Karl Schmidt-Rottluff (Chemnitz, 1º de dezembro de 1884 – Berlim, 10 de agosto de 1976), pintor alemão, fundador, em 1905, e último sobrevivente do grupo Die Brücke (A Ponte), considerado um dos mais importantes representantes do expressionismo alemão, que se tornou conhecido, por seu valor artístico e pela oposição ao nazismo; proibido de pintar e expulso por Hitler da Academia de Belas Artes da Alemanha em 1938, mais de 600 obras suas foram retiradas dos museus alemães.
Em 1933 Hitler foi nomeado chanceler do Reich, e pouco depois os expressionistas caíam em desgraça. Depois da II Guerra Mundial, recebeu inúmeras homenagens, ganha uma cadeira na Universidade de Artes Plásticas de Berlim em 1947, e doou seus trabalhos a Berlim Ocidental, que com elas fundou o museu Ponte.
Schmidt-Rottluff criou aos 21 anos com mais três amigos o grupo Die Brücke, ainda em Dresden, e mais tarde transferiu-se para Berlim. É no grupo Die Brücke que se origina o Expressionismo, e esse grupo tem suas raízes na associação de quatro artistas, quatro estudantes de Arquitetura de Dresden que a certa altura, em 7 de junho de 1905, decidiram dedicar-se integralmente à arte.
Os quatro – Ernst Ludwig Kirchner, Karl Schmidt-Rottluff, Erich Heckel e Fritz Blaeyl – tinham todos origem burguesa, filhos de famílias que não consideravam a arte uma profissão. E o nome que escolheram para seu grupo não tinha nenhum significado transcendente – apenas, Rottluff o sugeriu ao ver uma ponte ferroviária. Mais tarde, os quatro se mudaram de Dresden para Berlim. E ali não só receberam a adesão de outros artistas, como Emil Nolde e Otto Müller, como viram florescer outros grupos similares.
Em 1933 Hitler foi nomeado chanceler do Reich, e pouco depois os expressionistas caíam em desgraça. Alguns, como Kirchner, pagaram com a própria vida esse golpe das trevas contra a explosão de criatividade e busca de novos caminhos que caracterizou o Expressionismo.
Reunidos em Munique, em 1937, os melhores artistas do Expressionismo alemão tiveram suas obras apresentadas por Adolf Hitler como o exemplo mais grave do que o Führer considerava uma “arte degenerada”. Ao terrível anátema se seguiram punições concretas. Vários artistas foram mesmo proibidos de pintar, e suas telas que já estavam nos museus foram recolhidas aos porões.
Schmidt-Rottluff faleceu em 10 de agosto de 1976, aos 92 anos, de um edema cerebral, em Berlim.
(Fonte: Veja, 5 de outubro de 1983 – Edição 787 – ARTE/ Por CASIMIRO XAVIER DE MENDONÇA – Pág: 150)
(Fonte: Veja, 18 de agosto de 1976 – Edição 415 – DATAS – Pág: 99)