Lanny Gordin, guitarrista que marcou época na era da Tropicália, o “Hendrix brasileiro”, atraiu a atenção dos artistas da Tropicália, participando em álbuns icônicos, participou do grupo Brazilian Octopus, ao lado de nomes como o pianista Cido Bianchi, o violonista Olmir Stocker, o contrabaixista Nilson da Matta e o multi-instrumentista Hermeto Pascoal

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Guitarrista Lanny Gordin, o “Hendrix brasileiro”

Lanny Gordin, o guitarrista do Tropicalismo

Lanny Gordin em 2011 (Foto: Jorge Rosemberg/Divulgação© Fornecido por Estadão)

 

 

Lanny Gordin (nasceu em Xangai, na China – faleceu em 28 de novembro de 2023, em São Paulo), guitarrista que marcou época na era da Tropicália.

Gordin, cujo nome de bastismo era Alexander Gordin, nasceu em Xangai, na China. Era filho de um russo com uma polonesa, e criado entre Israel e Brasil. Ele chegou ao Brasil com seis anos de idade, vindo de Israel, junto com a família.

Exímio guitarrista, Gordin começou a atuar cedo na cena artística de São Paulo e do Rio de Janeiro. No fim dos anos 1960, participou do grupo Brazilian Octopus, ao lado de nomes como o pianista Cido Bianchi, o violonista Olmir Stocker, o contrabaixista Nilson da Matta e o multi-instrumentista Hermeto Pascoal.

Gordin chamou a atenção do maestro Rogério Duprat, que o chamou para tocar e criar arranjos para disco fundamentais do Tropicalismo, como Tropicália Ou Panis Et Circencis, ao lado de nomes como Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara Leão e Rita Lee.

Com Gal, o músico gravou as guitarras do disco Gal (1969) e participou dos arranjos de LeGal (1970). Ele tocou também no histórico shows Gal – Fatal, de 1971, sendo substituído posteriormente por Pepeu Gomes.

Gordin também foi importante na carreira de Caetano e Gil. Com o primeiro, gravou o álbum branco de Caetano, de 1969, o que tem músicas como Atrás do Trio Elétrico The Empty Boat. Tocou guitarra no disco Expresso 2222, de Gil.

O músico também participou do encontro histórico de Gal, Caetano e João Gilberto, em 1971, na TV Tupi. Ele acompanhou a cantora ao violão. A gravação do especial ainda permanece inédita, vetada por João à época.

Desde jovem, Lanny demonstrava um talento incomum. Aos 16 anos, ele já se destacava na casa noturna Stardust, na Praça Roosevelt, em São Paulo. Com um estilo inovador e audacioso, que o fazia ser comparado a Jimi Hendrix, foi logo convidado a integrar a Jovem Guarda, gravando com Eduardo Araújo a música “Nem Sim, Nem Não” em 1968. No ano seguinte, formou o grupo Brazilian Octopus, ao lado de Hermeto Pascoal e Olmir Stocker. O grupo lançou um LP que se tornou cultuado por sua fusão inovadora de jazz, rock, bossa nova e música clássica, evidenciando a versatilidade e o experimentalismo que acompanhariam a carreira de Gordin.

Lanny Gordin rapidamente atraiu a atenção dos artistas da Tropicália, participando em álbuns icônicos como “Gal Costa” (1969), “Gal” (1969), “LeGal” (1970) e “Fatal – A Todo Vapor” (1971), “Caetano Veloso” (o álbum branco de 1969), “Gilberto Gil” (1969) e “Expresso 2222” (1972). Sua habilidade em mesclar estilos e inovar na guitarra foi fundamental para a sonoridade dessas obras, incorporando elementos do rock psicodélico em canções que se tornaram clássicos da música brasileira. Sua contribuição marcou faixas como “Divino, Maravilhoso”, “Baby”, “Não Identificado”, ajudando a moldar o som da Tropicália. Ele também foi peça-chave no álbum de estreia de Jards Macalé, no primeiro disco solo de Rita Lee, “Build Up” (1970), e em “Carlos, Erasmo” (1971), de Erasmo Carlos, além de ter trabalhado com Tim Maia, Elis Regina e muitos outros.

Durante o auge da carreira, Lanny foi para Londres, onde descobriu o LSD. O uso contínuo da droga fez um estrago irreversível. Diagnosticado com esquizofrenia, ele acabou internado numa clínica psiquiátrica, com tratamento a base de eletrochoques, e se afastou dos palcos. O retorno à música foi tímido, participando nos anos 1980 da Banda Performática do pintor José Roberto Aguilar, de trabalhos do cantores Itamar Assumpção e Vange Leonel, além do disco “Aos Vivos” (1995) do cantor Chico César.

Seu primeiro disco solo só saiu em 2001, o auto-intitulado “Lanny Gordin”, que foi seguido por “Projeto Alfa” (2004), ambos da gravadora independente Baratos Afins, e os aclamado álbuns “Duos” (2005) e “Lanny Duos” (2007), que contou com a participação de várias estrelas da música brasileira. Esses trabalhos reafirmaram sua posição como um dos maiores guitarristas do Brasil.

Gordin também tocou ao lado de outros nomes da música brasileira, como Jards Macalé, Erasmo Carlos, Tim Maia, Wanderlea, Arnaldo Antunes e Chico César. Em carreira solo, lançou álbuns como Projeto Alfa, volume I Projeto Alfa, volume II (2004) e Duos (2006).

Nos últimos anos, ele enfrentou desafios de saúde significativos, incluindo a síndrome de Guillain-Barré e uma inflamação nas articulações da coluna, mas continuou tocando sua guitarra, registrando sua história no documentário “Inaudito”, lançado em 2020.

Lanny Gordin faleceu na terça (28/11) aos 72 anos, após um mês de internação devido a uma pneumonia no Hospital Ignácio Proença de Gouveia, em São Paulo.

Ao longo da carreira, Gordin enfrentou a esquizofrenia, doença que o fez passar períodos afastado das atividades artísticas.

Na noite da segunda-feira, 27, durante a apresentação do show Transa em São Paulo, o músico e compositor Jards Macalé, sem saber da morte de Gordin, fez uma homenagem para o guitarrista, dizendo que ele e Jimi Hendrix faziam aniversário no mesmo dia.

Ele deixou um legado inigualável na música brasileira.

(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – Pipoca Moderna/ MÚSICA/ NOTÍCIAS/ História por Marcel Plasse – 28/11/23)

(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – Estadão Conteúdo/  MÚSICA/ NOTÍCIAS/ História por Danilo Casaletti – 28/11/23)

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