Leonardo da Vinci (1452- 1519) , maior gênio do Renascimento italiano.

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Ele foi o primeiro anatomista moderno

Leonardo da Vinci (1452- 1519), anatomista e engenheiro, maior gênio do Renascimento italiano.

Da Vinci, a “síntese perfeita entre arte, ciência e tecnologia”.

A herança cultural deixada por Da Vinci é especialmente valiosa para nosso tempo, por ter sido o pintor um pesquisador sistêmico, “um observador da natureza que não teve influência direta sobre os cientistas que vieram logo depois dele – por não ter publicado suas descobertas-, mas que é fundamental para o século 21, quando problemas globais tendem a ser analisados segundo uma perspectiva interdisciplinar”.

A essência de sua “alma”, é justamente “a conjunção de sua curiosidade intelectual com engenho experimental”. E coragem, faltou acrescentar. O livro Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci, por exemplo, traz 1.200 desenhos que não seriam possíveis sem que desafiasse a bula papal, partindo para a dissecção de cadáveres, punida em sua época com a excomunhão.

Se Da Vinci vivesse hoje, ele seria um cientista holístico, lutando pela sustentabilidade. “É difícil afirmar categoricamente que Leonardo teria seguido esse caminho quando se trata de um gênio de personalidade complexa, mas tudo indica que sim.” Só um artista que definiu a pintura como fruto da observação da natureza e estudou a correlação dos padrões botânicos e animais, de acordo com Capra, podia dizer que “entender um fenômeno é associá-lo a outros fenômenos”.

Séculos antes das especulações futuristas do filme Matrix, Da Vinci já levava em conta a similaridade de padrões nos mundos animal e vegetal.

Curiosamente, para um homem tão sábio, não se encontra nos cadernos de anotações de Da Vinci uma só linha sobre suas emoções. Analisado esses caóticos cadernos de notas, tentando seguir o método empírico do artista – basicamente apoiado na observação dos fenômenos naturais -, mas não descobriu em nenhuma das 6 mil páginas, dispersas entre bibliotecas e museus, uma mísera referência à vida privada de Da Vinci. “Há só uma nota em que ele registra a morte do pai, ainda assim de passagem.”

Os estudos sistêmicos de Da Vinci são fundamentalmente diferentes da ciência mecanicista de Galileu (1564-1642) e Newton (1643-1727). Nem tudo se explica pelas leis da mecânica. Essas são ideias do século 17 que Leonardo não aprovaria se tivesse nascido nele.

Apresenta a ciência das formas orgânicas de Da Vinci como “radicalmente diversa” de seus seguidores. “Como cientista, ele coloca a vida no centro de tudo, mostrando que os fenômenos naturais são interdependentes e interligados.” Esta, é com certeza uma boa lição para a ciência atual. “Ele foi o primeiro anatomista moderno, um ecofilósofo e ecocientista que não viu o corpo humano apenas como uma máquina.”

(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias – Notícias > Cultura – ANTONIO GONÇALVES FILHO – O Estado de S.Paulo – 4 de março de 2013)

Fritjof Capra lança análise da obra de Leonardo Da Vinci

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