Kenneth Maxwell: polêmica por contrariar teses sobre a Inconfidência Mineira
Kenneth Maxwell, historiador inglês que desfruta grande prestígio acadêmico no Brasil. Nos anos 80, desmistificou teses até então arraigadas na historiografia brasileira. Em seu livro A Devassa da Devassa, Maxwell sustenta que, longe de ter sido apenas uma rebelião de líderes românticos como Tiradentes, a Inconfidência Mineira foi uma revolta patrocinada pelos negociantes brasileiros interessados na independência.
Formado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, com doutorado em Princeton, nos Estados Unidos, Maxwell estudou durante três décadas a História da Península Ibérica, da América Latina e da ex-colônias portuguesas na África. Sempre prefiriu as Histórias conjunturais às nacionais.
Professor da Universidade de Columbia, Maxwell é, antes de tudo, um pesquisador metódico e obcecado. No caso da Inconfidência Mineira, debruçou-se por anos a fio, e com interesse até então inédito, sobre documentos daquele período pertencentes à Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro, e à Casa dos Contos, em Ouro Preto. Essa pesquisa exaustiva está presente também na obra sobre Pombal e é a principal marca de seu trabalho.
Fundou o Programa de Estudos Brasileiros da Universidade Harvard, onde leciona história. Anteriormente, foi diretor do Programa para a América Latina no Conselho de Relações Internacionais em Nova York e editor de assuntos latino-americanos da Foreign Affairs Magazine.
Um dos maiores especialistas na Conjuração Mineira e história do Império português no século XVIII, lecionou na Universidade Columbia e é autor, entre outras obras, de A devassa da devassa, Brasil e Portugal 1750-1808 e Pombal – Paradoxo do iluminismo.
(Fonte: Veja, 21 de agosto de 1996 – ANO 29 – N° 34 – Edição 1458 – LIVROS/ Por EVALDO CABRAL DE MELLO – Pág: 98/99)
(Fonte: http://www.companhiadasletras.com.br/autor – Kenneth Maxwell)