 1954. Sua última atuação pela Portuguesa foi no amistoso contra o Santos, em 17 de julho de 1955.

A Portuguesa perdeu por 1 a 0 e contava com: Cabeção, Nena e Floriano; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho, Ipojucã, Aírton (Zé Amaro), Edmur (Oswaldinho) e Silva.

Logo depois, em 19 de julho de 1955, foi vendido para a Fiorentina por US$ 5.500. Foi campeão italiano em 56 e, às vésperas da Copa de 58, recusou a convocação do técnico Vicente Feola, por acreditar que deveria ser dada a oportunidade a um jogador que atuasse no Brasil. Foi a grande oportunidade para Mané Garincha na ponta-direita da seleção.

Voltou ao Brasil em 1959, quando passou a defender o Palmeiras. Após encerrar a carreira como jogador, dirigiu as categorias inferiores de Portuguesa, Palmeiras e Corinthians. No Canindé, chegou a dirigir a equipe principal. Aposentou-se do futebol em 1980.

O dia em que o Maracanã vaiou Julinho Mais de 100 mil pessoas se ergueram para vaiá-lo no Maracanã naquele 13 de maio de 1959, dia em que o técnico Vicente Feola, da Seleção Brasileira, ousou escalá-lo no lugar de Mané Garrincha. Então, em vez de se abater, o ponta-direita Julinho Botelho encheu-se de brios, marcou um dos gols da vitória por 2 x 0 e transformou as vaias em aplausos.

Julinho morreu recentemente, deixando saudades para nossa torcida. Abaixo encontra-se a homenagem da Lusa feita em seu site oficial após o falecimento do craque: “Junto com Júlio Botelho morreu um pouco da nossa glória. Ao nosso clube cabe o orgulho de o ter elevado à suprema galeria dos grandes astros de nosso futebol.

Foi no nosso clube que o seu vibrante futebol despontou em todo o seu esplendor. Somos nós que podemos dizer que foi com nossa gloriosa camisa rubro-verde, que ele foi guindado à seleção Paulista, tri campeã Brasileira e à seleção canarinho. Na nossa seleção, além de seu maravilhoso futebol, deixou sempre uma lição de valentia e principalmente de grande amor à Pátria. Foi sempre um grande exemplo de atleta e esportista.

Em campo nunca teve uma reclamação para as verdadeiras agressões que recebia dos adversários, que não o conseguiam conter. Durante toda a sua carreira, jamais foi expulso ou advertido (naquele tempo não havia cartão amarelo). O nosso futebol, através da Federação Paulista , deve-lhe o “Belfort Duarte”, mesmo sendo postumamente.

Envergando nosso uniforme conquistou os Rio-São Paulo de 1952 e 1955 (na época equivalente a campeões do Brasil). Elevou o nome de nosso clube e do nosso Brasil na conquista das fitas-azuis em todos os campos do mundo. Junto com outros grandes jogadores, Muca, Nena, Noronha, Djalma Santos, Brandãozinho, Ceci, Renato, Nininho, Pinga, Simão, Zinho, Jacó e outros, formou uma das maiores equipes que o Brasil já conheceu. Estes jogadores foram a base da renovação da Seleção Brasileira, que nos levaria à conquista do campeonato do mundo de 1958. A única vez que Julinho defendeu a Seleção Brasileira numa copa do mundo, foi como atleta da Portuguesa. Em outras copas apesar de reconhecidamente ser o maior ponta-direita do nosso futebol, junto com Garrincha, por problemas éticos ou de contusão não o pôde fazer.

Sempre brilhando, lá estava Julinho, dando alegria aos nossos torcedores. Realmente, com Júlio Botelho morreu um pouco da nossa glória. Como atleta nos deu títulos e glórias, nos dando também uma grande parte de nosso patrimônio, que foi pago parcialmente com sua venda à Fiorentina.

Como bom filho e amante de sua pátria voltou ao Brasil, rejeitando quantias milionárias, que o clube Italiano lhe oferecia. Por circunstâncias de momento não pôde voltar ao nosso clube como atleta. Voltaria mais tarde, como técnico de futebol de base, onde mais uma vez daria exemplo de amor ao nosso clube e desprendimento na sua função. Diretores da época, como Alberto de Carvalho, podem atestar o que Julinho fazia para fortalecer nosso clube. Talvez o que nosso clube fez por Julinho, não tenha a mesma dimensão do que ele fez por nós. Talvez muitas vezes o clube tenha errado com ele, mas nunca o deixamos de amar e idolatrar. Muitas vezes chegamos a sentir ciúmes dos outros clubes que tiveram a honra de o ter em suas fileiras.

Julinho defendeu quatro clubes, mas só nós temos a grande honra de o levar à consagração, de o mostrar ao mundo. Júlio Botelho pode ter sido de alguns, mas é muito mais nosso.

Não abrimos mão de ele ser eternamente nosso. Muitas vezes temos estado do lado oposto da vitória, mas contribuímos sempre para que ela fosse conquistada pelo nosso país. Júlio Botelho foi uma das nossas grandes contribuições. Com Julinho morreu um pouco da nosso glória, mas ficamos com o orgulho de termos revelado não só um grande atleta, mas um grande filho, um grande pai, um grande patriota.

A Associação Portuguesa de Desportos agradece a Júlio Botelho, o eternamente nosso Julinho, tudo o que nos deu como exemplo de atleta e homem.”

(Fonte: http://www.almalusa.net/julhinho – Craques da Portuguesa – Julhinho)

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