Kliment Iefremovitch Vorochilov, marechal soviético, foi operário metalúrgico e agitador sindical

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Kliment Iefremovitch Vorochilov (23 de janeiro de 1881 – Moscou, 2 de dezembro de 1969), o primeiro marechal da história da União Soviética (promovido em 1935) e o mais velho de todos os militares russos. Josef Stálin chamava-o pelo apelido: Klim. Para os comunistas russos, ele era o “tovarish” (camarada) Vorochilov, o último bolchevique da velha guarda, que lutou ao lado de Lênin nas fracassadas tentativas revolucionárias anteriores a 1917 e, como Lênin, amargou um exílio de muitos anos. Aos olhos de milhões de russos, ele era Kliment. Finalmente, para o mundo, Vorochilov era o competente estrategista da Segunda Guerra Mundial, um dos vencedores dos alemães em Leningrado e o político duro que foi presidente da União Soviética, de 1953 a 1960 – quando Kruschev o afastou, acusando-o de conspirar com o “grupo antipartidário”.

No dia 2 de dezembro de 1969, após nove anos de ostracismo político, o velho marechal soviético faleceu de uma crise cardíaca, aos 88 anos. Do dia 2, ao dia 5 de dezembro, sábado, vestido com a farda de marechal e trazendo sobre o peito todas as medalhas e condecorações, seu corpo foi velado na sede dos sindicatos. A homenagem tem sua razão de ser: Vorochilov, de família humilde, foi operário metalúrgico e agitador sindical durante toda a juventude em Lugansk Oblast. No dia 5 de dezembro, tendo à frente um cortejo de altos dirigentes do Kremlin, o corpo do último bolchevique foi sepultado no Mausoléu dos Heróis, na Praça Vermelha, no local reservado aos grandes panteões da história. Ao contrário de seu chefe e amigo Stálin, sepultado em cova rasa, o velho Klim teve melhor sorte na sua última morada.

(Fonte: Veja, 10 de dezembro, 1969 – Edição n° 66 – Rússia/ A MORTE DE UM BOLCHEVIQUE – Pág; 51)

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