Lazare Ponticelli, foi o último veterano francês da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), primeiro grande massacre a nível industrial

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O último ex-combatente francês da Primeira Guerra Mundial

 

Último veterano francês de 1914-18

 

Lazare Ponticelli nasceu na Itália e tinha 110 anos; para se alistar, aos 16, falseou idade e serviu na Legião Estrangeira

 

Governo queria enterrá-lo com heróis no Panteão, mas ele preferiu cemitério em que estão seus parentes; teve honras militares

 

Lazare Ponticelli (Bettola, 7 de dezembro de 1897 – Le Kremlin-Bicêtre, 12 de março de 2008), foi o último veterano francês da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

 

O último sobrevivente dos 8,5 milhões de franceses que combateram na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Ponticelli, que nascera na Itália em 7 de dezembro de 1897, morre a última testemunha francesa direta da Grande Guerra, que provocou 10 milhões de mortes na Europa. Muitas vítimas foram soldados transportados aos campos de batalha de outros países, como Marrocos, Senegal, Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Nova Zelândia.

 

Legião Estrangeira

 

O ex-soldado nasceu na Itália e emigrou para Paris aos nove anos. Falsificou o documento de identidade para poder se alistar aos 16 anos na Legião Estrangeira. Combateu em seguida pela Itália, quando aquele país mudou de lado na guerra e se tornou um dos aliados.

 

Na Segunda Guerra, Ponticelli, já naturalizado francês, combateu na Resistência aos alemães. Ele e seus irmãos criaram uma empresa de tubos de calefação e combustíveis que emprega 4.000 pessoas.

 

Ponticelli foi sondado para que seus funerais tivessem uma dimensão bem maior. O plano oficial era sepultá-lo no Panteão, monumento em que estão os heróis nacionais. Ele recusou e preferiu ser transportado ao cemitério mais modesto em que estão seus familiares.

 

Lazare Ponticelli faleceu em 12 de março de 2008, aos 110 anos.

Ele morava com uma filha no subúrbio parisiense de Kremlin-Bicêtre e seu corpo foi sepultado com honras nacionais, no Museu Militar dos Inválidos, em Paris.

O penúltimo veterano francês do conflito, do qual participaram 8,5 milhões de franceses e que terminou com 1,4 milhão de militares franceses mortos, Louis de Cazenave havia morrido em 20 de janeiro, também com 110 anos.

Já morreram desde o início de 2008 sete veteranos da Primeira Guerra. O menos idoso, o americano Matthews Floyd Skipper, estava com 105 anos. Embora as estatísticas sejam imprecisas, a Alemanha não possui um ministério para o acompanhamento de seus ex-combatentes-, é provável que estejam ainda vivos apenas 11 ex-militares daquela época.

A morte de Ponticelli foi anunciada em comunicado pelo presidente Nicolas Sarkozy.

Antes do sepultamento, seu corpo foi homenageado em cerimônia na qual esteve presentes Sarkozy e membros do governo. A guarda de honra foi da Legião Estrangeira, pela qual Ponticelli combateu.

De acordo com os cálculos de Frédéric Mathieu, criador do site Dersdesders (acrônimo francês dos últimos veteranos daquela que se acreditava a última grande guerra), ainde existem oito sobreviventes da I Guerra Mundial: três britânicos, dois italianos, um americano, um ex-soldado do Exército austro-húngaro e um turco que na época combateu nas forças do império otomano.

Os oito sobreviventes são as últimos testemunhas do inferno das trincheiras, símbolo da I Guerra, dificilmente imaginável atualmente, com seus combates esporádicos, ataques com gás, bombardeios de artilharia cada vez mais violentos, os ataques com lança-chamas e, sobretudo, o terror presente e constante da morte neste primeiro grande massacre a nível industrial.

(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo – NOTÍCIAS / MUNDO / Primeira guerra mundial / por EFE – 12/03/08)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo – FOLHA DE S.PAULO / MUNDO / Com agências internacionais / DA REDAÇÃO – São Paulo, 13 de março de 2008)

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