Leon Cakoff, crítico cinematográfico e cineasta, fundador da Mostra de Cinema de São Paulo.

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Leon Cakoff, fundador da Mostra de Cinema

Leon Cakoff (Leon Chadarevian, Alepo, Síria, em 12 de junho de 1948 – São Paulo, 14 de outubro de 2011), crítico cinematográfico e cineasta, fundador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Leon Cakoff nasceu em Leon Chadarevian em Alepo, na Síria e veio ao Brasil ainda quando criança. Formado em sociologia e política, foi um dos nomes da resistência cultural durante a ditadura militar.

Adotou o sobrenome Cakoff como pseudônimo, após ter um artigo de jornal censurado pelo próprio veículo, durante a ditadura.

Começou a carreira de crítico de cinema aos 19 anos, escrevendo para o “Diário da Noite” e o “Diário de São Paulo”, dos Diários Associados.
Em São Paulo, formou-se pela Escola de Sociologia e Política, com especialização em antropologia.

Em 1977, quando trabalhava no Museu de Arte de São Paulo (Masp), organizou o primeiro festival internacional de cinema do Brasil, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, dentro das comemorações do aniversário de 30 anos do museu.

O evento transformou-se em referência para a descoberta de cineastas e novos talentos da cinematografia mundial.

Em 1971, com US$ 300 e uma passagem permutada, viajou ao Festival de Cannes e começou a pensar numa maneira de levar filmes de fora do circuito para o Brasil. Em 1974, foi para o departamento de cinema do Masp, onde três anos depois criaria a 1ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que chega agora a sua 35ª edição.

Durante os anos de regime ditatorial, Cakoff usou a Mostra de Cinema, criada em 1977, como instrumento contra a repressão. Atuou como jornalista e crítico de cinema, além de dirigir o Departamento de Cinema do Masp de 1977 a 1984. Sua esposa Renata Almeida dirige a Mostra de Cinema junto com o marido desde 1989.

Cakoff também escreveu livros e atuou como produtor de cinema. Um filme inédito, “O Mundo Invisível”, que reúne curtas de Manoel de Oliveira, Wim Wenders e Atom Egoyan, será exibido na 35ª Mostra de Internacional de Cinema de São Paulo, que começa em 21 de outubro.

FILMES

Em 1999, Cakoff dirigiu, em parceria com Renata, o filme “Volte Sempre, Abbas”, sobre a vinda do cineasta iraniano Abbas Kiarostami a São Paulo para integrar o júri da 22ª Mostra. Também com Renata, organizou “Bem-vindo a São Paulo” (2004), filme composto por 17 episódios sobre a cidade de São Paulo filmados por vários cineastas, como o israelense Amos Gitai, o alemão Wolfgang Petersen, o japonês Yoshida e o próprio casal organizador da Mostra.

O último projeto de Leon Cakoff foi o longa “Mundo Invisível”, com episódios de cineastas como Wim Wenders e Atom Egoyan, que filmou a volta de Cakoff à terra de seus pais, na Armênia.

Cakoff morreu dia 14 de outubro de 2011, aos 63 anos, em decorrência de um câncer, em São Paulo.
(Fonte: www.dgabc.com.br CULTURA & LAZER 14 de outubro de 2011)

Nascido Leon Chadarevian em Alepo, na Síria, em 12 de junho de 1948, Leon Cakoff veio para o Brasil com a família oito anos depois. Formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, ele tornou-se militante da resistência cultural durante o regime militar, quando adotou o pseudônimo Cakoff.

Em 1969, ele começou a trabalhar como jornalista, enveredando em seguida para a carreira de crítico de cinema nos Diários Associados. Em 1974, assumiu o Departamento de Cinema do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e iniciou a programação de mostras e ciclos no museu. Três anos depois, em 1977, para comemorar os 30 anos do Masp, Cakoff criou a 1ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Desde a primeira edição, o crítico manteve uma posição de combate à censura imposta pelo regime militar: trouxe filmes inéditos da China, de Cuba, da então União Soviética, da França e de outros países distantes.

Os rolos chegavam por meios heterodoxos, como malas diplomáticas de embaixadas e consulados. “A história da Mostra Internacional de São Paulo é o relato de uma batalha constante contra a censura, as leis arbitrárias, o descaso pela cultura. É, finalmente, uma luta pela criação e preservação de uma memória coletiva”, chegou a comentar o cineasta Walter Salles, de “Central do Brasil” e “Diários de Motocicleta”.

Na Mostra Internacional de Cinema dedicou-se também, desde o início, a escrever livros sobre cinema, dentre os quais se destacam a série sobre cineastas: “Gabriel Figueroa, o Mestre do Olhar” (1995), “Ainda Temos Tempo” e “Cinema Sem Fim: A História da Mostra – 30 Anos” (2006).

Em 2000, formou a distribuidora Mais Filmes, especializada em filmes de autor, junto com Adhemar Oliveira, Patrícia Durães e Renata de Almeida. Ainda com Adhemar, em 2001, tornou-se sócio do Unibanco Arteplex, primeiro cinema do Brasil a usar o conceito de multiplex para incluir filmes de arte da programação. Nos últimos anos, mantinha, com Renata de Almeida, a distribuidora Filmes da Mostra, que lança filmes em cinema e coleções em DVD.
(Fonte: www.oglobo.globo.com/cultura – 14/10/11)

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