Kigeli V (Cyangugu, Kamembe, 29 de junho de 1936 – 16 de outubro de 2016), último rei de Ruanda
Nascido Jean-Baptiste Ndahindurwa em Kamembe, o monarca marchou ao exílio em 1960 depois de se chocar com a administração colonial belga.
Kigeli V sucedeu no trono em 1959 seu meio-irmão Mutara III (1911-1959), antes da “revolução social” hutu de novembro daquele ano, que expulsou do país dezenas de milhares de tutsis, a maioria dos quais não voltaram ao país até depois do genocídio de 1994.
Kigeli V era tutsi, mas, segundo a tradição, a realeza estava acima das diferenças raciais e representava todos os ruandeses.
No entanto, ao se apoiar na minoria tutsi para dirigir o país e excluir a maioria hutu de qualquer cargo importante, a metrópole belga havia aprofundado os antagonismos. Assim, a monarquia se converteu pouco a pouco aos olhos da maioria oprimida em uma instituição tutsi.
Após a “revolução social” que colocou fim à ordem hierárquica do período colonial belga, a realeza, já muito enfraquecida, se manteve em um primeiro momento.
Mas em 1960 o rei pediu às Nações Unidas que o ajudasse a obter a independência de Ruanda, e as autoridades belgas, ao ficarem cientes, o expulsaram do país.
Em setembro de 1961 a monarquia foi abolida por referendo, um ano antes de Ruanda conquistar sua independência.
Kigeli V viveu exilado em vários países africanos antes de se instalar nos subúrbios de Washington em 1992.
Kigeli V morreu em 16 de outubro de 2016, aos 80 anos, nos Estados Unidos.
(Fonte: http://istoe.com.br – COMPORTAMENTO – EDIÇÃO N° 2445 – 14.10.16)