Leônidas Hegenberg (Curitiba, no Paraná, 14 de março de 1925 – 28 de novembro de 2012), pensador, crítico e professor do Departamento de Humanidades do ITA por 38 anos, de 1950 a 1988.
O Prof. Leônidas Hegenberg nasceu em 14 de março de 1925 na cidade de Curitiba, no Paraná.
Entre 1925 e 1926 a família mudou-se para São Paulo.
Iniciou seus estudos em casa com a avó Frieda Johanna Senff Baebler e com a mãe Stella Baebler Hegenberg. Aos sete anos foi matriculado na “Olinda Schule”, uma escola alemã que havia em São Paulo; dois anos depois passou a estudar no Grupo Escolar São Paulo. Cursou o Ginásio do Estado, onde conheceu Octanny Silveira da Mota, que seria seu grande parceiro na tradução de muitas obras importantes. Cursou o “segundo grau” que era feito em dois anos de “pré” (faculdade), após cinco de ginásio, no Colégio do Estado.
O pai de Leônidas era engenheiro formado na Technische Hochschule de Berlim e participou da construção da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba e, provavelmente em função disso, ao terminar o colégio, o jovem Leônidas prestou vestibular para a Politécnica (USP), mas foi reprovado. Segundo Leonidas (apud Silva, M.F.A. (2003, p. 31)) “Na segunda tentativa, embora fossem boas as notas em matemática e física, não alcancei a nota mínima em desenho. Nova bomba. Os fracassos quase me fizeram abandonar os estudos. Dominado pelo pessimismo, imaginei que a faculdade não fazia parte de meu destino.”
Em 1947, ingressa na Faculdade de Filosofia do Instituto Mackenzie que então iniciava suas atividades, onde se graduou em Matemática e Física. Neste período, destacam-se como seus mestres os professores Abrahão de Moraes (1915-1970), Francisco Antônio Lacaz Netto (1911-1981) e Willie Maurer (1907- –).
No ano de 1950, levado pelo Prof. Francisco Antônio Lacaz Netto, leciona no Departamento de Matemática do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Ao ser encarregado de ministrar aulas de Geometria Analítica, percebeu a necessidade de uma melhor fundamentação, o que o levou a estudar os fundamentos da matemática. E esses, por sua vez, levaram-no ao estudo da teoria dos conjuntos e, quase em seguida, à lógica. Tendo em vista esse interesse, ingressou, em 1955, como aluno no curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, que concluiu em 1958.
No período de 1960 a 1962, recebe uma bolsa da Pan American Union, para estudar como aluno regular na Universidade da Califórnia (Berkeley), tendo oportunidade de ter contato com Paul Feyerabend (1924-1994), Alfred Tarski (1902-1983), Willian Craig e Robert Vaught (1926-2002). A influência de Feyerabend foi importante e permitiu que, de maneira gradual, fosse focando seus estudos em Filosofia da Ciência, área a qual se dedicou por toda sua vida.
Ao voltar ao Brasil, tinha a intenção de continuar estudando lógica e inicia sua participação nos seminários do grupo liderado pelo Prof. Edison Farah, onde começa a desenvolver uma idéia trazida de Berkeley que vai culminar com sua tese de doutorado, em 1968, intitulada “Mudança de Linguagens formalizadas”, tendo como orientador o Prof. Edison Farah.
O Prof. Leônidas trabalhou 38 anos (1950 – 1988) no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Além disso, foi professor colaborador e visitante em diversas instituições de ensino como: Faculdade de Filosofia de Assis (1963 – 1964), Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (1968 – 1970), Pontifícia Universidade Católica (PUC) – São Paulo (1969 – 1975), Instituto de Pesquisas Espaciais (1973 – 1974 e 1979), Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (1975 -1979), Instituto de Psicologia – USP (1986 – 1994), Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) no período de 1998 e 1999 e Departamento de Filosofias e Métodos da Universidade de São João Del Rei (2004 – 2007).
O professor Leônidas é importante na história da lógica principalmente pela divulgação da lógica no Brasil, como ele mesmo escreve: “Embora não haja trazido contribuição de relevo, no setor da lógica, penso haver contribuído para fazer com que aumentasse o interesse pela disciplina em nosso país” (Leônidas Hegenberg in: CRIPPA,1978b, p.153).
Entre os livros escritos sobre lógica podemos mencionar Lógica Simbólica (1966), Tabelas e Argumentos (1968), Lógica: o cálculo sentencial (1973), Lógica: o cálculo de predicados (1973), Lógica: simbolização e dedução (1975), escrito com o Professor Lafayette de Moraes, Lógica – exercícios – III – Simbolização no cálculo de predicados (1977), Lógica – exercícios – II – Dedução no cálculo sentencial (1977), Lógica – exercícios – IV – Dedução no cálculo de predicados (1978), Lógica – exercícios – I – Tabelas e argumentos (1978), Dicionário de Lógica (1995).
Além desses livros publicou mais de 50 textos de divulgação em jornais e revistas e traduziu mais de 50 obras, principalmente junto com o amigo Octanny, em filosofia da ciência, epistemologia e lógica.
Faleceu em 28 de novembro de 2012.
(Fonte: http://www.aeitaonline.com.br/wiki)
(Fonte: http://www.cdpb.org.br – José Mauricio de Carvalho)